terça-feira, 7 de setembro de 2010

Lula, o bom ditador

Lúcio Flávio Pinto:

Lula merece fazer Dilma Roussef sua sucessora. O brasileiro está satisfeito com o seu governo. Mas o resultado que se anunciará será bom para o país? É o Brasil verdadeiro que sairá ganhando desta eleição? Ou o futuro é ameaçador?

Da presunção à convicção do absoluto: é este o passo da democracia ao fascismo. É o passo em que o Brasil está. A direção foi dada por Luiz Inácio Lula da Silva. Como todos sabem, Lula pouco ou quase nada lê. Seu aprendizado sempre foi na prática, empírico e pragmático. Mas foi um aprendizado profundo. Sobreviveu à condição de imigrante nordestino em São Paulo, ao peleguismo sindical, à corrupção política, à tutela intelectual, aos adversários e aos inimigos

Inteligente, perspicaz, audacioso e pertinaz, aprendeu o máximo que sua tão vasta experiência lhe possibilitou. É o mais preparado dos políticos brasileiros de todos os tempos, o único que fez a escola da vida para a carreira política. Durante duas décadas não teve mandato (renunciou ao que conquistou, de deputado federal; na sua versão, por não conseguir conviver com os 300 picaretas do parlamento; na verdade, por não conseguir dividir o poder), não precisou garantir a própria sobrevivência e da família, foi tendo cada vez mais tudo “do bom e do melhor”. Circulou pelo Brasil inteiro e pelo mundo.

Pôde se dedicar integralmente a cinco campanhas eleitorais para presidente da república. Perdeu três (sua sorte é tão imensa que perdeu as três primeiras: não saberia o que fazer então com os mandatos em disputa) e ganhou duas, ambas na hora certa. Nenhum político brasileiro tem cartel semelhante – nem provavelmente terá. A estrela de Lula é de primeira grandeza. Combinada com seus instintos, sua inteligência e sua identificação com o povo, resultou numa biografia realmente notável.

Contradição ambulante, conforme a auto-definição, é um ser que se modifica e se adapta ao ambiente quando o cenário ainda está em mutação, graças à sua incrível capacidade de antever o momento imediatamente seguinte ao vigente, Lula é aquilo que, abusando do jargão, se passou a chamar de “força da natureza”. É uma esplêndida culminação de instintos vitais. Mas sem a menor condição de autoconhecimento, de reflexão e de análise. Uma vocação inocente de ditador, com a melhor das aparências, sem consciência de culpa.

A expressão “nunca antes” é contumaz no seu discurso porque ele só consegue reconstituir os fatos dos quais participou, a história que vivenciou – e sempre através da sua ótica, impermeável à interferência externa, sobretudo à crítica. Tudo mais que exigir esforço cognitivo, pesquisa documental ou checagem factual escapa aos seus domínios. Ele se considera marco demarcatório da história do Brasil porque tem a si como eixo de tudo, o que não é de espantar nem pode legitimar críticas: é só isso o que Luiz Inácio Lula da Silva vê.

A dificuldade para criticá-lo com honestidade, sem preconceitos, está na circunstância de que nunca mesmo nenhum político foi tão popular quanto ele – nem tão poderoso. A oposição foi varrida do mundo real no Brasil. Não agora, de súbito, embora só agora tenha chegado ao fundo do poço, numa extinção melancólica e vil. Ela começou a desaparecer quando se deixou alcançar pela osmose. Todos viraram Lulas, imitações dele, suas sombras, suas marionetes.

O Brasil sofre os efeitos de um antiintelectualismo sem igual, sutil e corrosivo, imperceptível e devastador. Se o símbolo dos instintos vitais deu certo como nunca antes, por que pensar? Por que contestar? Por que contrapor? Por que, até mesmo, dialogar? É aderir e copiar.

Ali estava a fórmula do sucesso, simples e ao alcance de todos, já que permitiu ao apedeuta se tornar ídolo internacional, subir além do alcance de estadistas de várias partes do mundo, que lhe estenderam enormes tapetes vermelhos, fazer e acontecer – e, ao fim e ao cabo, como gostam de dizer os portugueses, símbolos do que é básico e elementar, tudo resultar em mais dividendos para o mago das circunstâncias.

O povo está feliz e votaria de novo em Lula se a constituição admitisse três eleições seguidas para presidente da república. Se Dilma passou dos 50%, tendo começado quase no nada (o “nonada” de Guimarães Rosa), Lula passaria dos 80%. Colocaria no chinelo o Jânio Quadros de exatamente meio século atrás, na eleição dos 5.6 milhões de votos de 1960 contra 3,8 milhões do marechal Lott.

O “poste eleitoral” de 2009 se tornou sucesso retumbante em 2010. Mas não só por causa do carisma e da popularidade de Lula. Também pelo uso mais abusivo da máquina pública de que se tem notícia em 80 anos de eleição no Brasil, a partir da revolução de 1930. Lula transformou as leis em potocas, ampliando para a cena nacional a chacota paroquial do caudilho paraense Magalhães Barata. Zombou das normas e dos seus aplicadores. Pisou sobre os papéis sagrados que rasgou. Fez de si um absoluto. O passado evaporou, como se fora antediluviano. Dele, todos perderam a memória, num Alzheimer coletivo, com dezenas de milhões de enfermos.

Não, Lula não é o pai da pátria (logo, Dilma não lhe pode ser a mãe putativa). Antes dele, centenas de cidadãos conceberam, colocaram em prática e administraram um plano de combate à inflação (e, a rigor, de criação da nova moeda brasileira, feita para durar) do qual só se tem algo comparável naquele que Hjalmar Schacht pôs em prática na Alemanha depois da Primeira Guerra Mundial e faria o país renascer (infelizmente, para resultar em Adolf Hitler). Uma façanha que honra a cultura brasileira no mundo.

