terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Enchente dos rios começou dia 1O

Cilícia Ferrreira
repórter

A grande vazante dos rios na Amazônia este ano afetou negativamente a vida de muitos ribeirinhos. Mas com a chegada das chuvas para a região, o nível dos rios começa subir. Conforme dados da Delegacia Fluvial de Santarém, na última quinta-feira (17), o Rio Tapajós marcava 1 metro e 80 na régua da Agência Nacional das Águas (ANA), régua que a Marinha utiliza para medir o nível das águas.

Em comparação ao mesmo período do ano passado, a régua media 3 metros e 20 centímetros o nível do Tapajós. Uma diferença de 1 metro e 40 centímetros.

De acordo com o Comandante Evandro Souza, delegado da Marinha, o nível começou a subir mesmo após o dia 10, em decorrência das chuvas que caem na região. O comandante conta que em ocasião de uma viagem que fez à Itaituba, na primeira semana de dezembro, o nível do rio estava baixo ainda sob influência do período de estiagem na região, mas a partir da segunda semana do mês, no seu retorno à cidade, percebeu que os temporais que caíram na região estão contribuindo para a subida do rio.

As chuvas que têm caído na região ainda não caíram com toda força em Santarém, apenas alguns chuviscos dão sinal de que o clima está mudando e a região oeste já começa a viver os tempos de inverno amazônico. É certo que esse ano, devido a grande cheia dos rios, a vazante chegou com um certo atraso e conseqüentemente o retorno do inverno também sofrerá esse atraso.

Edson Oliveira, comunitário de Piracauera, diz que aproveita bem as duas estações do ano, mesmo com as dificuldades peculiares de cada uma. No verão, com a estiagem, o lago seca, dificultando a navegação no interior da comunidade onde mora, ele diz que tem de deixar sua bajara na beira do rio Amazonas correndo o risco de roubo, ou de ser levada pelo fenômeno das terras caídas. Mas em compensação, ele aproveita o verão para plantar e colher alimentos que tem uma produção mais rápida, como, milho e melancia.

No inverno, com a cheia há a possibilidade de submersão das casas igualmente como aconteceu com várias comunidades ribeirinhas, no inverno passado, cujas casas foram levadas ou inundadas pelas águas, em contrapartida ele diz que a pesca durante o período é melhor e mais acessível. "quando enche, tem mais peixe", comenta. E a navegação no interior das comunidades é bem mais fácil e rápida.

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