Paulo Bemerguy
O ex-candidato do PMDB ao governo do Estado, deputado Domingos Juvenil (na foto), que ficou em terceiro lugar nas eleições em primeiro turno, com 380 mil votos, já se decidiu.
“Vou apoiar, sim, a candidatura de Simão Jatene neste segundo turno”, disse ele ao blog, pouco depois de consumada a posição do partido, anunciada por seu próprio presidente regional, o deputado federal Jader Barbalho, de liberar todos os filiados para se posicionarem individualmente da forma que melhor convier a cada um.
“Nós fomos para o primeiro turno com um projeto próprio, que era de oposição ao do atual governo. Como não passamos para o segundo turno, então é coerente que nós apoiemos outro candidato, que não a governadora Ana Júlia”, justificou Juvenil.
Ele garantiu que seu apoio a Jatene não implica, em troca, receber qualquer benesse num eventual governo tucano. “Não pedimos nada em troca. Absolutamente nada. A única coisa que eu propus é que o Jatene, se eleito governador, apoie os nossos projetos para a área da segurança pública, sobretudo as UPPs”, disse o deputado e presidente da Assembleia Legislativa.
UPP são as iniciais de Unidade de Polícia Pacificadora. Durante a campanha em primeiro turno, Juvenil expôs reiteradamente sua intenção de implantá-las, à semelhança do está sendo feito pelo governo peemedebista no Rio de Janeiro.
“As UPPs são unidades com cerca de 100 policiais cada uma, instaladas após a ocupação de áreas de risco. Além das patrulhas na área, essas unidades servem de base a ações sociais, como serviço de creches, além de atividades esportivas e culturais” explicou o então candidato, num artigo que escreveu especialmente para o Espaço Aberto, em setembro passado.
Juvenil ressaltou ao blog que, muito embora tenha terminado em terceiro lugar, considera que sua candidatura foi vitoriosa. “Nós obtivemos 380 mil votos, 11% do total dos votos válidos. Lutamos de um lado contra a máquina do governo do Estado e, de outro, contra um ex-governador. E nossa candidatura foi a responsável pela realização deste segundo turno”, avaliou Juvenil.A coligação “Juntos com o Povo”, segundo informações de seu comitê de campanha, deverá anunciar com especial destaque a adesão de Juvenil possivelmente ainda nesta segunda-feira, com a presença de Jatene e de outras lideranças tucanas e dos demais partidos coligados.
“Vou apoiar, sim, a candidatura de Simão Jatene neste segundo turno”, disse ele ao blog, pouco depois de consumada a posição do partido, anunciada por seu próprio presidente regional, o deputado federal Jader Barbalho, de liberar todos os filiados para se posicionarem individualmente da forma que melhor convier a cada um.
“Nós fomos para o primeiro turno com um projeto próprio, que era de oposição ao do atual governo. Como não passamos para o segundo turno, então é coerente que nós apoiemos outro candidato, que não a governadora Ana Júlia”, justificou Juvenil.
Ele garantiu que seu apoio a Jatene não implica, em troca, receber qualquer benesse num eventual governo tucano. “Não pedimos nada em troca. Absolutamente nada. A única coisa que eu propus é que o Jatene, se eleito governador, apoie os nossos projetos para a área da segurança pública, sobretudo as UPPs”, disse o deputado e presidente da Assembleia Legislativa.
UPP são as iniciais de Unidade de Polícia Pacificadora. Durante a campanha em primeiro turno, Juvenil expôs reiteradamente sua intenção de implantá-las, à semelhança do está sendo feito pelo governo peemedebista no Rio de Janeiro.
“As UPPs são unidades com cerca de 100 policiais cada uma, instaladas após a ocupação de áreas de risco. Além das patrulhas na área, essas unidades servem de base a ações sociais, como serviço de creches, além de atividades esportivas e culturais” explicou o então candidato, num artigo que escreveu especialmente para o Espaço Aberto, em setembro passado.
Juvenil ressaltou ao blog que, muito embora tenha terminado em terceiro lugar, considera que sua candidatura foi vitoriosa. “Nós obtivemos 380 mil votos, 11% do total dos votos válidos. Lutamos de um lado contra a máquina do governo do Estado e, de outro, contra um ex-governador. E nossa candidatura foi a responsável pela realização deste segundo turno”, avaliou Juvenil.A coligação “Juntos com o Povo”, segundo informações de seu comitê de campanha, deverá anunciar com especial destaque a adesão de Juvenil possivelmente ainda nesta segunda-feira, com a presença de Jatene e de outras lideranças tucanas e dos demais partidos coligados.