Ninguém que tenha nascido depois do Plano Real pode ter idéia do que era a deterioração dos valores econômicos no Brasil, a crueldade da anarquia inflacionária, sobretudo para os que vivem da renda (ou da venda da força) do seu trabalho. Acostumados a uma moeda forte (embora cambialmente enviesada), são levados a crer (ou mesmo partem da premissa) que sempre foi assim, que a estabilidade atual não deve ser creditada a ninguém nem é penhor de alguém. No entanto, ela tem uma origem datada e nomes que a personificam. Foi o grande legado de Fernando Henrique Cardoso.

Lula e o PT, que equiparavam o Plano Real ao Plano Collor e ao Cruzado de Sarney como manobras oportunistas e eleitoreiras, que não foram capazes de ver com isenção a criatura e segui-la com acuidade, hoje se beneficiam dessa grande aventura intelectual, que mobilizou talentos de várias pessoas excepcionais e o discernimento do seu comandante, quando ministro da fazenda de Itamar Franco e, depois, como presidente. Se tivesse chegado ao poder em 1989 ou em 1994, Lula e o PT não conseguiriam dar ao Brasil a moeda que hoje ele tem e a estabilidade de que usufrui.

É claro que os tucanos do príncipe dos sociólogos acumularam a partir daí desastres e vilanias, das privatizações (umas que não deviam ter sido feitas, outras que jamais podiam ser feitas pelos valores praticados) à imoralidade da reeleição, passando por uma visão elitista e predadora da administração pública, e uma incapacidade congênita de porosidade social. Os tucanos criaram as políticas compensatórias, mas não as abriram aos deserdados. Apenas as toleraram porque a primeira dama, a maior de todas, Ruth Cardoso, as patrocinou.

O grande lance de Lula foi exatamente dar densidade às criações sociais que os tucanos lançaram como decoração, como aplique nas suas fantasias empavonadas. Cinquenta milhões de brasileiros são clientes desse benefício, que, como o próprio nome diz, é compensatório, remediador, paliativo. Não projeta essas pessoas, não lhes dá condições para o futuro, não as tornam espinhas dorsais do progresso brasileiro. A lamentável situação da educação, da saúde e da segurança é uma advertência de que não se trata, ao contrário do que diz o catecismo, de desenvolvimento sustentável.

Os brasileiros estão felizes, compram como nunca, constroem como nunca, andam sobre quatro (ou duas) rodas como nunca, têm imóveis como nunca. Papai Lula abriu-lhes o cofre, mas abriu-lhes uma estreita passagem apenas de um lado do erário. Do outro lado, há larga avenida para banqueiros e empresários, para investidores da bolsa, para tomadores dos papéis oficiais, que lucram – como nunca, nem sob FHC, seu par – em bilhões e bilhões de reais, para companheiros e aderentes, para a “nova classe” trabalhadora, reprodução da “velha classe” elitista e não sua contrafação, como devia – e se dizia – ser.

Tudo isso não à base de poupança real, dinheiro ou ativos em geral acumulados para permitir investimentos, mas de crédito, de endividamento, como – de fato – nunca antes. Um terço do PIB é crédito, aos juros mais altos da face da terra, tão altos que podem ser reduzidos sem perder sua excepcionalidade. Há muito mais atividade econômica e enriquecimento, que permitem o reinvestimento. Mas em grande parte esse dinheiro consolida o modelo exportador de bens primários, dentre os quais recursos não renováveis, que se vão de vez, ao invés de servir ao enriquecimento interno, à consolidação da nação.

Sem o enorme incremento da exportação o Brasil não teria suportado tão bem a crise financeira internacional de 2008, condição que faltou durante as duas grandes crises externas ocorridas na gestão FHC. O problema (seriíssimo) é que dependemos de uns poucos produtos primários (minério de ferro, soja, carne) e de uma quantidade ainda menor de parceiros, com destaque inquietante para a China, da qual nos tornamos quase um apêndice.

O Brasil imediatista e superficial de hoje é o reflexo coerente do líder que o comanda e ao qual o país dá sua aprovação, nesse coro do consentimento incluídos os oportunistas da oposição. Eles traíram a função histórica que lhes cabe, de remar contra a corrente, de não se deixar seduzir pela aprovação fácil, pela fórmula do sucesso fornecida pelos marqueteiros, os bruxos da nossa época.

Em plena campanha eleitoral, vemos o Grande Irmão censurando os críticos, tirando a tomada dos insubmissos, armando golpes que, descobertos, se tornam infantilidades inimputáveis porque a oposição também perdeu a noção de tempo e espaço, o senso do distinto e do diverso, lançando-se desavergonhadamente para debaixo do guarda-chuva do Big Brother.

Pela primeira vez, não há contracanto eleitoral. Cresce de volume um uníssono que violenta a inteligência nacional, a capacidade que um país tem de reconhecer a si, de ver a realidade, ao invés de ser conduzido pela manipulação política e publicitária. Este Brasil unidimensional e unilinear é uma aberração, uma ficção, um factóide. Mas como as lideranças renunciaram ao seu papel profético ou se tornaram tão medíocres que perderam qualquer conteúdo, cristalizou-se o dominó de Fernando Pessoa: “quando quis tirar a máscara,/ estava pregada na cara”.

Homem de São Paulo (apesar das origens geográficas nordestinas), como FHC (só circunstancialmente carioca), Lula é o outro lado da mesma moeda. Não é igual, mas é o mesmo. Enquanto influencia e faz amigos, com sua verve e graça, os de sempre mandam na economia, seguindo esquema em vigor há duas décadas. Enquanto São Paulo é a cidade com mais helicópteros em trânsito por seu espaço aéreo, as favelas do Rio de Janeiro são teatro de operações bélicas da bandidagem, com e sem uniforme. O Brasil afluente convive com o Brasil doente.

Lula merece ganhar esta eleição. Mas não ganhar como parece que vai ganhar de fato, tornando secundário ou irrelevante quem ganhará de direito. Mesmo porque, no íntimo, só com seus botões, qualquer ser pensante hesitará ao tentar responder a um mistério criado e prolongado pelos marqueteiros e seus esteticistas, cirurgiões e feiticeiros outros: que Dilma é essa?

