O arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, afirmou que a Igreja Católica não nega as denúncias de pedofilia que envolvem seus membros, mas 'se arrepende enormemente pelos males causados aos outros e a si mesma'.
Em artigo publicado hoje no jornal "L'Osservatore Romano", o cardeal explicou que a instituição religiosa 'não ensina a cometer crimes, não os aprova, não os encobre e deixa claro que todos devem responder pelos próprios atos perante Deus e as leis do homem'.
Scherer falou também da existência de 'uma ação organizada contra o Papa [Bento 16] para torná-lo responsável por todos os males'.
Nos últimos meses, a Igreja Católica vem sendo alvo de denúncias de abuso sexual contra menores que envolvem seus membros em diversos países, entre os quais Alemanha, Irlanda, Estados Unidos, Brasil, Suíça e Itália.
O arcebispo de São Paulo afirmou que é necessário avaliar as acusações.
'Criminalizar toda a Igreja não é justo, uma vez que os crimes foram cometidos por somente alguns e não por todos', apontou ele.
Mídia
Quanto às denúncias feitas pela imprensa contra Bento 16 são 'notícias forçadas e instrumentalizadas'.
As suspeitas afirmam que Bento 16 teria deixado de punir um sacerdote acusado de ter molestado 200 crianças surdas nos Estados Unidos e sabia que um padre pedófilo alemão retomara as atividades pastorais na arquidiocese de Munique e Freising, na época comandada por ele.
Ambas as acusações foram repudiadas tanto pelos representantes da diocese quanto pelo Vaticano.
Scherer declarou, no entanto, que é necessário reconhecer que a instituição tem falhas e que é preciso corrigi-las.
'Quando se indicam os defeitos na Igreja e em seus membros é porque se espera desta e de seus membros comportamentos e atitudes que tornem claros e perceptíveis os altos valores e ideias que ela prega e nos quais crê', acrescentou.
'Os refletores da mídia estão acesos sobre todos os males e fraquezas da Igreja, como se toda ela estivesse imersa na crise', disse. 'Cada pessoa bem intencionada sabe que não é assim. Devemos distinguir e não projetar indevidamente os comportamentos reprováveis de alguns membros e estendê-los a toda a Igreja', concluiu.
(Fonte: Ansa, do Vaticano)
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