Do Blog do Parsifal
Lendo uma reportagem do “Estado de S. Paulo”, sobre uma das maiores tragédias, provocadas por fogo no Brasil, um incêndio que tomou o Gran Circo Norte-Americano em Niterói, na noite de estreia em 17.12.1961, quando morreram 503 pessoas e centenas de pessoas restaram feridas, um quadro episódico merece ser postado aqui, pela sua peculiaridade.
Quem conta a cena é o médico Márcio Torres, à época com 26 anos e apenas três de formado:
Conta Torres que nos primeiros dias depois do incêndio, viu um homem caminhar entre os leitos de queimados no Hospital Antônio Pedro, em Niterói.
De repente o homem apressou-se a sentar em uma cadeira ao lado de uma das mesas da enfermaria e, sem se conter, abaixando a cabeça entre as mãos, começou a chorar alto e compulsivamente.
Márcio Torres, acreditando que se tratava do parente de uma das vítima, foi ter com ele para lhe retirar da enfermaria. Ao se aproximar e tocá-lo, foi tomado de surpresa: tratava-se do então presidente João Goulart.
“Não trocamos nenhuma palavra. Eu o peguei por um braço, o bispo de Niterói o pegou por outro, e o ajudamos a deixar a enfermaria”, conta o médico, hoje com 76 anos.
Jango, como sói saber, foi apeado da presidência pelo golpe militar de 1964.
Clique aqui para ler um infográfico preparado pelo “Terra”, sobre a tragédia do Gran Circo Norte-Americano.
Fotos: AE
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