Almir, Ana Júlia, o PT, o escorpião e a rã
Essa foto aí de cima, de David Alves e distribuída amplamente pela coordenação de campanha da governadora Ana Júlia na última sexta-feira, é histórica.
Convenhamos que é.
Mostra a Sua Excelência a governadora, candidata à reeleição pelo PT, recepcionando com um caloroso, fraterno, cordial e caliente abraço o ex-governador Almir Gabriel, quando ele chegava ao Crowne Plaza para anunciar publicamente seu apoio a Ana Júlia neste segundo.
Se a foto é histórica, o momento, claro, também foi histórico.
Por tudo o que se viu e ouviu.
O que se viu?
Viu-se o furibundo, o virulento, o figadal, o fanático, o raivoso, o visceral, o rancoroso antipetista Almir Gabriel transformado no novo cordeirinho do PT.
O que se ouviu?
Ouviram-se várias coisas, várias pérolas.
Uma delas foi um incentivo, um estímulo, uma forcinha do doutor Almir à sua nova companheira na política.
Disse o doutor Almir, segundo matéria assinada pela jornalista Rita Soares e publicada no Diário do Pará: “A minha expectativa é de que a senhora aprenda com o Lula a governar o Estado do Pará”.
Sim.
Isso mesmo.
Doutor Almir reprovou a nova aliada como governadora.
Doutor Almir tachou-a de aprendiz de governador.
Doutor Almir é quem disse isso.
Sem tirar nem pôr.
Disse-o na lata.
Na chapa.
Na cara.
Disse-o face to face com a governadora, no momento em que se rendia em homenagens a ela.
Doutor Almir – na lata, na chapa, na cara – passou um pito na nova aliada.
Elogiou-a criticando-a.
Criticando-a, acha que a elogiou.
A governadora Ana Júlia, é claro, deve ter desculpado doutor Almir por esse, digamos, ato falho de seu novo aliado.
A governadora haverá de compreender – ou terá compreendido – que doutor Almir, depois de anos e anos de virulência, da fanatismo, de rancor e de furibundices contra o PT e os petistas, não poderia, num estalar de dedos, estender-se logo assim, de chofre, em parolagens amorosas ao PT.
Não, é preciso paciência.
Vão devagar com o doutor.
Doutor Almir, aos poucos, vai aprender a gostar dos petistas e do PT.
Mas é preciso terem paciência com ele.
A governadora Ana Júlia, certamente, terá relevado o pito, a descortesia de que foi alvo, num momento em que ela deveria ser paparicada pelo novo aliado.
Mas não é despropositado especular que, muito embora tenha relevado o pito elogioso (rsss), é muito provável que a governadora também tenha se lembrado daquela fábula da rã e do escorpião.
É famosa.
É conhecidíssima.
Conhecidíssima e emblemática, cheia de significados, como toda fábula que se preza.
É assim.
Uma rãzinha, inofensiva, inocente, ingênua, preparava-se para atravessar uma lagoa. E se encontrou com um escorpião.
O escorpião, que não sabia nadar, pediu à rã que o levasse de carona.
A rã não queria atendê-lo. Tinha medo de levar uma ferroada do escorpião.
Mas diante das juras do escorpião de que nada lhe faria de mal, a rãzinha, condoída e compadecida, acabou cedendo.
E lá se vai a rã com o escorpião às costas. Ao chegar à outra margem da lagoa, o que faz o escorpião?
Senta a pua.
Lasca uma ferroada nas costas da generosíssima rã.
- Mas você me prometeu que não faria isso - reclama a rãzinha, tão generosa, tão condoída, tão inocente e tão ingênua.
Convenhamos que é.
Mostra a Sua Excelência a governadora, candidata à reeleição pelo PT, recepcionando com um caloroso, fraterno, cordial e caliente abraço o ex-governador Almir Gabriel, quando ele chegava ao Crowne Plaza para anunciar publicamente seu apoio a Ana Júlia neste segundo.
Se a foto é histórica, o momento, claro, também foi histórico.
