terça-feira, 3 de agosto de 2010

Álcool e futebol: mistura para cartão vermelho

O novo estatuto do torcedor proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios, mas interesses comerciais podem flexibilizar a medida para na Copa de 2014

O novo Estatuto do Torcedor, sancionado na semana passada, está em vigor e impõe uma série de restrições aos frequentadores de estádios de futebol. Entre as diversas medidas consta a proibição do consumo de bebidas alcoólicas. Mas parece que a regra pode não valer para a Copa de 2014. O assunto gera polêmica e a pressão supostamente imposta pela Fifa em razão de contratos publicitários coloca na berlinda as autoridades brasileiras.

A Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead) defende que seria um desrespeito à consciência do legislador e da opinião pública abrir negociações para o comércio de bebidas alcoólicas durante a Copa de 2014 ou em qualquer outro momento, já que existe legislação bem consolidada no país e que respalda o banimento do álcool nos campos de futebol.

“O álcool amplifica rivalidades e a tensão de dois grupos de torcedores apaixonados e em natural oposição e, infelizmente, facilita a expressão da agressividade. Antes, com a garantia habitual da impunidade, o fenômeno se repetia, mas com o Estatuto do Torcedor é possível punir e mesmo excluir a torcida organizada para agressão”, explica o psiquiatra Carlos Salgado, presidente da Abead.

Para literalmente driblar os interesses comerciais, as autoridades brasileiras terão de contar com o apoio da sociedade. Cabe às instituições formadoras de opinião manter o cidadão informado. “É preciso resguardar os interesses da população no que diz respeito à saúde pública e à segurança nos estádios, independentemente dos interesses e intervenções de alguns grupos”, acrescenta Carlos Salgado.

O psiquiatra destaca ainda que a medida pode ser um grande passo para quebrar convenções sociais distorcidas que associam o álcool ao esporte, por exemplo. Poderá também evitar o uso de figuras públicas, principalmente jogadores de futebol, em campanhas publicitárias, demonstrando alguns dos diversos benefícios que podem ser angariados em longo prazo, além dos evidentes benefícios imediatos. “Futebol é um espetáculo que não precisa de álcool para seu sucesso”, finaliza Carlo
s Salgado.

Um comentário:

ailton martins disse...

Olá td bom. Estou divulgando este documentário, se puder assistir, vale a pena! Obrigado
http://nosolhosdaesperanca.blogspot.com/

Resenha
Jânio é um rapaz de vinte anos que foi preso na orla da praia da Cidade de Praia Grande confundido de fazer parte de um grupo de jovens que promoveram um arrastão. Mesmo sem provas ficou preso durante 11 meses. Leide e Francisco a mãe e o pai de Jânio precisaram lutar para provar a inocência do filho, enfrentando a principal dificuldade que esbarra num problema social ainda não resolvido no Brasil.

"Ser pobre é ser culpado até que se prove ao contrário?"