Gerson Nogueira
O Remo cumpriu a missão de ir à final do turno, mas podia ter saído do Baenão em condições mais tranqüilas para a decisão. Em casa, com o apoio entusiasmado de sua torcida, vacilou em momentos importantes e quase se complicou no final. No fim das contas, valeu-se da vantagem do empate, mas deixou um rastro de preocupação no ar.
É bom que se observe que esses transtornos foram amplificados por um adversário valoroso e tecnicamente perigoso, principalmente na etapa final. No começo, o Remo esteve melhor, pressionando com mais insistência até chegar ao gol em pênalti sobre Marciano, cobrado por Vélber.
Apesar da vantagem, o Remo não conseguiu deslanchar em campo. Marciano e Héliton tentavam, Gian descolava bons lançamentos, mas não surgia a chance clara. Vélber quase fez o segundo, batendo cruzado da entrada da área, e Raul quase marcou depois de um escanteio na área. Muito pouco para quem tinha o controle emocional da partida.
De sua parte, o S. Raimundo se mantinha no 3-5-2, tentando fechar o meio-campo e explorar os contra-ataques, mas isso só ocorreu em duas oportunidades, sem maiores conseqüências para a zaga remista. Tímido em excesso, deixou Max Jari e Branco isolados na frente.
Depois do intervalo, o S. Raimundo voltou mais adiantado, jogando no 4-4-2 e roubando bolas na intermediária. Pitbull se aproximou dos atacantes e, antes dos dois minutos, Michel quase empatou. A pressão aumentou até que Branco foi lançado nas costas de Levy e igualou o marcador.
Em seguida, com o Remo ainda atarantado, Michel, Flamel e Max Jari tiveram boas chances. Só então Sinomar Naves decidiu mexer no time. Tirou Gian e Vélber, substituídos por Otacílio e Samir. O atacante entrou muito bem, como sempre. O meia, porém, custou a entrar em sintonia. Seu melhor momento foi no passe curto para Héliton fazer o segundo gol.
Logo depois, porém, perdeu no ataque a bola que deu origem a mais um gol de Branco, empatando definitivamente a partida. Daí em diante, sem criação no meio-campo, o Remo limitou-se a rebater bolas. Para fechar ainda mais a zaga, Sinomar lançou Márcio Nunes, embora o problema não estivesse na área, mas na desarrumação do setor de marcação. A torcida festejou a classificação, mas saiu cabreira com o sofrido empate.
O Independente, que tinha a vantagem do empate e saiu vencendo, não teve forças para segurar o Paissandu no segundo tempo, no confronto de sábado, em Tucuruí. Foi impotente para garantir o resultado porque perdeu chances preciosas antes dos 20 minutos, cansou muito cedo e viu-se enfraquecido pela substituição forçada (por contusões) de três peças fundamentais: o goleiro Kanu, do lateral Lima e do atacante Gian Carlo. Desorganizado no primeiro tempo, o Paissandu mudou por completo nos 45 minutos finais, graças principalmente ao desembaraço de Tiago Potiguar e ao talento de Moisés, presente em todos os lances mais agudos. Zé Augusto, herói de plantão, marcou o gol da virada. É o tipo do resultado que não anula as imperfeições do time, mas injeta ânimo para os clássicos da decisão.
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