Num passado longínquo, um quadro da ditadura militar perguntou a nós todos: mas que país é este? Foi uma época de milagre, como agora, até maior (dois dígitos de crescimento anual do PIB), bem parecido com o de JK antes (portanto, o “nunca” não se aplica a esse passado). A pergunta tem que ser refeita, hoje. Mas talvez já não se consiga uma resposta. O absoluto é uma abstração, embora malsã. Sua maior malignidade está em se infiltrar sem ser percebido. E, mesmo sendo impossível, passar a ser aceito como normal. Como agora.

35 comentários:

Anônimo disse...

Não duvido que tudo esteja planejado para um golpe de estado, onde o PT da Dilma aparecerá de mãos dadas com o crime organizado. Temos casos como essa invasão de privacidade, a aproximação da Dilma das FARC, o fortalecimento e armamento dos traficantes sem nenhum combate concreto do estado, desarmamanto da população digna, censura dos meios de comunicação, compra da população mais carente, manutenção do povo desinformado...

Se não tiver oposição, esse golpe seré o mais fácil do mundo.

Anônimo disse...

O brasileiro apenas está reconhecendo nesse governo, o que a tempos atrás não tinha!

Se a oposição é fraca, e isso é mal, qual caminho tomar?
Voltar a era de FHC?
Aumentar o desemprego?
Especular a economia e investimentos?

Quero uma resposta! Tem?

Então....???

Quanto a farc, terrorista e o escabau! Só posso dizer uma coisa:

A oposição deveria mostrar o que pretende fazer. O povo tá de saco cheio desse "tró-ló-ló"(by Serra, proposital..)

Alberto Lima - Maceió

Anônimo disse...

O cara tem um trabalhão pra analisar, escrever todo esse texto e vem um analfabeto fazer um comentário desses, de golpe e FARC e tudo mais. Tenha a santa paciência.

Anônimo disse...

Sou cada vez mais teu fã Lúcio Flávio.
Tua análise foi incrível.
Sim, o Lula hj talvez seja um mal necessário. O maior problema da oposição, é que de fato, ela não existe.
Ela tem medo do Lula. E isso também dá medo. Ninguem pode bater no Lula, ele é intocável.
E por isso, sente-se acima do bem e do mau.
Ninguem está votando na Dilma. Todos estáo votando em quem o Lula mandou

Anônimo disse...

Acho que o golpe já aconteceu. E o pior, mudando as leis, pra que fosse legal.

E a manutenção do golpe é o populismo e as bolsas esmolas.

Emerson disse...

O problema do país neste momento é que não há oposição digna desse nome. Méritos do Lula? Sim, claro, mas a oposição não fez o dever de casa. Esconde sua estrela, FHC, como se fosse um pária. Não mostra os problemas existentes e fica apenas nessa de dizer que ninguém conhece a Dilma e invenções de dossiês de última hora. Mas o problema é que ninguém conhece o que a oposição pensa porque, medrosa, não mostra os defeitos de Lula e de seu governo. Podem dizer que não merecemos ter uma Dilma Presidente mas a verdade é que também não merecemos uma oposição tão medíocre quanto a que está posta aí.

P.S.: Deve ser divertido postar como anônimo.

guilherme disse...

Realmente o maior problema da oposição é que ela não existe e para que venha a existir terá que deixar de lado seus velhos e manjados argumentos mentirosos e trabalhar muito, mas muito mesmo, a organização de suas bases, se é que existem.

Anônimo disse...

LUCIO FLAVIO PINTO DE TANTO APANHAR DOS MAIORANAS ACABOU PIRANDO

ERA UMA VEZ O LUCIO FLAVIO PINTO...

Chiara Costa disse...

Parabéns pela capacidade de explanação suscinta, profunda e realista.
Acho a última oposição de efeito ao Lula foi a de Regina Duarte quando disse que tinha medo do que estava por vir. A atriz quase adoeceu, tantas foram as críticas. Daí nasceu o jargão emocionante: "a esperança venceu o medo" quando o Lula enfim, chegou ao Poder.
A oposição não pode afrontar o Lula devido ao bem estar que a população de modo geral sente ao comprar um celular caro, moto, etc... para pagar de 20, 30 vezes e que corresponde sempre muito mais do que se ganha.
É um tiro no pé de qualquer político tirar este doce da boca do cidadão brasileiro sob a explicação de que comer doce não é nutritivo, engorda e dá caries.
Ocorre que de fato, o medo voltou, ou (para os que já previam) se confirmou. Temos sim um ditador.

Chiara Costa disse...

Parabéns pela capacidade de explanação sucinta, profunda e realista.
Acho a última oposição de efeito ao Lula foi a de Regina Duarte quando disse que tinha medo do que estava por vir. A atriz quase adoeceu, tantas foram as críticas. Daí nasceu o jargão emocionante: "a esperança venceu o medo" quando o Lula enfim, chegou ao Poder.
A oposição não pode afrontar o Lula devido ao bem estar que a população de modo geral sente ao comprar um celular caro, moto, etc... para pagar de 20, 30 vezes e que corresponde sempre muito mais do que se ganha.
É um tiro no pé de qualquer político tirar este doce da boca do cidadão brasileiro sob a explicação de que comer doce não é nutritivo, engorda e dá caries.
Ocorre que de fato, o medo voltou, ou (para os que já previam) se confirmou. Temos sim um ditador.

claudia disse...

Temos sim um ditador, só que respaldado por um índice de aprovação nunca visto na história. Será que são todos burros? Não entrem em desespero até o dia 03 a diferença irá aumentar!

Anônimo disse...

Nossa Chiara!
Nossas percepções de um mesmo fato vão do branco ao preto, passando por todas as cores.
Afinal o que têm contra o LULA? Ele é nosso presidente, tantos o foram e tantos outros ainda o serão.
Por que essa pecha de colocar sopa no prato do pobre, tão simplista e graciosamente, um enganador do povo?
Ele não tem méritos que subsistam ao seu enorme carisma?
Então, quem poderia ocupar nosso mais alto posto político que calasse a todos vocês?
Com certeza a "esse um" bradaria a minha voz e a de outros tantos.
Porque, na realidade, seja branco, seja preto, seja culto ou ignorante, seja bom ou seja bom, nunca estaremos satisfeitos, não todos nós, juntos. E assim é desde sempre.
EU AMO O LULA. O admiro desde os idos de 89 e vou amá-lo e admirá-lo sempre. Pra ele eu dei o meu primeiro voto. E ele não tem nada de ditador.
Quanto ao resto, continuemos nossa batalha, que ela está muito longe de ser vencida.
Ah! e realista é todo ponto de vista que reflita o nosso.
Leda Santos

Anônimo disse...

Querido Lucio, que maravilha de comentário, que ousadia, que deleite poder ler algo tão consistente sou sua fã. O impressionante é que esta galera que escreve é muito jovem ou tem pouca leitura sobre o mundo e não entendem a essencia das verdades e das entrelinhas do seu texto magnifico. Acredito que este texto deveria ser discutido obrigatóriamente na Universidade principalemnte nos cursos de direito, sociologia, pedagogia, historia, e principalmente pelo nivel de discussão nos cursos de mestrado e doutorado. Alo galera do NAEA por favor leiam o texto do Lucio ele é o melhor.
Tudo de bom para vc querido e brilhante Lucio.

Anônimo disse...

Muito obrigado, caro(a) anônimo(a) por sua generosidade na apreciação do meu artigo. Espero que as pessoas, antes de definir alguma coisa ou julgar algo, leiam com atenção, reflitam, critiquem o que precisar ser criticado, corrijam o que deve ser corrigido e aceitem o que consideram verdadeiro. Aí se manifestem num diálogo verdadeiramente democrático, não num exercício de dogmas e anátemas. Um abraço, Lúcio Flávio Pinto

Anônimo disse...

Lúcio, parabéns. Sou seu admirador. Não só pelo que escreve, mas pela coragem de escrever.

Anônimo disse...

Lúcio, parabéns. Sou seu admirador. Não só pelo o que escreve, mas pelo coragem de fazer da palavra uma navalha afiada na carne da insensatez.

G Lima disse...

Acredito que a oposição é indispensável para a democracia mas QUESTIONO A AUTORIA DO TEXTO. Não consigo imaginar o autor do "Jornal Pessoal" cita "políticas compensatórias" dando a autoria das mesmas ao governo FHC já que maioria das mesmas saiu de prefeituras e governos de outros partidos. Propagar a frota de helicopteros de São Paulo em contraste com as favelas no Rio de Janeiro como progresso é irreal e fantasioso. Uma elite ínfima e infinitamente distante da realidade não deve ser usada nunca como paradigma e tenho certeza de que Lúcio Flávio não faria isso.

Seria como usar os Maioranas como exemplo da população de Belém em contraste com os ribeirinhos nas proximidades de Santarém (ou de qualquer outra cidade no estado)

Comparar a violência no Rio de Janeiro através de violência das favelas (e sugerindo a também a policial) com São Paulo e sua frota de Helicopteros é uma falta de dados tremenda (na mais amena das hipóteses) já que o número de Homicídios/Ano da capital paulista supera em muito o do Favelado Rio de Janeiro.

Ainda assim não importa o Autor ele TEM RAZÃO em dizer que a oposição é indispensável. Porém precisamos de uma opoisção digna e não a apresentada pela direita/esquerda/centro ou mesmo de cima como gostariam de pregar diversos "religiosos".

quanto aos comentários.

farcs? crime organizado? é uma inocência que beira a infância... nós somos o MAIOR país da américa latina FARCS não são nada perto da força do nosso país.
A corrupção está em todos os níveis e sempre tentará corromper aliados é dever nosso zelar, denunciar e combater tais práticas.

G Lima disse...

Acredito que a oposição é indispensável para a democracia mas QUESTIONO A AUTORIA DO TEXTO. Não consigo imaginar o autor do "Jornal Pessoal" cita "políticas compensatórias" dando a autoria das mesmas ao governo FHC já que maioria das mesmas saiu de prefeituras e governos de outros partidos. Propagar a frota de helicopteros de São Paulo em contraste com as favelas no Rio de Janeiro como progresso é irreal e fantasioso. Uma elite ínfima e infinitamente distante da realidade não deve ser usada nunca como paradigma e tenho certeza de que Lúcio Flávio não faria isso.

Seria como usar os Maioranas como exemplo da população de Belém em contraste com os ribeirinhos nas proximidades de Santarém (ou de qualquer outra cidade no estado)

Comparar a violência no Rio de Janeiro através de violência das favelas (e sugerindo a também a policial) com São Paulo e sua frota de Helicopteros é uma falta de dados tremenda (na mais amena das hipóteses) já que o número de Homicídios/Ano da capital paulista supera em muito o do Favelado Rio de Janeiro.

Ainda assim não importa o Autor ele TEM RAZÃO em dizer que a oposição é indispensável. Porém precisamos de uma opoisção digna e não a apresentada pela direita/esquerda/centro ou mesmo de cima como gostariam de pregar diversos "religiosos".

quanto aos comentários.

farcs? crime organizado? é uma inocência que beira a infância... nós somos o MAIOR país da américa latina FARCS não são nada perto da força do nosso país.
A corrupção está em todos os níveis e sempre tentará corromper aliados é dever nosso zelar, denunciar e combater tais práticas.

Marcia Carvalho disse...

Texto fantástico, análise lúcida sobre o momento pelo qual passamos. Parabéns, Lúcio, por ter a sobriedade de analisar os fatos sem dar espaço para paixões partidárias ou adesões eleitoreiras, ao contrário da grande maioria dos jornalistas. Percebo que existe, ainda que nos subterrâneos, um descontentamento latente, uma decepção entranhada, uma repulsa às migalhas que estão sendo alardeadas como grandes feitos. Não ficarei surpresa se tivermos nessas eleições um recorde de votos nulos. Grande abraço pra você.

Anônimo disse...

