Lúcio Flávio Pinto
No Pará funciona a quarta maior hidrelétrica do mundo, a de Tucuruí. No ano passado o aumento do custo da energia no Estado, a maior do país, foi o item que mais pesou na formação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, que mede a inflação para a classe média. O reajuste da tarifa de energia foi de quase 16%, embora sejamos o quinto maior gerador e o 3º Estado que mais exporta energia no país – ou justamente por isso.
O outro grande peso no IPCA foi o dos alimentados, que cresceram 10,39% em 2010 na capital paraense, com a grande contribuição negativa da carne, que encareceu quase 30%, seis vezes acima da inflação anual. E o Pará possui um dos maiores rebanhos bovinos do Brasil e o município que mais tem gado, São Félix do Xingu. Em função desses dois itens, Belém se tornou a capital brasileira de custo mais alto em 2010. Só a cesta básica aumentou 11%, o dobro da inflação nacional. Comprar uma cesta de alimentos exige 1,3 salários mínimos.
A conclusão é de que, com todas as condições para se tornar auto-suficiente ou pelo menos assegurar parte do seu consumo, Belém continua dependendo de importações, inclusive de alimentos. É um escárnio à política federal de integração da Amazônia, integrada para ficar relativamente mais pobre.
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