terça-feira, 20 de outubro de 2009

As muitas cabeças da mesma serpente

Bellini Tavares de Lima Neto

Aonde se pode chegar quando se caminha sem honestidade intelectual? Pode parecer até um excesso de preciosismo falar em honestidade intelectual quando a que parece mais básica, a honestidade de conduta, anda em assustadora falta no mercado. E, do mesmo jeito, a menção a qualquer coisa de natureza intelectual nos dias atuais talvez soe mais ou menos como se discutir que tipo de talheres será usado no banquete quando, na realidade, não se tem comida para levar à mesa. No entanto, talvez o conceito de honestidade intelectual e, sobretudo, a sua ausência, não sejam nada abstratos. Ao contrário, podem ser muito mais concretos do que se imagina, assim como as conseqüências de sua ausência. Talvez seja apenas uma questão de se entender o que significa isso. O desonesto intelectual é aquele que, intencionalmente, insiste em criar raciocínios fraudulentos para justificar atitudes injustificáveis. Também é aquele que argumenta por argumentar, sem avaliar o conteúdo dos argumentos, sua consistência, seu fundamento na verdade e na realidade. É aquele que se vale apenas das circunstâncias de ocasião, de uma situação específica em que alguma coisa se encontra em alta perante a opinião pública. Aquilo que, na linguagem atual se convencionou chamar de "politicamente correto". E, acima de tudo, é aquele que se vale disso tudo para tirar proveito próprio, para alcançar metas pessoais, sejam elas as de alto escalão, de avantajada envergadura material ou psicológica, ou apenas as que trazem um lustro adicional ao ego.

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