Prezado Lúcio Flávio, o debate foi interessante, porém, analisando seu artigo (LULA, O BOM DITADOR), o mesmo faz crer que a nova classe média é produto exclusivo ou em grande medida, dos programas “paliativos” do governo federal, o que destoa das constatações recentes da FGV-RJ sobre o PNAD, onde a mesma atribui ao EMPREGO COM CARTEIRA ASSINADA a principal variável explicativa para o surgimento e poder de compra desta nova classe.

O outro fator que põe em xeque vossa avaliação, quando tentar limitar programas como bolsa família a um mero instrumento assistencialista, é o fato de 2 milhões de pessoas já terem deixando o programa por conta de terem conseguindo emprego com carteira assinada, fruto da qualificação que receberam oriundos de programas complementares relacionados a qualificação e inserção profissional, formação de micro-empreendimentos, concessão de microcrédito, estratégias de apoio à aquisição, construção ou reforma de unidade habitacional.

Acredito que foi interessante a tentativa de constitui um Lula populista e ditador pai de todos, e dessa forma, sem oposição e intocável, porém nos pontos acima expostos, infelizmente forçaste a barra meu amigo. E pela forma como as coisas se dão, não creio que este governo seja um protótipo fascista moderno, constituídos de medidas remediativas que não projeta pessoas, como afirmas, o que fundamentalmente desconstitui, a abordagem, em termos gerais, de seu artigo.

Porém acredito na seriedade e imparcialidade de seu trabalho, e faço votos que continue sendo o bom jornalista que és.

Forte abraço,

Belém, 15 de Setembro de 2010

Marcello Santos Chaves
Economista

Anônimo disse...

Se oculta em bom vernáculo uma dura crítica a Lula. O analfabeto funcional certamente lerá o texto imaginando ser um elogio ao governo Lula. Tantos floreios não escondem, contudo, a pobreza da análise. Suas ideias são tendenciosas. Há um elogio rebuscado do 'intelectual' FHC (sabe-se que este intelectual nada fez pela educação) e seu plano real. Como é que alguém tão 'lúcido' pôde esconder a equipe econômica que trabalhou no plano? O presidente Itamar Franco que o assinou? Sociólogos não são economistas. Quais são as 'políticas paliativas' originadas no governo PSDB? Ora. Li um monte de besteiras banhadas a ouro.

Anônimo disse...

Caro G. Lima
Peço-lhe que releia meu artigo. Você me atribui o que não escrevi. E o que diz que eu devia dizer, já disse.
Os programas compensatórios começaram com FHC, por inspiração de D. Ruth. Isso é fato, que não se acomoda na pretensão de Lula de ser uma espécie de Ano Dominum. Mas, como disse, os tucanos usaram esses programas como decoração, sem lhes dar a amplitude e consistência do PT. Mas distorcendo a concepção inicial, que pretendia usar esses programas como indutores de grandes mudanças sociais, para dar-lhes finalidade política, o que provocou o rompimento de frei Beto.
A comparação dos helicópteros aos crimes é apenas para estabelecer um parâmetro de referência à desigualdade social ainda brutal que há no Brasil, relativizada por essa ascensão social ainda inconsolidada, porque baseada mais no consumo (via crédito massivo) do que na qualificação profissional, em valores éticos, em valorização do trabalho (daí a desenfreada criminalidade no país).
Obrigado também por sua manifestação.
Um abraço,
Lúcio

Anônimo disse...

Caro Marcelo
Você está certo e eu não estou errado. Em nenhum momento do meu artigo eu fiz a relação entre o Bolsa Família e essa "nova classe média", produto de dois movimentos: de pessoas de renda inferior que ascendem e da tradicional classe média que se empobrece. O primeiro movimento certamente supera o segundo, mas, como digo no artigo, já vimos isso antes. Não com a expressão quantitativa de hoje, que se explica pelo crescimento da população entre o "milagre econômico" do regime militar e o atual "boom", mas com características semelhantes, a maior das quais é o endividamento. Hoje mesmo a imprensa confirma o que observei no artigo: o sinal amarelo intenso da inadimplência, por conta de um crédito fácil, por ocasião da tomada, e difícil, no momento da quitação. Quanto à evolução de famílias que integravam o programa assistencial, por encontrarem emprego com carteira assinada, o que você considera expressivo eu acho de pouca significação. Compare o programa de remediação do Lula com o do Roosevelt e verá porque, a partir daí, o crescimento dos EUA, imperialismos à parte, se tornou contínuo, até o paroxismo da especulação financeira de 2008.
Não digo que o governo do Lula seja fascista. Digo que pode levar a um fascismo. Não por Dima se eleger (o artigo deixa bem claro que considero justo Lula fazer o sucessor), mas pela engrenagem corrupta e corruptora que se montou à generosa sombra dele, que nunca sabe de nada e é pai para bandidos nada deletérios. Sim, já os houve antes - e até piores. Mas o PT devia ter mudado esse aparelhamento e essa pirataria nos cofres públicos e na estrutura de poder, cada vez mais vertical e concentrada. Lula é um "bom ditador", conforme a subiedade intencional do título, porque atropela as leis, inclusive a maior, a Constituição, e tudo fica por isso mesmo, porque ele é simpático, é do povo, fala ao íntimo do povo, e a economia cresce (graças às exportações, que fizeram a delícia de Delfim Netto, especialmente de commodities não renováveis). É aquela flor arrancada do jardim e que, repetida, por falta de vigilância e controle, acaba por provocar a destruição do jardi,m. Como na república de Weimar, na Alemanha. Tenha como indicador dessa onda de intolerância a reação dos petistas a qualquer crítica que se faça ao cerne da questão que lhes interessa.
Obrigado por suas observações e pelo crédito.
Grande abraço,
Lúcio

Tylon Maués disse...

Incrível como tem gente que teima ler uma coisa enquanto é outra que está escrita. Parabéns, Lúcio. Falta lucidez e distanciamento para a maioria das críticas ao governo, isso quando são feitas. Criticar Lula é quase como cometer um sacrilégio e se tornar um pária, quando é ela, a crítica, indispensável em quase todos os níveis pessoais e profissionais das relações humanas. Parabéns de novo, professor.

