A derrota era normal, esperada até. O problema foi a maneira como aconteceu. O Santos, de Neymar e Ganso, nem sequer precisou suar a camisa. Jogou em ritmo de treino, o suficiente para passear no Mangueirão. Dois gols no primeiro tempo, dois no segundo. No intervalo, show solo do menino-prodígio Neymar e boas performances dos coadjuvantes Paulo Henrique Ganso e André.
Sem organização no meio-campo e improdutivo no ataque, o Remo se limitava a brigar pela bola. Seus 300 volantes saíam tropeçando nas próprias pernas e, quando recuperavam a bola, não sabiam o que fazer. Samir, cuja escalação foi pedida pela torcida, não tinha com quem trocar passes. Longe da área, era marcado com facilidade, enquanto Héliton e Marciano passavam em branco lá na frente.
Desde os primeiros movimentos, o Santos regulou o ritmo do jogo. No começo, Héliton se aventurou pelas extremas, sem sucesso. O primeiro nasceu aos 21 minutos, em rápido contra-ataque puxado pelo lado direito do ataque santista. A bola chegou a Ganso, que achou Neymar na área, livre de marcação, para bater no canto direito de Adriano.
Depois disso, o Remo tentou reagir, mas faltava técnica, pontaria e fôlego. O time, sem acertar a marcação e errando muitos passes, cansou muito cedo. Já no primeiro tempo jogadores como Fabrício Carvalho e Índio pareciam extenuados.
Justiça se faça. Diante do Santos de hoje qualquer outro time parece lento e quadrado. Frente ao Remo, então, o abismo é gigantesco. E a categoria do garoto Neymar reluziu aos 42 minutos. Ele arrancou com a bola dominada e invadiu a área. Ignorou a perseguição do zagueiro Raul, fintou Adriano e tocou mansamente para André finalizar. Um golaço.
No recomeço da partida, um cruzamento torto na direção da área pegou a zaga do Remo desatenta e André só escorou, sem defesa para Adriano. O Remo, que já havia trocado Héliton por Otacílio e Fabrício por Gian, foi tentando se aproximar da área, aproveitando-se de um evidente desinteresse do Santos pelo jogo.
Apesar disso, a troca de passes entre os remistas era sempre difícil, quase dolorosa. De tanto insistir, Gian trombou com Edu Dracena na área. Na cobrança do penal, Marciano mandou no travessão a última e mínima esperança de uma reação.
Nos instantes finais, sem o menor esforço, o Santos chegaria ao quarto gol em cobrança de pênalti por Neymar, o astro absoluto da noite. Fez dois gols, deu passe para os outros dois e distribuiu dribles à vontade. Um craque em construção. E pensar que só tem 18 anos…
Há quem garanta que Sinomar Naves ainda comanda o Remo no Re-Pa decisivo de domingo. Custo a crer. Seria a primeira vez que um técnico do clube resistiria a duas derrotas seguidas por quatro gols. Samuel Cândido (Independente) e Flávio Barros (São Raimundo) são os nomes mais mencionados entre os corneteiros do Baenão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário