Belém - O governador Simão Jatene concedeu nesta quarta-feira (2) entrevista após participar da instalação da 17ª Legislatura e da leitura da Mensagem do Governo do Pará à Assembleia Legislativa. Entre os vários desafios a serem enfrentados pelo Governo do Estado, como dívidas astronômicas e déficit público, ele destacou a esperança de poder superar essas dificuldades com a união em torno de um objetivo comum: o pacto pelo Pará, com a participação de todos os poderes, dos segmentos sociais e servidores do Estado.
Governador, o senhor citou em seu discurso diversos desafios a enfrentar. A dívida deixada pelo governo anterior é o principal desafio?
Acho que mais do que a dívida, a combinação entre a dívida e o déficit é que torna explosiva a situação. O que é o déficit? O déficit é aquela diferença que todo mês o Estado vai ter que compensar, porque tem uma despesa maior que a receita. É a combinação que torna esse momento maios difícil, porque se você tem dívida mas tem um salário maior, tem como pagar a dívida. Mas nós, o Estado, temos uma dívida e, mais do que isso, um déficit. Ou seja, a receita do Estado está menor do que as despesas.
Que equação é possível fazer para resolver o problema?
Há dois caminhos, e os dois caminhos se combinam. O primeiro é que se tem que elevar a receita e reduzir as despesas. É claro que a elevação da receita não depende só do governo, não é resultado de uma ação imediata. É por isso que imediatamente é preciso agir no controle da despesa, porque tem uma resposta mais imediata.
O Executivo já anunciou um corte de 20 a 30% no custeio. O sr. acha que os outros poderes também devem seguir esse caminho?
Vou conversar ainda com os outros poderes. Obviamente, os poderes são independentes, mas espero solidariedade. Minha fala é o que eu penso. Somente um grande pacto, a união, a cooperação entre os poderes, e inclusive com a própria sociedade, e até mesmo com os servidores, é que nos levará a vencer esses obstáculos. Alguém pode dizer: lá vem a conversa que não pode dar aumento para os servidores. Mas temos que colocar na cabeça que somos capazes de fazer esse pacto, um pacto que envolva toda a sociedade, sobretudo para ajudar a população mais carente, porque ela não aguenta mais pagar sozinha o preço alto. Precisamos ter a maturidade para buscar o reequilíbrio entre despesa e renda.
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