domingo, 27 de fevereiro de 2011

Paraenses relatam discriminação que sofrem em Manaus

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No Diário do Pará, sob o título DIÁRIO foi a Manaus ouvir os paraenses 

Na primeira semana morando em Manaus, Thaís Santos Araújo Gomes, 23 anos, sentiu saudade da mãe e foi a um ‘cyber’ escrever um e-mail. “Faltou luz e alguém gritou: paraense, tira a mão do meu mouse”, lembra a promotora de marketing. O episódio foi há um ano e três meses. Durante todo esse tempo em que mora na capital amazonense, Thaís já perdeu as contas de quantas piadas e gracejos preconceituosos ouviu. E ela se lembra do conselho recebido na chegada a Manaus.

“Quando eu estava procurando emprego, me disseram para eu não revelar que era paraense. Tem muita raiva aqui. Eu acho que como Manaus tem mais oportunidades e lá no Pará é mais ‘ralado’, quem vem de Belém chega mais qualificado e fica fácil conseguir um emprego. Eles acham então que a gente tá roubando a vaga deles”.

Thaís fala inglês fluentemente. Isso não lhe garantiu emprego em Belém. Em Manaus, tem ocupação e bom salário. Um levantamento feito na cidade e publicado pelo jornal A Crítica, mostra que houve, ano passado, um aumento de mais de 45% em oportunidades de emprego na cidade.

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral da capital amazonense, existem 300 mil paraenses morando em Manaus. Gente que vem da capital Belém e dos municípios paraenses vizinhos ao Amazonas. Gente qualificada e gente de pouca instrução. Belém e Manaus sempre disputaram a primazia de serem as principais metrópoles nortistas. Com a criação da Zona Franca de Manaus pelos militares, a cidade amazonense foi se distanciando aos poucos da cidade considerada rival. Dinheiro e investimentos. E Belém sofrendo na mão de maus gestores.

O que não mudou foi o ranço contra quem é paraense na capital do Amazonas. Todos se dizem indignados com as palavras do prefeito Amazonino Mendes. Mas todos conhecem a palavra usada como sinônimo para ladrão em Manaus. Paraense. O presídio que se chama ‘Puruquequara’, é apelidado de ‘Paraquequara’.

“Isso é porque houve uma pesquisa no início da década de 2000 que mostrou que a maioria dos presos aqui era paraense”, opina Paulo Onofre Castro, membro da Comissão Executiva do PDT no Amazonas. Onofre espalhou pela cidade um manifesto de repúdio ao prefeito Amazonino. “Vossa excelência necessita de tratamento neural intensivo e o povo manauara não pode ser cobaia de um governante explicitamente desequilibrado”, escreveu.

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Um comentário:

Paulo Emilio disse...

NOSSA! O DIÁRIO DO PARÁ VEM PARA MANAUS ESCUTAR OS PARAENSES QUE AQUI RESIDEM? VAI UM CONSELHO: ABRAM UMA FILIAL EM MANAUS, POIS ISTO É SERVIÇO PARA MAI DE 50 ANOS!!!