Fotos e texto: Carlos Bandeira Jr.
Sujeitos de riso fácil, seja a piada mais inocente, esses marmanjos, os carregadores, se esbanjam nas gargalhadas, parece que pra eles a vida não faz cara feia. - E se fizer é fome. É nesse jeito simples que os carregadores do Porto de Santarém levam a vida.
Na rotina frenética vão e vem, carregam e descarregam, vão se equilibrando sobre pontes improvisadas, pulo pra lá e pra cá, e lá vem eles de novo para mais uma carga. É nesse ritmo que seus corpos ganham preparo, os músculos saltam ao corpo e a pele mostra sinais de desgaste pelo castigo diário a tanto sol.
Quando os primeiros raios solares se refratam nas águas do tapajós os carregadores já estão no Porto a espera dos caminhões de mercadorias estacionarem para começarem sua maratona. No horário de pico, entre 6h e 9h, a movimentação é tão intensa que chega a se confundir homem com mercadoria e ai se pode notar a habilidade de equilibrista desses caras que manuseiam cargas maiores do que o próprio corpo em suas cabeças.
Passado o trabalho, lá para as 11h da manhã, é sagrada uma partidinha de dominó, ali pertinho, debaixo das árvores da Praça Tiradentes, que por sinal encontra – se desprezada, totalmente abandonada. É lá que as gargalhadas rolam soltas, historias das mais simples a mais loucas surgem e entre uma jogada e outra um gole, que afinal de contas lá pelas 3 da tarde começa tudo de novo.
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