quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Saúde na UTI

Josué Monteiro
Articulista de O Estado do Tapajós


Ninguém nos disse nada. Simplesmente vimos e constatamos como a saúde é tratada pelo atual governo municipal. Por necessidade, depois de 61 anos de idade, tivemos que ir em busca de atendimento médico. Tudo causado por um tombo onde batemos com a cabeça no solo. Isso nos causou mal-estar e tonturas. Para um esclarecimento de diagnóstico precisamos fazer uma tomografia em caráter de urgência.

Acionamos amigos para ajudar-nos nessa empreitada e fomos aconselhados a ir até o pronto socorro com a finalidade de termos a solicitação de exame computadorizado autorizado pelo médico plantonista do Pronto Socorro Municipal. Até ai tudo bem! Só não esperávamos ver o quadro que assistimos ao chegarmos naquele local. As imagens que ali assistimos eram dantescas. Tivemos a impressão de estar em um campo de concentração.

Confessamos que pedimos para sair do local, visto o ambiente ser de muita tristeza e dor. Imaginamos o quanto não se tem respeito pela saúde do ser humano. O ambiente é de um amontoando de pessoas. Uns deitados em macas enfiadas em cubículos, que mal tem espaço para uma pessoa ficar em pé, e outros espalhados em cadeiras no meio do salão, todos doentes, alguns com problemas graves a mais de 72 horas naquele lugar em desconforto generalizado. Isto contrariando as recomendações da Organização Mundial de Saúde, que recomenda que os pacientes só devam permanecer 12 horas no pronto socorro.

Vale ressaltar que os profissionais que ali trabalham são verdadeiros heróis. O ambiente não proporciona qualidade de atendimento nem tão pouco segurança para que se possa fazer um trabalho tranqüilo.

Queremos deixar claro que logo estará sendo inaugurado um novo pronto socorro municipal, mas pelo que conhecemos deste novo pronto socorro pouco o quase nada vai mudar. O problema é gerencial. Esta história de que o alto número de pacientes de fora é culpado pelo estrangulamento dos serviços do pronto socorro é mentira. Lembramos que o dinheiro do SUS é distribuído para o município que faz o atendimento. Portanto, quem trata é o que recebe. Na realidade, a historia é de má administração pública.

O problema existe em função da falta de leitos para se internar os pacientes que depois do diagnostico esclarecido no pronto socorro, deveria acontecer. Isto não ocorre, exatamente porque o Hospital Municipal não tem leitos suficientes. O Hospital Regional absolve tranquilamente os pacientes de média e alta complexidade. Muitos são retidos no hospital municipal por falta de uma avaliação por quem de direito.

Os pacientes que ficam mais de 12 horas e até mais de 72 horas no pronto socorro deveriam ter sido encaminhados para esses hospitais, como eram feitos pelo governo passado. Mas eles não querem ter despesas. Isto como se o dinheiro não tivesse que ser usado em beneficio dos necessitados no atendimento de saúde.

Voltamos a dizer que tudo é relacionado à falta de gerenciamento da verba do SUS. O dinheiro existe. O que falta é responsabilidade com a sua melhor aplicação. Portanto, o momento e de se fazer bem o dever de casa e se distribuir com sabedoria a verba que vem para ser dado um atendimento de qualidade aos pacientes que procuram o sistema único de saúde do município. Eu vi! Ninguém me disse!

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