quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A OAB-PA em transe

Parsifal Pontes

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Jarbas Vasconcelos, que surfou de paladino da Justiça na onda de irregularidades constatadas na Alepa, pedindo prisão sumária dos supostos envolvidos nas fraudes, conseguiu afogar a OAB-PA em lava incandescente, “como nunca se viu antes na história do Pará.”.

Arredado da presidência por uma intervenção decretada pelo Conselho Federal, no atalho das irregularidades do “Caso Altamira”, Vasconcelos bancou a Dalva de Oliveira naquela canção que o Herivelto Martins dedicou a ela, “Atiraste uma pedra”, e resolveu “atirar uma pedra no peito de quem só lhe fez tanto bem”: cometeu, em entrevista dominical a “O Liberal”, que “a gestão anterior deixou um rombo de R$ 2 milhões”.

A gestão anterior foi exatamente o telhado que na noite de frio serviu de abrigo a Vasconcelos, apoiando-lhe na trama engendrada para guinda-lo ao cargo de presidente da OAB-PA, enquanto Ophir Cavalcante tomaria um Airbus rumo a Brasília, para presidir o Conselho Federal.

Incomodado com o rombo, o ex-presidente da OAB-PA, Sergio Couto, interpelou Vasconcelos: quer que ele batize, com nome e sobrenome, quem cavou o rombo. 

Entrementes, o advogado Afonso Arinos Lins Filho assina uma nota, carimbando-a com a chancela da Comissão de Meio Ambiente da OAB-PA, a qual preside, repudiando a intervenção e exigindo “administrativa ou judicialmente, a absoluta transparência das contas dos dirigentes atuais e anteriores, para responderem civil, criminal e administrativamente pelo eventual prejuízo causado à Instituição.”. 

O Conselheiro Ismael Moraes reagiu aos termos da nota e, em repto, sugeriu que Afonso Arinos “represente acerca dos fatos criminosos que ele (Afonso Arinos) sugere tenham ocorrido”, desafiando-o a “assinar embaixo e protocolar, assumindo os riscos de responder por denunciação caluniosa ou algo pior.". 
Para compor o enredo da ópera, o advogado Edilson Santiago, como forma de protestar contra as ignobilidades sofridas pela OAB-PA, resolveu contribuir à cantata com uma ária digna da voz de Caruso: anunciou uma greve de fome em frente ao velho Casarão, que só ainda não ruiu com os ventos que lhe açoitam porque os cálculos da estrutura foram feitos à moda antiga, quando não se economizava concreto. 

Imagem: “Batalha de Nova Orleans”, de Percy Moran.

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Atualização:

O advogado criminalista Edílson Santiago, 55, decidiu encerrar, ontem, a greve de fome, iniciada ao meio-dia de anteontem, em protesto pela situação em que se encontra a seção paraense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA), que está sob intervenção do Conselho Federal da Ordem, após irregularidades na tentativa de venda de terreno da OAB em Altamira.
Hipertenso, Santiago foi convencido por médicos e familiares a encerrar o protesto depois de passar 24 horas sem comer

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