Sônia Zaghetto disse...

Lucio, fico tão feliz de ter sido sua aluna. Orgulho-me disso. Seu artigo é maravilhoso: não cede a partidarismos, não abre mão do texto impecável, do argumento sólido e da acurada análise de nossa época. Um primor. Em meio a essa era de desprezo à educação no sentido pleno, você é a prova viva de que nem todos no País mergulharam em delírios ou perderam a capacidade de raciocinar. Eu e todos os que amam o estudo, a ética e o pensamento elevado te saudamos. Obrigada.

Anônimo disse...

Prezado Lúcio Flávio,

Achei estivesse certo? Mais tudo bem! Vamos lá.

Quer dizer que o crescimento demográfico entre o “apogeu” econômico militar e o atual “bom” é a explicação para ascensão econômica de 29 milhões de pessoas? Bem meu caro Lúcio, acredito que neste ponto forçaste a barra mais ainda, pois acredito que crescimento demográfico seja uma variável que reflita um suposto mercado consumidor potencial, mais se não houver politicas publicas de geração de emprego e renda, cresça o quanto cresce esta população, que não iremos visualizar uma ascensão entre classes com a envergadura desta que esta posta, se não, nenhuma.

Você traz a baila outra variável que supostamente explique esta mobilidade econômica entre classes, o endividamento.

Bem, como já afirmei anteriormente, segundo o Centro de Políticas Sociais (CPS) da FGV, cerca de 29 milhões de pessoas entraram para a classe C entre 2003 e 2009, tal fato é explicado pelas melhores condições de geração de trabalho. Portanto afirmar que o endividamento, assim como o crescimento demográfico, são as variáveis explicativas para esse fenômeno de transformação social, é no mínimo equivocado.

E para corroborar que a escalada do crescimento econômico da renda das famílias não está lastreada, exclusivamente ou em grade medida, pelo endividamento, vejamos qual a constatação de Marcelo Neri, do Centro de Politicas Sociais da FGV analisando o PNAD do IBGE:

"O crédito é importante mas não é o protagonista desse crescimento, é o coadjuvante. O Brasil teve duas grandes estabilizações, a primeira do Real em 1994 e a segunda do "real do Lula", que foi o choque de confiança na economia, mostrou que não ia quebrar contratos firmados, e tirou o 'bode da sala'. O trabalho e a educação do brasileiro ainda estão muito ruins, mas melhoraram"
(...)
"não é só crédito e programas sociais (a razão do crescimento da renda) - o Brasil foi para a escola nos anos 90, conseguiu trabalho com carteira assinada, está contribuindo para a Previdência, está investindo em computadores",

Fonte: G1.com

Como se pode inferir, a expansão econômica está baseada em melhores condições de trabalho e renda do brasileiro do que na expansão do crédito.

Outro detalhe interessante em sua análise é o suposto sinal amarelo da inadimplência. Partindo de sua avaliação de que o endividamento é variável que melhor explica a mobilidade econômica das famílias, vejamos o que se pode depreender dos distúrbios econômicos atinentes à inadimplência.

Existe um temor mascarado nesta retórica de sinal amarelo, de que o sistema financeiro brasileiro poderia entrar em colapso em função de um surto de inadimplência oriunda do sistema bancário, face a expressiva expansão de crédito no país, pois foi dessa forma que a crise financeira de 2008 eclodiu nos EUA, especificamente no ramo de credito imobiliário.

Anônimo disse...

Ocorre que o Sistema Monetário Brasileiro não é lastreado por transações de ativos de credito derivativos, e sim na relação pessoal entre credor e clientes (pessoa física/jurídica), o que facilita a Auditoria e controle do Banco Central sobre os bancos em relação aos créditos estabelecidos. Esta ultima é uma forma rudimentar de expandir ativos financeiros de crédito, porém desde a década de 80 os ativos derivativos são mais utilizados pelos países de 1º mundo, pois facilitam as transações, com elevada liquidez. É em função disto que o Sistema Financeiro e Monetário Brasileiro não foi contaminado pela crise mundial de 2008, e explica também o fato dos países desenvolvidos terem obtido em 2009 elevadas quedas em suas economias (EUA: - 2,4% e Japão: - 5%), em quanto que o Brasil sofreu uma retração em 2009 de apenas - 0,2%. Por tanto, a inadimplência, nem de longe, poderá constituir em nossa economia um cenário de caos econômico como ocorrido nos países desenvolvidos em 2008, por incrível que pareça, porém isso não quer dizer que não seja um indicador a ser devidamente monitorado, principalmente pelos bancos públicos, que são os principais credores do mercado.

Quanto vossa preocupação quanto à tomada de crédito, com dificuldades posteriores de quitação, afirmo que se você tem uma economia que demostra claramente sinais de sustentabilidade, pois esta lastreada efetivamente pelo aumento do trabalho e da renda, e não no consumo, é pouco provável que passaremos de um sinal amarelo, pois possuem plena capacidade de recuperação no médio prazo.

Em relação a vossa avaliação quanto aos 2 milhões de pessoas que deixaram os programas sociais em função de empregos, devo dizer que em nenhum momento eu afirmei que tal número é expressivo, porém dado que o mesmo reflete uma politica não-assistencialista de fato, pois dar mostras disso, creio que seja equivocado de vossa parte transcrever em seu artigo a seguinte expressão:

“Não projeta essas pessoas, não lhes dá condições para o futuro, não as tornam espinhas dorsais do progresso brasileiro.”

Pois da forma como esta posta, todos as 50 famílias atendidas pelo programa bolsa família vivem de uma tutela populista, digna de um governo fascista, o que não posso tomar como verdadeiro.

