segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Guerra pela chave do cofre motivou a saída Rosilane da Sefin

Miguel Oliveira
Editor

A ex-secretária de Finanças de Santarém Rosilane Evangelista está sendo ouvida neste momento pela direção municipal do PT para explicar os motivos de sua exoneração do cargo pela prefeita Maria do Carmo, na última quarta-feira, notícia que o leitor do Blog do Estado soube em primeira mão.

Mas o Blog do Estado antecipa, também com exclusividade os verdadeiros motivos da queda Rosilane Evangelista:

1- Divergências da ex-titular da Sefin com o então secretário de planejamento Everaldo Martins Filho começaram quando O Estado do Tapajós revelou, em 2007, a recusa de Rosilane em conceder uma certidão negativa a empresa em débito com o fisco municipal, a pedido de Everaldo.
2-Embora o caso da certidão tenha sido contornado, as relações de Everaldo com Rosilane nunca mais foram as mesmas. Houve um afastamento entre os dois.
3-A prefeita Maria do Carmo naquele episódio da certidão saiu, internamente, em defesa de Rosilane.
4-Após a reeleição de Maria, Rosilane manteve-se na Sefin mesmo na interinidade de José Maria Tapajós. Foi a responsável pela 'guarda' de recursos federais que tinham sido liberados no final no primeiro governo de Maria, mas que não foram usados pelo prefeito em exercício José Maria Tapajós.
5- No segundo governo, Everaldo e Rosilane mantiveram a cordialidade, mas já era notória a quebra de confiança que Everaldo nela depositava desde que a levou para a Sesma, em Belém, na administração de Edmilson Rodrigues.
6-Após o resultado das eleições deste ano, quando todos os candidatos apoiados pelo grupo da prefeita Maria do Carmo foram derrotados no Pará e em Santarém(Ana Júlia, Paulo Rocha e Carlos Martins), Maria pediu que Everaldo retornasse imediantamente ao Planejamento.
7-Everaldo, embora tivesse concordado em retornar à prefeitura somente em janeiro, fez uma exigência à irmã: o controle absoluto das finanças públicas municipais.
8-A prefeita Maria do Carmo informou à Rosilane que ela permaneceria no cargo em 2011, mas que seu trabalho na Sefin se resumiria à arrecadação de tributos. Caberia à Semplan o controle e a distribuição das receitas.
9-Rosilane não concordou com a proposta de imediato. Pediu tempo para pensar. Há cerca de 30 dias, em outro contato com Maria, e vendo que o cerco se fechava contra seu trabalho, informou à prefeita que preferiria deixar logo o cargo, no que a prefeita não concordou e pediu um tempo.
10-Nesse ínterim, Everaldo já começava a articular sua volta e, autorizado pela irmã, viajou a Brasília, mesmo estando ainda na condição de Chefe da Casa Civil, para tratar de assuntos financeiros da prefeitura de Santarém.
11- Quando soube do ocorrido, Rosilane procurou novamente a prefeita e entregou o cargo, alegando que seu gesto evitaria 'problemas no futuro'. Maria, mas uma vez, empurrou a crise com a barriga.
12- Na última segunda-feira, ao ser citada por um oficial de justiça para integrar aos quadros da prefeitura o filho de Rosilane, aprovado em concurso público, Maria telefonou à ainda titular da Sefin para reclamar do ocorrido. Houve bate-boca, troca de ofensas entre a prefeita e a secretária que, mais uma vez, pediu exoneração.
13- Cerca de meia hora após o ocorrido, Maria telefonou à Rosilane e, em rápida conversa, disse-lhe que "aceitava seu pedido de exoneração".
14- No dia seguinte, houve uma conversa entre Maria, Inácio Corrêa e Rosilane, mas o fato já estava consumado.

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