segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Jatene confirma candidatura ao governo do Estado


Foto: Adauto Rodrigues


Em entrevista ao Diário do Pará, o ex-governador Simão Jatene declarou que está “trabalhando como nunca” para ser o candidato tucano ao governo. E garantiu não ter interesse em uma candidatura ao Senado, como vinha sendo ventilado por setores do próprio PSDB. “Claro que sou (pré-candidato ao governo) e o sou com muita satisfação, em decorrência do fato de que essa candidatura vem se forjando num esforço coletivo. Não sou candidato simplesmente porque quero ser. Sou candidato porque sinto nas ruas as pessoas me pedindo para ser. Por onde eu ando, ouço: ‘Governador, volte; nós precisamos do senhor’. Outra razão é que na classe política, prefeitos, vereadores, ex-prefeitos, deputados estaduais, federais do nosso partido e mesmo de outros partidos me procuraram para conversar. É isso que me alimenta. Se não fosse assim, eu estaria dando aulas na universidade, tocando violão, pescando”, declarou Jatene.

O ex-governador diz sentir também apoio da direção nacional do partido para o projeto de ser candidato. “A executiva tem informação desse sentimento mais geral. Eu confesso que jamais iria ficar insistindo, se não fosse isso. Teria até vergonha de ficar forjando alguma coisa ou tentando criar algum tipo de constrangimento às pessoas ou nas lideranças”.

Entre as vantagens como candidato, Jatene cita “forte adesão popular e espaço para aliança”. “Esta é uma candidatura que vai ganhar a eleição porque é o desejo do Estado, hoje”, disse o ex-governador. Jatene garantiu também acreditar que o PSDB não deixará para escolher o candidato em uma disputa durante a convenção partidária que ocorrerá em junho do ano que vem.

Mesmo evitando fazer críticas diretas ao ex-governador Almir Gabriel, Simão Jatene disse que o apoio que recebe hoje dentro do partido é fruto da decisão que tomou de ficar em Belém e cuidar dos tucanos durante o pesado luto pela derrota para Ana Júlia Carepa. Ao mesmo tempo, as dificuldades de Almir dentro da legenda viriam justamente do fato de ter “deixado o Estado e por duas vezes se despedido dizendo não querer mais saber de política”.

Segundo Jatene, Almir saiu “num momento em que o partido ficou vivendo um drama muito grande”.

SENADO

O ex-governador recebeu a reportagem do DIÁRIO, em seu apartamento, no centro de Belém, na última sexta-feira - três dias após um encontro em Brasília com o também ex-governador Almir Gabriel e com a direção nacional do PSDB. Dessa reunião, esperava-se que saísse o nome do candidato tucano ao governo nas eleições do ano que vem. Não houve, contudo, acordo entre os dois caciques e tudo indica que as negociações voltaram para a estaca zero, embora os dois lados tenham dito que as conversas “estão avançando”.

A vaga de candidato ao governo tucano vem sendo alvo de uma disputa interna jamais vista no PSDB. Hoje são três os pré-candidatos. Além dos ex-governadores, o senador Mário Couto voltou a anunciar que está no páreo. A disputa começou em março deste ano, com Almir Gabriel lançado o nome de Mário Couto e fazendo pesadas críticas ao ex-afilhado político Simão Jatene. De lá para cá, o partido já marcou pelo menos três datas para fazer o anúncio do candidato. Mário Couto chegou a anunciar que renunciaria em nome da unidade do partido, mas desde que o escolhido fosse Almir Gabriel. O problema é que, hoje, tanto Almir quanto Jatene brigam para ser o candidato ao governo.

Na entrevista ao DIÁRIO, Simão Jatene comentou as críticas feitas pelos partidários de Couto de que seria um candidato “pouco aguerrido” e por isso a opção por Mário ou Almir, que lutariam mais pela vitória. “Você já ouviu falar do preço da responsabilidade? Quanto mais responsável, mais alto é o preço que se paga. Quem não é responsável, pode dizer qualquer coisa, em qualquer circunstância. Como eu me sinto responsável, não dá para sair por ai pensando com o meu fígado, querendo parecer o valentão. Agora eu tenho uma quase obsessão na luta pelas minhas convicções”, disse.

Jatene garantiu que não será candidato ao Senado porque “não é isso que as pessoas pedem”. “Ninguém chegou e perguntou se eu ia ser candidato ao Senado, nunca me dizem, ‘olha te esperamos no Senado’”.


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