sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O travamento do turismo paraense

Adenauer Góes
adenauergoes@gmail.com

O que é que está acontecendo com o turismo paraense? Esta pergunta é feita dentro e fora de nosso estado por todos aqueles que acompanham e vivenciam o desenrolar dos acontecimentos.
No quesito investimento em infra-estrutura, a última obra de impacto no setor foi a construção do Hangar ainda no Governo Simão Jatene, de lá para cá, nada, mas absolutamente nada de novo foi acrescentado, muito pelo contrário, os nossos pontos de referência, quer em Belém, quer nos municípios do interior que fazem parte dos roteiros turísticos, sofrem com a falta de manutenção e os sinais de deteriorização são visíveis.

Quando o item é divulgação e promoção do Pará a nível nacional e internacional, a coisa está pra lá de feia,todo o trabalho que foi feito e que precisava de investimento constante,evoluindo gradativamente ,etapa por etapa, desde a manutenção e incremento da presença do estado nos eventos e feiras, assim como material e ferramentas de apresentação do Pará, em vez de ter evolução positiva, como já foi dito, foi minguando gradativamente, fazendo com que hoje o Pará esteja praticamente ausente dos momentos mais importantes, com uma participação pífia e colocando institucionalmente os técnicos da PARATUR em situação difícil pois os recursos diminuíram de tal forma que nos poucos eventos que nosso estado tem participado, os técnicos são mandados de ônibus para São Paulo.

A Feira Internacional de Turismo-FITA,criada em 2002 pela PARATUR, aconteceu no Hangar em sua 5ª versão agora em meados de agosto passado e infelizmente para nosso turismo foi um verdadeiro fracasso,pois não teve a participação do empresariado local e nem das entidades representativas de classe, o empresariado representativo dos compradores e vendedores de produtos turísticos que veio de fora foi mínimo.Simplesmente,não é possível avançar na atividade turística ou em qualquer outra atividade produtiva sem empresário.Tudo indica pelas conversas e informações repassadas que não há segurança entre o empresariado e o Governo atual.
O tratamento dado á PARATUR e seus funcionários tem sido sofrível, acabaram com o planejamento, o orçamento da instituição vem minguando ano após ano, depois de ter trilhado sentido inverso há quatro anos atrás quando vinha num crescente constante. Até o slogan: Pará: "A Obra Prima da Amazônia", que foi criado pela consultoria espanhola que desenvolveu o Plano de Desenvolvimento Turístico para nosso estado e que deveria ser suprapartidário, foi juntamente com o próprio Plano deixado de lado.

A relação institucional com o Ministério do Turismo esfriou e enfraqueceu-se, o mesmo aconteceu com os municípios no sentido do entrosamento e de ações articuladas que pudessem fortalecer o entendimento do negócio turístico.

O turismo, assim como qualquer atividade produtiva necessita de empresários em sintonia com o Governo. Aos Governos nos seus diversos níveis cabe ser motivador e indutor do desenvolvimento, passando segurança para que os empresários possam investir.Cada qual tem seu papel,sendo imperioso haver sintonia e objetivos comuns.Ao Governo que será eleito na próxima eleição cabe assumir compromisso e cumprir metas que possam recolocar o turismo no rumo certo,destravando a inércia que se estabeleceu sobre a atividade em nosso estado.

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