Quanto às questões atinentes a corrupção, clientelismo e patrimonialismo no governo Lula, devo lembra-lo que tais práticas não são exclusividade do mesmo, pois da forma como discorre, o mesmo deixa o entender de que a politica no Brasil começou em 2003, deixando 503 anos de pleno exercício de tais praticas para traz, porém acredito que o controle social da maquina publica seja um instrumento efetivo de combate a essas mazelas da politica tradicional e conservadora em debate. No entanto compreendo frustações como os escândalos de corrupção ocorridos em 2005 por parlamentares e dirigentes do Partido dos Trabalhadores.

Forte Abraço meu amigo.

Belém-PA, 16 de Setembro de 2010.


Marcello Santos Chaves
Economista

Anônimo disse...

Caro anônimo
Não sei se você tem idade suficiente para se lembrar da corrida às tvês coloridas, à loteria esportiva, aos carros e outros eventos do "milagre econômico" do regime militar pela classe média. Feitas as ressalvas demográficas, é fenômeno que se compara ao consumismo atual. Famílias com 2, 3 e até 4 carros na garagem, sendo de classe média. O diferencial é por essa inclusão da classe D no segmento D, por força de vários fenômenos: crédito (sim, crédito!), políticas sociais compensatórias e, sobretudo, a renda das exportações, que são a grande diferença (daí os recordes sucessivos do comércio exterior e a Vale como a maior empresa do país, superando até a Petrobrás). Não falo só de crédito no varejo, mas financiamento de capital, que fez o BNDES superar em, vários corpos o Banco Mundial e o FMI, somados. Dinheiro que vem do FAT e do tesouro nacional.
Portanto, fatores mais complexos, que precisam ser debatidos sem excessos de subjetivismo a favor ou contra. A linguagem, tem que facilitar a verificação e entendimento dos processos, ao invés de incendiar as paixões.
Abraço,
Lúcio

Anônimo disse...

Parabéns Lucio pelo texto precioso e verdadeiro.Mas contestando o anônimo que fala em golpe de estado, por favor...é só ver que os gostos dos novos ricos não combinam com guerrilha, por favor...todos os estudiosos sabem disso, que dificilemnte a geração Lula abrirá mão das mordomias do liberalismo cultivados por estes e deixados por FHC, Serra e gangue, que aliás são antipáticos e sem carisma nenhum. Carisma aliás forçado do candidato Simão, ele sabe das coisas, sem carisma não dá, então ele força e joga charme até pra quem não deve...
O bom ditador me parece uma metáfora à metáfora de Chaplin em "tempos modernos", e todos são apaixonados pelo personagem.
Golpe?que imaginação....

Melania T. disse...

Considero muito preconceituosa as criticas ao presidente que não lê, que não sabe escrever, que não tem um dedo, mas acima de tudo está fazendo a diferença.
Acredito que temos que ser democráticos pois não estamos ainda na ditadura (questão que considero impossivel)Farc? o que nós temos com isso? Somos os dominadores da América Latina.Temos a Amazônia e apesar das lendas urbanas ninguém nos tira.
Alguém lembra quem seria o presidente se Lula não tivesse sido eleito, seria alguém do PSDB que todos sabem o nome e aí sim seria uma ditadura de 12 anos. O que o Lula faz hoje com a Dilma ,o FHC fez com seu candidato, mas ninguém fala sobre isso ou sobre quaisquer outros entraves que estariamos passando.
O debate é sobre uma boa oposição que não temos, mas deveriamos, não acham?,pois os incompetentes segundo alguns comentários estão neste governo.Então os competentes estão na oposição.Pura lógica.

Di Sant'Anna disse...

A lucidez de Lúcio Flávio Pinto nessa análise conjuntural das eleições presidências mostra-nos claramente o momento em que vivemos e no que transformou o projeto político do PT (que nos tempos de juventude ajudamos a formar).

O intelectual deve ser sempre essa consciência crítica da Nação e nunca ser subserviente aos donos do poder. Quem acompanha a luta de Lúcio em prol da Amazônia sabe o quanto ele incomoda os poderosos.

Anônimo disse...

Prezado Lúcio Flávio Pinto,

Antes de mais nada, gostaria de esclarecer que o anônimo do dia 16 de setembro de 2010 23:39 , a qual você responde sou eu, (Marcello Santos Chaves), e que, o que você replicou é apenas parte do texto que se segue logo abaixo. Se perceberes bem, verás que o contexto de ambos esta conectado. Tal compartimentação fora feita, em função do espaço para postar comentários no Blog não suporta o número de caracteres de meu texto. Por tanto os comentários de 16 de setembro de 2010 23:39, e o de 16 de setembro de 2010 23:40, correspondem a um mesmo texto em resposta a sua replicação.

Feitos os esclarecimentos devidos, vamos ao que interessa.

Bem caro Lúcio Flávio Pinto, a minha idade é de 29 anos, e obviamente não era nascido à época do “milagre econômico” militar, porém não creio precisar viver em um contexto para tentar explica-lo, face a todos os trabalhos científicos e acadêmicos que discorrem sobre tal época, aliados a números e índices subsidiariamente.

Acredito que deva ser consenso entre nós, que o milagre econômico, em que pese ter feito o Brasil ter alcançado níveis recordes de crescimento, o processo de desconcentração de renda andou, na verdade, a contra-mão desse processo, neste sentido, a classe média a qual você se refere mais potencializou sua renda, do que expandiu-se quantitativamente com advento de pessoas de baixa renda, por tanto existe uma característica nitidamente posta que diferencia substancialmente a realidade do milagre e o atual processo de desconcentração de renda, e os índices de Gini dos últimos oito anos mostra claramente isso. Interessante é que neste momento você passa a relaciona, também, programas compensatórios ao surgimento da nova classe média, o que você afirmou não ter feito em seu artigo, em sua replica anterior.

