segunda-feira, 19 de julho de 2010

Novo mapa elimina ‘vazios’ da Amazônia


A nova carta geográfica – "cobre todos os chamados vazios cartográficos", correspondentes a uma área de 1,8 milhão de km² que não havia sido devidamente mapeada e sobre a qual existiam poucas informações.


Amazônias
RODOLFO ALBIERO

PrimaPagina

SÃO PAULO — O novo mapa da Amazônia Legal apresenta a inovação do uso da escala 1:100.000, em que cada centímetro do mapa equivale ao tamanho real de um quilômetro. Com isso, é possível pesquisar com mais precisão dados cartográficos da região, com detalhes nunca antes vistos sobre hidrografia, malha viária e divisão política. O mapa faz parte do Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), que foi criado com apoio do PNUD.

Graças às informações minuciosas trazidas pelo projeto – disponíveis na internet –, denominado Base Cartográfica Digital da Amazônia Legal, afluentes e subafluentes de rios que não apareciam em imagens disponíveis até então podem sem analisados.

O estudo, desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Exército, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Banco Mundial, se propõe a "auxiliar na diminuição das incertezas geográficas para o monitoramento e para a fiscalização das atividades humanas".

Por meio de imagens captadas por satélite, o mapa dividiu a Amazônia em 1.816 áreas iguais, cada uma com 3.025 km².

A nova carta geográfica – "cobre todos os chamados vazios cartográficos", correspondentes a uma área de 1,8 milhão de km² que não havia sido devidamente mapeada e sobre a qual existiam poucas informações, afirma o diretor de Zoneamento Territorial do ministério, Roberto Vizentin.

Os mapas disponíveis até então eram considerados inadequados para projetos de infraestrutura, como a delimitação de rodovias, gasodutos e a construção de usinas hidrelétricas. Também apresentavam dados insuficientes para segurança e defesa nacionais, principalmente nas áreas de fronteira.

"A iniciativa beneficia vários projetos do setor público e privado que poderão acessar as informações em uma escala inédita", afirma Vizentin.


Rotina em Rondônia: jovens viajam de canoa pelas águas do Rio Ouro Preto, no município de Guajará-Mirim, na fronteira Brasil-Bolívia /MONTEZUMA CRUZ
Rotina em Rondônia: jovens viajam de canoa pelas águas do Rio Ouro Preto, no município de Guajará-Mirim, na fronteira Brasil-Bolívia /MONTEZUMA CRUZ


Recursos florestais

Um dos objetivos do trabalho é reforçar o monitoramento e a fiscalização dos recursos florestais, auxiliando a atuação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), da Polícia Federal e de outros órgãos governamentais para diminuir a vulnerabilidade da região.

Dessa forma, pode servir de ferramenta para ações de prevenção e punição em processos administrativos e jurídicos sobre o uso ilegal dos recursos naturais da região.

Com o novo mapa, por exemplo, existe a possibilidade de identificar estradas secundárias dentro da floresta, auxiliando o combate ao desmatamento. Ainda nesse segmento, poderá ser usado para delimitar áreas de conservação, como florestas nacionais, parques nacionais, reservas biológicas, estações e reservas ecológicas, além de reservas indígenas e reservas extrativistas.

A Base Cartográfica da Amazônia Legal passa a fazer parte do Sistema Cartográfico Nacional, supervisionado pelo IBGE.

A Amazônia legal é formada pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A área total é da região é de aproximadamente 5,2 milhões de km², de acordo com dados do Governo Federal.


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