Por tudo o que se viu e ouviu.
O que se viu?
Viu-se o furibundo, o virulento, o figadal, o fanático, o raivoso, o visceral, o rancoroso antipetista Almir Gabriel transformado no novo cordeirinho do PT.
O que se ouviu?
Ouviram-se várias coisas, várias pérolas.
Uma delas foi um incentivo, um estímulo, uma forcinha do doutor Almir à sua nova companheira na política.
Disse o doutor Almir, segundo matéria assinada pela jornalista Rita Soares e publicada no Diário do Pará: “A minha expectativa é de que a senhora aprenda com o Lula a governar o Estado do Pará”.
Sim.
Isso mesmo.
Doutor Almir reprovou a nova aliada como governadora.
Doutor Almir tachou-a de aprendiz de governador.
Doutor Almir é quem disse isso.
Sem tirar nem pôr.
Disse-o na lata.
Na chapa.
Na cara.
Disse-o face to face com a governadora, no momento em que se rendia em homenagens a ela.
Doutor Almir – na lata, na chapa, na cara – passou um pito na nova aliada.
Elogiou-a criticando-a.
Criticando-a, acha que a elogiou.
A governadora Ana Júlia, é claro, deve ter desculpado doutor Almir por esse, digamos, ato falho de seu novo aliado.
A governadora haverá de compreender – ou terá compreendido – que doutor Almir, depois de anos e anos de virulência, da fanatismo, de rancor e de furibundices contra o PT e os petistas, não poderia, num estalar de dedos, estender-se logo assim, de chofre, em parolagens amorosas ao PT.
Não, é preciso paciência.
Vão devagar com o doutor.
Doutor Almir, aos poucos, vai aprender a gostar dos petistas e do PT.
Mas é preciso terem paciência com ele.
A governadora Ana Júlia, certamente, terá relevado o pito, a descortesia de que foi alvo, num momento em que ela deveria ser paparicada pelo novo aliado.
Mas não é despropositado especular que, muito embora tenha relevado o pito elogioso (rsss), é muito provável que a governadora também tenha se lembrado daquela fábula da rã e do escorpião.
É famosa.
É conhecidíssima.
Conhecidíssima e emblemática, cheia de significados, como toda fábula que se preza.
É assim.
Uma rãzinha, inofensiva, inocente, ingênua, preparava-se para atravessar uma lagoa. E se encontrou com um escorpião.
O escorpião, que não sabia nadar, pediu à rã que o levasse de carona.
A rã não queria atendê-lo. Tinha medo de levar uma ferroada do escorpião.
Mas diante das juras do escorpião de que nada lhe faria de mal, a rãzinha, condoída e compadecida, acabou cedendo.
E lá se vai a rã com o escorpião às costas. Ao chegar à outra margem da lagoa, o que faz o escorpião?
Senta a pua.
Lasca uma ferroada nas costas da generosíssima rã.
- Mas você me prometeu que não faria isso - reclama a rãzinha, tão generosa, tão condoída, tão inocente e tão ingênua.
- Eu sei. Eu até me lembrei disso. Eu não queria fazer. Mas é a minha natureza - confessou o escorpião.
Hehehe.
É da natureza – ainda é – do doutor Almir mostrar-se antipetista até quando começa a ser petista.
É da natureza – ainda é – do doutor Almir passar pito em petista até quando pensa o elogia.
É da natureza do doutor Almir.
Ele é o escorpião dessa história.
Os petistas ainda poderão rever seus conceitos em relação a esse new anajulista Almir Gabriel.
Do contrário, serão as rãs da história.
Ou melhor, continuarão a sê-lo.
Hehehe.
É da natureza – ainda é – do doutor Almir mostrar-se antipetista até quando começa a ser petista.
É da natureza – ainda é – do doutor Almir passar pito em petista até quando pensa o elogia.
É da natureza do doutor Almir.
Ele é o escorpião dessa história.
Os petistas ainda poderão rever seus conceitos em relação a esse new anajulista Almir Gabriel.
Do contrário, serão as rãs da história.
Ou melhor, continuarão a sê-lo.
