domingo, 15 de novembro de 2009

Belterra: o paraíso das abelhas indígenas sem ferrão

Autores: João Batista Ferreira (meliponicultor)
José Fernando dos Santos Rebello (Analista Ambiental-IBAMA)


A região de Belterra (mapa) já famosa pelo sonho do norte-americano Ford, que há mais de 50 anos, no século passado, construiu uma cidade no meio da selva para a exploração da borracha, mais uma vez torna-se conhecida, mas agora através das abelhas indígenas sem ferrão.

Os irmãos, Joãozinho, Natalino e Olavo, moradores de Belterra, são prova-velmente os maiores criadores de abelhas sem ferrão do Pará, senão da Amazônia, juntos têm mais de 300 caixas de abelhas, totalizando mais de 20 espécies criadas em caixas racionais, desenvolvidas pelo próprios meliponicultores.

O mais entusiasmado deles é Joãozinho, 43 anos, que já aos 14 despertou um grande fascínio pelas abelhas indígenas, a princípio capturava abelhas jataí preta e amarela, como não sabia fazer caixas, as colocava em bambus. Com o passar do tempo foi mudando os ninhos para caixas caboclas, tendo até hoje algumas caixas com mais de 25 anos. Mais tarde desenvolveu modelos de caixas e melgueiras melho-rando cada vez mais a colheita do mel

Durante todo esse tempo, Joãozinho trabalhou intensamente, sem visar fins lucrativos, e hoje sente-se gratificado quando alguém o procura querendo orientações para criar abelhas, mantendo em seu meliponário inclusive, espécies que não tem interesse comercial, como as arapuás, trazendo seus ninhos de desmatamentos para o plantio da soja, sua principal preocupação no momento.

Em julho começa a colheita do mel com uma previsão para este ano de quase 2000 litros. Pelo gráfico 1 é possível observarmos o pico de floração na região de Belterra, em trabalho de fenologia realizado pela EMBRAPA com 64 espécies madeireiras com potencial econômico.

Atualmente Joãozinho participa de um projeto desenvolvido pelo IBAMA e EMBRAPA na Floresta Nacional do Tapajós, que incentiva o manejo racional de abelhas sem ferrão por parte das populações ribeirinhas.

Bibliografia consultada:

Carvalho, J. O. P. Fenologia de espécies florestais de potencial econômico que ocorrem na Floresta Nacional do Tapajós.

2 comentários:

Paulo Romero de Farias Neves disse...

Amigos,gostei muito da matéria dos dois irmãos que criam abelhas nativas,com certeza,pelo tempo em que eles lidam com essas abelhas;teem muito o que nos ensinar.Sou um apaixonado por abelhas nativas,principalmente a jandaira(melipona subnitida)e a cupira(partamona seridoensis).
Tenho um modesto meliponário em São João do cariri,PB.Sempre uso a internet para me aprofundar nos estudos das abelhas nativas,passei por aqui e gostei das matérias.
UM ABRAÇO.
Paulo Romero.
MeliponárioBraz.
www.urucueabelhasnativas.blogspot.com

Anônimo disse...

Ola amigo!
Sou um amante da naturea das plantas e principalmente da abelhas sem ferrão tenho um pequeno meliponário...
Quero parabeniza-los pelo seu trabalho em conjuncto com o Joãozinho de Belterrra olhei o blogue dele Paraíso das abelhas sem ferrão só que ele não atualiza é sempre a mesma coisa..
Tenho muita curiosidade sobre as as abelhas e gostria muito de conhecer as espécies que ocorrem aí...Talvez podemos trocar algumas idéias...
Tu tem algum artigo ou documentario com fotos desse tabalho de pesquisa com as abelhas... gostaria muito de saber as espécies e sobre o belissimo trabalho de preservação e concientização... alem de informações sobre a legislação e a permição para criação desses insetos em meliponários em caixas racionais..
e-mail: boiarski.rodrigo@gmail.com
Abraço!