Em que pese sua comparação do consumismo atual, com o do milagre, afirmo que o atual ocorre de forma mais sustentável e desconcentrado, pois este crescimento de renda das famílias, volto a repetir, esta lastreado principalmente na geração de emprego, não na capitalização externa da era do “milagre econômico” para financiar grandes projetos de desenvolvimento.
Vejo que você insiste em tentar relacionar o crescimento da renda das famílias, e o consequente surgimento da nova classe média, principalmente ao credito fácil, pois muito bem, tentarei expor o ciclo:

Fato concreto:

“A fabricante de calçados Alpargatas fechou um empréstimo de R$ 110,538 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O montante será creditado em favor da empresa em aproximadamente três semanas e está dentro de uma linha de financiamento à produção de bens destinados à exportação no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
A companhia que produz as sandálias Havaianas não dá mais detalhes sobre a operação, mas informações disponíveis no site do banco de fomento mostram que a linha prevê juros anuais de 8% ao ano no financiamento ao setor de calçados. O prazo na modalidade chega a 18 meses.
A Alpargatas fechou junho com R$ 463,3 milhões em caixa, mais do que o dobro da dívida bruta de R$ 213,8 milhões.”
Fonte: Eduardo Laguna
g1.com em 19/09/2010

(Continua)

Anônimo disse...

(Marcello Santos Chaves continua....)

De plano, a de se ressaltar que o financiamento é estatal e não privado, e como poderíamos explicar o superávit entre caixa x divida bruta da ALPARGATAS? Muito simples, face a credibilidade das politicas econômicas do atual governo, impondo regras claras de respeito a contratos, cambio flutuante (aliado a reservas de 270 bilhões de dólares que garantam ao mercado a estabilidade do mesmo), crescimento dos países emergentes, e juros subsidiados, á um cenário propicio para que a oferta gere sua própria demanda, pois os empregos (diretos e indiretos) gerados pelos investimentos da ALPARGATAS gera um efeito multiplicador em termos de consumo (este em função do emprego), o suficiente o bastante para lhe propiciar grande parte dos retornos constantes ou crescentes em escala, dependendo, claro, de sua capacidade produtiva. Por tanto a solvência desta empresa reflete sua capacidade sustentável de exporta e contribuir para um saldo positivo da balança comercial, com geração de empregos. E elemento concreto deste ciclo virtuoso da firma é os recordes de geração de emprego no país, pois só nestes últimos 8 meses (01 á 08/2010), já foram criados, 1,95 milhões de novos empregos com carteira assinada, lastreados, é claro, pelo crédito, estatal, fácil.

Onde possivelmente estaria o viés que colocaria um fim a este ciclo virtuoso? Se o BNDES, por exemplo, passasse a divida que a ALPARGATAS tem com ele, para outra instituição financeira ou fundo de pensão (ou coisa parecida)! Ai estaríamos diante de um credito derivativo do BNDES, onde um banco vende a divida de um de seus clientes, para outro, pondo fim na relação direta (pessoal) entre BNDES e ALPARGATAS. Foi dessa forma que se deu a crise financeira de 2008 nos créditos imobiliários nos EUA.

Agora, tal fato (derivação da divida) poderia facilmente ocorre se a instituição de financiamento fosse privada, e é neste aspecto que as politicas que ai estão postas, polarizadas entre PT x PSDB/DEM se diferenciam, pois o que se nota, e que o Partido dos Trabalhadores no poder, se dispõe mais a implementar investimentos públicos, com politicas econômicas claras, do que privatizar e liberalizar o capital produtivo do país, e um exemplo claro disso é a privatização do BANESPA pelo governo tucano de SP, onde tal instituição poderia se o instrumento necessário para viabilizar novas linhas de credito, que lhe permitissem em SP, engrossar o caldo dos Bancos de Investimento/Fomento como CAIXA e Banco do Brasil, para Habitação e Agricultura, respectivamente. Na contra posição, o governo federal (entenda-se do PT), ao implementar pesados investimentos diretos (PAC) ou através de créditos para o capital privado industrial, tencionou a demanda por novas fontes energéticas, o que lhe permitiu, na outra ponta, abriu parte do capital da ELETROBRAS para novas capitalizações externas, mantendo, é claro sua cota majoritária da empresa (53,9% das ações e mais 15,5% das ações preferenciais), e os reflexos disso é a reestruturação desta estatal, que ante ao protagonismo assumido pela Vele do Rio Doce e Petrobrás, a mesma “vem comendo pela beira”, e já se tornou a maior empresa de Energia da América Latina, com uma capacidade instalada para produção de 39.413 MW, e com cerca de 38% da energia gerada no Brasil. Por isso que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve a tranquilidade em afirmar que se os consórcios privados não assumirem a construção e exploração de Belo Monte, a ELETROBRAS fará.

(Continua...)

Anônimo disse...

Muito boa sua referencia ao BNDES, pois na era do milagre, a indústria de base era turbinada pelo capital externo (sem compromissos com a expansão da indústria brasileira), e o BNDES enquanto estatal, gloriosamente superou BIRD, BID e FMI, com toda certeza não deixará de financiar a indústria domestica por conta de uma ou duas crises do petróleo, como se verificou com o financiamento externo na era do milagre econômico, e já deu provas disso na crise de 2008, com seus reflexos em 2009.

Acredito que os elementos acima, tenham dissipado os excessos de subjetivismos citado por você, e espero que dessa vez a minha linguagem esteja clara, colocando as coisas de formar pragmática e não incendiando paixões, embora acredito que o produto final será o mesmo.

Forte Abraço meu amigo.


Belém-PA, 19 de Setembro de 2010.

Marcello Santos Chaves
Economista

Anônimo disse...

Leda Santos.
Sem entrar em outros assuntos (o que o partido do "polvo" já fez até agora, entre escândalos e falcatruas, daria uma ladainha sem fim), nada contra colocar sopa no prato do pobre. O problema é a hipocrisia do Lula: eu tenho dois vídeos que falam tudo por sí só; no primeiro, o Lula sindicalista, buscando espaço na política, critica duramente o governo anterior que dava o benefício precursor do bolsa-família, dizendo que o povo estava sendo "comprado" pela esmola do governo. No outro vídeo, já presidente, chama a si próprio de IMBECIL, ao defender o bolsa-família como se fosse a melhor solução do mundo.
Ainda estou tentando definir se ele era antes, é agora, ou continua, como sempre, IMBECIL.