Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal
Sem citar-lhe o nome, Romulo Maiorana Júnior, principal executivo do grupo Liberal, bateu firme em Jader Barbalho. Dedicou-lhe sete dos 39 parágrafos do discurso que leu durante a entrega do prêmio ORM/ACP, no dia 18, perante centenas de pessoas reunidas no Hangar Centro de Convenções. Repetiu um jargão da coluna Repórter 70, de O Liberal, aplicada a Jader, aquele “que não tem biografia, mas ficha corrida”, dispensando outras apresentações. Lamentou que o Pará ainda tenha “corruptos concorrendo nestas eleições e com processos tramitando no Supremo” (Tribunal Federal). E colocou-se na parte sã do cesto de maçãs podres: “Resta-nos ficar atentos, para distingui-los daqueles que maculam a nobre missão de fazer política”.
Os dois irmãos Maiorana já tentaram exercer essa nobre missão. Romulo Jr. começou se filiando ao PMDB, que hoje demoniza. Quem abonou sua ficha foi ninguém menos do que Jader Barbalho, depois o lúcifer nas escrivinhações do jornal. Talvez o cap júnior das ORM só não tenha ido em frente porque, para fazer política, é preciso conquistar votos e ele sempre deu a impressão de querer receber o diploma de eleito em seu movimentado gabinete de trabalho, na sede da empresa. O irmão, Ronaldo, diretor corporativo da empresa, não se saiu melhor na busca por um mandato.
O que na época deve ter sido considerado uma desventura, hoje pode ser encarado como sorte. Porque assim ambos podem condenar os políticos ruins de camarote, já que não tiveram a oportunidade de se apresentar como políticos bons (e seriam mesmo dessa qualidade?).
Podem utilizar essa plataforma contra o político que é também o seu concorrente comercial. Na réplica, sem se defender, como de hábito, Jader contra-ataca: mostra que, se roubou, os Maiorana também se apropriaram ilicitamente de dinheiro público, através de projetos fraudados que receberam incentivos fiscais da Sudam.
Ambos têm razão quando se atacam.
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