Segundo twitter do jornalista Jota Ninos, a sessão terminou há meia hora. O juiz Gérson Gomes leu a sentença com pouca luz externa, pois faltou energia no prédio na hora da leitura.
O empresário de transportes coletivos urbanos Paulo Pimentel de Oliveira, o "Boca Larga" e Argemiro de Oliveira Gomes, o "Miro", ex-presidente do Sindicato dos Rodoviários de Santarém, foram condenados pelo Conselho de Sentença que acatou a tese do Ministério Público (representado pelos promotores Rodrigo Aquino Silva e Paulo Roberto Corrêa Monteiro), de que eles foram mandante e intermediário do assassinato do mototaxista Jonathas Lemos de Oliveira, crime ocorrido em 16.05.2002, na estrada Santarém-Jabuti.
Eles foram condenados pelos crimes de homicídio qualificado (art. 121, § 2º, I e IV,CPB) e ocultação de cadáver (art. 211 do CPB). O juiz Gérson Marra Gomes aplicou a pena total de 20 (vinte) anos e 11 (onze) meses para o empresário e 19 (dezenove) anos e 06 (seis) meses para o sindicalista. Os advogados dos réus José Ronaldo Dias Campos (Paulo) e Benones Agostinho do Amaral (Argemiro), devem recorrer da sentença, já que não foi decretada a prisão dos réus, que aguardarão eventual recurso em liberdade.
Tensão - O júri começou na manhã de ontem e teve vários momentos de tensão. Logo na abertura, MP e Defesa viveram momentos de conflito em função de requerimentos feitos por ambas as partes em relação à testemunhas. A defesa tentou substituir duas testemunhas faltantes por uma nova testemunha que nunca foi ouvida no processo, o que foi recusado pelo MP. O juiz indeferiu o pedido da defesa, que protestou.
Outros dois momentos de tensão foram protagonizados pelo MP, ao requerer a exclusão de sua principal testemunha, o corréu Waldemir Araújo dos Santos, o "Neguinho", autor do assassinato e já condenado pelo mesmo processo. Os promotores alegaram que por ser corréu na ação "Neguinho" não poderia ser ouvido, sob pena de nulidade da ação. A Defesa protestou, mas o juízo deferiu o pedido. Por fim, o MP requereu o afastamento do advogado Cláudio Araújo Furtado, contratado pelo réu Paulo Boca Larga, por este já ter atuado no caso quando era defensor do outro réu, o 'Neguinho", o que segundo o MP, também seria causa de nulidade. O advogado ficou indignado com a proposição e se retirou do plenário antes da decisão do juiz, que acabou deferindo o pedido do MP, sob protesto dos demais advogados.
Desmaio - Das 17 testemunhas arroladas, somente 10 foram ouvidas. os depoimentos terminaram quase à meia-noite de ontem. Em seguida foram lidas diversas peças dos Autos e apresentado o vídeo de um programa de TV, pela Defesa de Paulo Boca Larga, onde o promotor do caso na primeira fase afirmava que não estava convencido da culpabilidade dos réus. nas alegações finais, o então promotor, Arnaldo César, havia pedido a absolvição sumária dos réus, mas o juiz da época, Charles Menezes acabou pronunciando Paulo Boca Larga e Miro Gomes, encaminhando-os ao tribunal do júri. A Defesa usou os argumentos do então promotor para tentar convencer os jurados, mas não conseguiu.
Após o interrogatório dos réus, no início da madrugada, quando a acusação iniciou os debates, o empresário Paulo Boca Larga sentiu-se mal e desmaiou em plenário, sendo retirado do recinto e levado ao hospital municipal. A sessão continuou normalmente, por solicitação da defesa, mas sem a presença do réu. Os debates se acirraram e somente ás 10h30 de hoje chegaram ao final com réplica e tréplica.
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