THIAGO VILARINS
Da Sucursal de O Liberal
Brasília- O deputado federal Zé Geraldo (PT-PA), que já acusara o PMDB e seu presidente, o deputado federal Jader Barbalho, de trabalharem contra os interesses do Pará, volta a abrir o verbo. Os alvos, novamente, são o PMDB e Jader. Em entrevista exclusiva ao repórter Thiago Vilarins, o parlamentar diz que ele e todos os petistas paraenses perderam de vez a paciência com os aliados peemedebistas. Afirmou que a resistência dos deputados peemedebistas em votar pedidos de empréstimo visa somente desgastar a governadora Ana Júlia. Para Zé Geraldo, Jader lidera um esquema para que o governo petista não se reeleja. "Parece que ele não quer a reeleição da governadora Ana Júlia. É a essa conclusão que estamos todos chegando: o PMDB não quer a reeleição da governadora", sentenciou. O deputado aponta como quase nula a possibilidade dos dois partidos seguirem juntos nas próximas eleições, menospreza a força que o PMDB diz possuir no Estado e garante que, mesmo sem o apoio da legenda, a presidenciável petista Dilma Rousseff terá um palanque forte no Pará. "Não estamos com medo de ter um palanque fraco. Temos alternativas para construir uma forte aliança no Pará", disse o deputado. A seguir, a entrevista.
O senhor perdeu a paciência com o PMDB pela demora de votar os empréstimos?
A minha paciência, eu já perdera havia muito tempo. Quem perdeu a paciência agora foi a bancada estadual e federal do PT e o governo. Vamos chamar o povo para dialogar com a Assembleia Legislativa. A Assembléia é a casa do povo e está exatamente prejudicando o povo do Pará.
O senhor fala em chamar a população para dialogar. Mas a sua reação não é contra a postura dos deputados do PMDB apenas?
Exatamente. Hoje os dois partidos que se empenham pela não aprovação dos mais de R$ 600 milhões - porque não são mais R$ 365 milhões apenas, já são quase R$ 700 milhões - é o PMDB e o PSDB. Mas o partido aliado que está impedindo é o PMDB. Como pode um partido estar no governo e ser contra o governo?
Eu lhe faço essa mesma pergunta.
É porque há uma tentativa de desgastar o governo Ana Júlia.
O senhor disse anteriormente, em discurso no plenário da Câmara, que o responsável por essa postura do PMDB no Estado era o deputado Jader Barbalho. Essa acusação ainda está de pé?
Sim. É o Jader Barbalho que está liderando esse processo. Ele é que está liderando essa posição na Assembleia Legislativa. E o PMDB tem a presidência da Assembleia. Como pode o presidente da Assembleia, deputado Domingos Juvenil, do PMDB, ter hoje, em Altamira, a Adepará, Cosanpa, Sespa e Detran e estar trabalhando contra o governo? Ele está, justamente, impedindo que o dinheiro vá para essa região. É inadmissível. O PMDB desfruta do governo e desgasta o governo. Nunca vi coisa assim.
Qual o interesse do deputado Jader Barbalho em orientar seus correligionários contra os empréstimos?
Parece que ele não quer a reeleição da governadora Ana Júlia. É a essa conclusão que estamos todos chegando: o PMDB não quer a reeleição da governadora.
Quais os interesses por trás dessa ação?
Por interesses de poder. Ele (Jader Barbalho) tem dito que será candidato a governador. Tudo indica que há uma esperança dele ser o governador do Pará.
O governo federal tem tentado solucionar problemas com o PMDB em vários Estados. Em muitos, inclusive, tem sacrificado a cabeça da chapa para garantir um palanque forte para a ex-ministra Dilma Rousseff. O PT regional não está evitando bater de frente em virtude dessa preocupação do Diretório Nacional?
Não. Vamos construir um palanque muito forte para a Dilma no Pará. Não estamos com medo de ter um palanque fraco. Temos alternativas para construir uma forte aliança no Pará.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, chega amanhã a Belém. Entre os compromissos da sua agenda, tem um encontro marcado com o deputado Jader Barbalho. Essa reunião indica uma intervenção do governo federal nessa crise regional entre PT e PMDB?
Não. Ele está indo participar de um seminário internacional do PT da Amazônia, que a gente sempre fez na região Norte. Essa é agenda dele. O governo federal tem limites na sua interferência nos Estados. Nós, do PT, já colocamos a nossa preocupação para o PT nacional. E vamos cuidar da nossa vida no Pará.
O senhor disse que todo o PT do Estado perdeu a paciência. O senhor, realmente, está protestando em nome de todos os membros do partido no Pará?
É. Todos nós, a bancada federal, estadual e o governo. O PT em geral.
Qual o prazo limite em relação à decisão do PMDB?
Nós queremos prazo para votar o empréstimo. E deve ser até o início de maio.
E se não forem votados até maio?
O PT vai colocar a situação em debate para toda a população paraense. Isso quer dizer: colocar os atores do Estado, que fazem parte dos nossos diretórios, movimentos sociais para refletir e discutir a situação que o Pará está passando na Assembleia Legislativa. Agora, para a aliança não tem uma data certa. Vai depender também do PMDB. A mesma pressa que tem o PT também tem o PMDB. E o PMDB não é mais a única força determinante no Estado.
Com essa sua reação, não fica mais distante essa possibilidade dos dois partidos seguirem juntos nas eleições?
Se o PMDB mantiver essa posição na Assembleia, ele está buscando o distanciamento.
Um comentário:
E aí Miguel já descobristes quem é o cara que alimenta seu blog,em computadores da SEDUC.
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