quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ministro propõe criação de Wikiflora na Amazônia

Por Flávio Ribeiro

 


 
Em seu segundo e último dia de visitas às instituições de ensino e pesquisa da Amazônica o ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Aloizio Mercadante, conheceu nesta terça-feira (25), a Reserva Experimental Adolpho Ducke do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT). O local é um grande laboratório, que objetiva conhecer as potencialidades da região como a exploração sustentável de diversos frutos. Na ocasião, Mercadante reforçou a necessidade de se instalar um escritório do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) na Floresta Amazônica. 

Para o ministro, o patenteamento da pesquisa precisa fazer parte do dia-a-dia dos cientistas. Mais do que isso, por meio do registro, o Brasil tem condições de transformar estudos  em recursos para mais investimentos.Precisamos entender que o comércio internacional hoje exige que a propriedade intelectual seja patenteada. Necessitamos criar uma cultura entre os  cientistas em patentear o conhecimento para que possamos ter royalties, ter recursos e fomentar a pesquisa no País, destacou.

Além disso, ele propôs a criação de uma plataforma para registro de todos os dados botânicos produzidos no Brasil, inicialmente chamado de Wikflora, na qual ofereceu apoio total com relação à estrutura de tecnologia da informação (TI) para a elaboração do projeto. “Temos a necessidade de fazer a enciclopédia digital da biodiversidade da Amazônia. Precisamos conhecer melhor a nossa riqueza. Outro ponto que precisamos combater é a falta de recursos humanos. Sei que faltam profissionais de botânica para desenvolvimento de cursos de mestrado e de doutorado na região.“Isso é carência que precisa ser resolvida”, enfatizou.

Acompanhando do diretor do Inpa, Adalberto Luis Val, o ministro conheceu o projeto da Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA). Outros destaques foram as pesquisas que o Inpa desenvolve na área alimentícia. A pesquisadora do Instituto, Lúcia Yuyama, explicou sobre a potencialidade dos frutos amazônicos como cubiu e o camu-camu e exemplificou alguns produtos gerados a partir das pesquisas feitas no Instituto como a farinha de pupunha de grande potencial nutricional. 

Mercadante recebeu um livro produzido por pesquisadores do Inpa intitulado Flora da Reserva Ducke - Guia de identificação das plantas vasculares de uma floresta de terra-firme na Amazônia central. O coordenador do programa depós-graduação em Botânica (PPG-BOT), Alberto Vicentini, falou ao ministro sobre a carência de estudos na área de botânica na Amazônia e o quanto se conhece pouco sobre a região.
O gerente executivo do LBA e pesquisador do Inpa, Antonio Manzi, apresentou o projeto LBA que objetiva conhecer sobre o funcionamento da atmosfera da região. Para a pesquisa será instalada uma torre de 320 metros, a primeira desse tipo na América do Sul, instalada na Reserva de desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, em São Sebastião do Uatumã, interior do Amazonas. O projeto é bilateral, cooperação entre o Brasil, representado pelo Inpa e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e a Alemanha, por meio do Instituto Max Planck de Química.


Nenhum comentário: