Pedro Ayres escreveu o comentário abaixo sobre a postagem "A derrota anunciada de Ana Júlia", de autoria de Lúcio Flávio Pinto:
Todos os governantes paraenses são e foram as respostas geradas por um processo que precisava que eles fossem de um só modo. A ausência de líderes é apenas o esgotamento de uma economia política e de sua ideologia. Num arquétipo baseado no culto ao indivíduo, embora o seu poder e a sua riqueza adviessem do trabalho coletivo das grandes massas.
Até a triunfal chegada desse modelo, iniciado com a "Redentora" e finalizado com a tríade Collor-Itamar-FHC, o país viveu um momento de grande estímulo intelectual, quando todos se sentiam chamados a colaborar na construção de um Brasil bem diferente daquele que era o paraíso das oligarquias e interesses multinacionais. Assim, não só houve a paralisação desse novo pensar sobre o Brasil, como se definiu o arrivismo como o paradigma da sociedade que começaram a esculpir. Bem ao contrário do que havia entre os anos de 1950/64, por exemplo.
No caso da Região Amazônica, achávamos ser importante uma revisão naquela lógica rooseveltiana, tão bem clara nas linhas da SPVEA, pois, embora víssemos no Estado um elemento fundamental para os processos transformadores, acreditávamos ser possível um novo tipo de desenvolvimento.
Um exemplo foi a energia elétrica, enquanto a maioria defendia o permanente uso de termelétricas, apoiávamos pequenas hidrelétricas ao longo da rede hidrográfica ou através do aproveitamento das correntes fluviais. Junto a isso, como não poderia deixar de ser, defendíamos a transformação da Universidade Amazônica em centro de estudos, pesquisas e de formação de mão-de-obra altamente qualificada para realimentar o próprio sistema universitário e pensar a própria Região, mas, acima de tudo, com capacidade para gerir um desenvolvimento integrado à realidade física e humana da Região.
É, pois, muitíssimo importante que o país volte a se debruçar sobre esses problemas e questões. Temos que voltar a reaprender a pensar o Brasil com uma mente brasileira. E no caso da Região Amazônica, ou do Estado do Pará, fugir de idéias e teses imediatistas, como as que pregam a subdivisão físico-administrativa como a panacéia das panacéias, quando, na realidade, a sua base é falsa e predadora, pois, apenas serve para fortalecer espúrios e aventureiros interesss oligárquicos.
Todos os governantes paraenses são e foram as respostas geradas por um processo que precisava que eles fossem de um só modo. A ausência de líderes é apenas o esgotamento de uma economia política e de sua ideologia. Num arquétipo baseado no culto ao indivíduo, embora o seu poder e a sua riqueza adviessem do trabalho coletivo das grandes massas.
Até a triunfal chegada desse modelo, iniciado com a "Redentora" e finalizado com a tríade Collor-Itamar-FHC, o país viveu um momento de grande estímulo intelectual, quando todos se sentiam chamados a colaborar na construção de um Brasil bem diferente daquele que era o paraíso das oligarquias e interesses multinacionais. Assim, não só houve a paralisação desse novo pensar sobre o Brasil, como se definiu o arrivismo como o paradigma da sociedade que começaram a esculpir. Bem ao contrário do que havia entre os anos de 1950/64, por exemplo.
No caso da Região Amazônica, achávamos ser importante uma revisão naquela lógica rooseveltiana, tão bem clara nas linhas da SPVEA, pois, embora víssemos no Estado um elemento fundamental para os processos transformadores, acreditávamos ser possível um novo tipo de desenvolvimento.
Um exemplo foi a energia elétrica, enquanto a maioria defendia o permanente uso de termelétricas, apoiávamos pequenas hidrelétricas ao longo da rede hidrográfica ou através do aproveitamento das correntes fluviais. Junto a isso, como não poderia deixar de ser, defendíamos a transformação da Universidade Amazônica em centro de estudos, pesquisas e de formação de mão-de-obra altamente qualificada para realimentar o próprio sistema universitário e pensar a própria Região, mas, acima de tudo, com capacidade para gerir um desenvolvimento integrado à realidade física e humana da Região.
É, pois, muitíssimo importante que o país volte a se debruçar sobre esses problemas e questões. Temos que voltar a reaprender a pensar o Brasil com uma mente brasileira. E no caso da Região Amazônica, ou do Estado do Pará, fugir de idéias e teses imediatistas, como as que pregam a subdivisão físico-administrativa como a panacéia das panacéias, quando, na realidade, a sua base é falsa e predadora, pois, apenas serve para fortalecer espúrios e aventureiros interesss oligárquicos.
3 comentários:
Taí uma resposta para esse movimento separatista que muitos de Santarém e de Carajás acreditam ser a solução de tudo. Fica evidente que não vai ser uma divisão que as coisas vão melhorar, pelo contrário, feudos e mais feudos serão criado, e uma elite burguesa vai dominar e ter um poder cada vez maior nessas regiões!
Parabéns ao Lúcio Flávio, um pensador na essência da palavra!
André Vasconcelos
Por mais que se possa admirar o Lúcio Flávio e ele merece, o texto sobre a "Universidade para (re)pensar a Amazônia" é de outro jornalista paraense, Pedro Ayres. Um dos grandes nomes da UAP antes do Golpe de 1964 e ótimo professor de História Contemporânea. Fui sua aluna no Colégio Santa Catarina.
Adriana
Caro Andrei
Embora também veja no Lúcio Flávio um justo merecedor de quase todos os elogios possíveis, desta vez houve um equívoco. O texto sobre "Universidade para (re)pensar a Amazônia" tem outro autor, o jornalista paraense Pedro Ayres. Um paraense que fez história quando universitário e da UAP. Para mim, que fui sua aluna no Colégio Santa Catarina, é motivo de muita alegria saber que ainda mantém o mesmo espírito de luta e amor por sua terra.
Adriana
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