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Da então senadora Ana Júlia Carepa, em discurso no Senado, em 16 de abril de 2003:
“Essa mancha na nossa história, e também para nós, no estado do Pará, ainda continua impune porque infelizmente os verdadeiros culpados não foram presos - lamentou Ana Júlia. [...] Não é possível convivermos com tanta impunidade, que mancha não só o Pará, mas o povo brasileiro.”
Da então senadora Ana Júlia Carepa, em discurso no Senado, em 23 de abril de 2004:
“O massacre de Eldorado de Carajás deve ficar na lembrança como um exemplo de como não se pode aceitar a brutalidade e a repressão contra movimentos sociais que em última análise, com seus erros e seus acertos, são produto de décadas da ausência de medidas efetivas de inclusão social e diminuição das desigualdades, que nunca serão supridas pela violência, venha de onde vier.”
De Almir para Ana Júlia, em 29 de outubro de 2006: “A bandalheira não serve à democracia”:
“Isso é desculpa de perdedor. Na verdade ela sabe que o nosso grupo é de pessoas sérias, honestas. Nós não entramos nesse jogo, queremos a democracia reafirmada. A bandalheira não serve à democracia. Nós queremos a construção de uma democracia séria, correta, e não uma democracia podre, safada. Então não adianta vir com essa conversa fiada.”
Ana Júlia sobre um momento do governo Almir Gabriel, numa postagem em seu blog, em 01 de março de 2010:
Foi nesse assentamento que inaugurei uma das mais belas escolas do governo do Estado, a escola Oziel Alves Pereira, em homenagem a um dos mártires do maior massacre de trabalhadores em todo o mundo, o Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996.
Da governadora Ana Júlia, em outra postagem no seu próprio blog, em 01 de março de 2010, sobre o massacre de Eldorado de Carajás:
“Em Eldorado, caí no choro, aliás, a maioria dos presentes também se emocionou muito. Senti a mesma carga de emoção quando assumi o governo e lá estive para pedir perdão, em nome do governo, às famílias das vítimas do massacre.”
Da governadora Ana Júlia em seu blog, em postagem de 11 de abril de 2010:
“No período entre 1995 e 2006, os servidores públicos do Estado acumularam perdas salariais de 70%. Em 12 anos de governos tucanos, só em 2004 houve um pequeno ganho real.”
Da governadora Ana Júlia, em seu site de campanha, em postagem de notícia de 19 de setembro de 2010:
“A escola de Vila Fátima foi reformada e ganhou arcondicionado. Pela primeira vez os alunos tem uniforme e material escolar, os jovens podem ser capacitados no Bolsa Trabalho, são 720 beneficiados em Capanema. Ainda, a população tem acesso a internet e curso de informática de graça em seis infocentros e ainda levamos o sinal livre de internet sem fio para a praça. Os tucanos fizeram isso? Porque eles não fizeram isso em 12 anos?”
Da governadora Ana Júlia, em matéria publicada no dia 01 de outubro de 2010:
“O Pará não quer voltar para o tempo da miséria. Eles já governaram 12 anos, e, se dependesse deles, não tinha Bolsa Família, não tinha o Prouni, porque eles acham que isso é esmola para o povo. Se dependesse deles, não tinha regularização fundiária. Continuaria o Pará nas manchetes com o massacre de Eldorado (dos Carajás).”
De Almir Gabriel, anunciando seu apoio a Ana Júlia, segundo matéria divulgada no site de campanha da candidata, em 15 de outubro de 2010:
“Ana Júlia, nós não somos adversários porque lutamos pelo povo do Pará e do Brasil. [...] Eu não tenho dúvida que o povo do Pará, o PT, os outros partidos aliados e a banda boa do PSDB já está aqui (com Ana Júlia) e tenho certeza absoluta que virá para cá para deixar o preguiçoso dormir na casa dele. Rumo à vitória de Ana Júlia e de Dilma.”
Trechos de matéria publicada em 15 de outubro de 2010, no site de campanha da governadora Ana Júlia:
Ana Júlia disse que recebe o apoio de Almir Gabriel com “satisfação, alegria e respeito”.
[...]Sobre as críticas à privatização da Celpa e ao massacre de Eldorado do Carajás, temas recorrentes da crítica petista contra Gabriel, Ana Júlia disse que ela e o ex-peessedebista continuam pensando diferente sobre alguns assuntos, ou seja, ela se mantém contra as privatizações e reduziu a violência no campo com a regularização fundiária e ambiental.
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