Agência Pará
A Polícia Civil divulgou, nesta quinta-feira, 9, os resultados da operação "Avalanche" deflagrada na cidade de Uruará, sudoeste do Pará, a cerca de mil quilômetros de Belém. Realizada pelas Polícias Civil e Militar do Pará, sob coordenação da Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos (DRRB), vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), a ação policial contou com apoio do Núcleo de Inteligência Policial (NIP), do Grupo de Pronto Emprego (GPE), do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar e de policiais civis e militares da Superintendência Regional de Altamira e da Delegacia de Uruará.
Os agentes desarticularam e prenderam uma quadrilha especializada em roubos contra instituições bancárias na modalidade conhecida por "vapor" em que bandidos armados sitiam cidades e fazem reféns na fuga após o assalto. Com os presos, dezenas de cartuchos, uma arma de fogo e outros materiais usados nos crimes foram apreendidos. A operação policial, explica o delegado Ivanildo Santos, diretor da DRCO, é resultado de um plano de ação articulado pelo Sistema de Segurança Pública do Pará, para prevenir e reprimir, de forma integrada, crimes praticados por quadrilhas armadas contra instituições financeiras registrados, principalmente, no interior do Estado.
A ação policial foi deslanchada após o Núcleo de Inteligência da Polícia Civil ter detectado movimentação suspeita de "quadrilheiros" na região. A desarticulação do bando teve início após a prisão de Paulo Henrique Moreira Pinto, natural e residente em Altamira. Ele foi encontrado na Rodovia Transamazônica, zona rural de Uruará, no último dia 6. Paulo foi abordado pelos policiais após deixar o restante da quadrilha em um acampamento próximo da cidade de Placas, na mesma região.
O bando pretendia assaltar a agência do Banco da Amazônia. Paulo Henrique dirigia um veículo Voyage de placas JHW-1904, do Distrito Federal, de propriedade do policial militar Gilmar Pinheiro dos Santos. Dentro do veículo, no momento da abordagem, foram apreendidos dois estojos deflagrados de munição calibre 380. Diante da prisão, as equipes policiais deslocaram-se até o acampamento da quadrilha onde foram presos José da Silva Viana, conhecido por "Zezinho da Júlia" ou "Zezinho do Curral"; Gilmar Pinheiro dos Santos (policial militar); Eduardo (ou Antonio) Lopes da Silva, de apelido "Daniel Cabeça", e Andreive Coelho Barros, de apelido "Cabeça" ou "Cabeção".
Havia um quinto integrante do bando, de nome Denício Gonçalves Queiroz, também conhecido pelas alcunhas de "Barbudo", "Gaúcho", "Fazendeiro", "Maurício" e "Wesley", que estava fora do acampamento trafegando em um carro modelo Fiat Pálio, de placas NOL-4564, de Manaus-AM.
Durante a abordagem ao acampamento da quadrilha, os policiais foram recebidos a tiros de armas de fogo por parte dos bandidos. Ao revidar os disparos, os policiais conseguiram fugir pelo meio da mata fechada, abandonando no local um rifle de calibre 223; munições de calibre 556; 252 cartuchos intactos de calibre 12; uma bússola; um casaco camuflado; uma corda de retinida; uma máscara tipo brucutu; duas emulsões de explosivos e mantimentos para se manterem na mata fechada após o crime.
A ação policial evitou a execução do plano criminoso da quadrilha que seria roubar a agência do Banco da Amazônia do município de Placas. "É de conhecimento das Polícias, que a quadrilha, além do armamento e munições apreendidos, portava ainda quatro espingardas de calibre 12, um fuzil de calibre 556 e uma pistola importada da fabricante Glock de calibre 380, armas que até o presente momento não foram encontradas", explica o delegado.
O policial civil ressaltou que, durante a fuga, os bandidos tomaram de assalto um veículo de um morador local, que por ali passava de madrugada, e se dispersaram na região, "Integrantes do bando ficaram nas cidades de Uruará, Brasil Novo e Altamira", apurou. Já no último dia 7, os policiais, após a identificação de todos integrantes da quadrilha, prenderam com apoio da Corregedoria da Polícia Militar de Altamira, o policial militar Gilmar Pinheiro dos Santos, no momento em que ele chegava em casa em Altamira.
Também foi preso Francisco José Moreira do Nascimento, na noite do mesmo dia, em Uruará. Ele é responsável pelo apoio logístico para a quadrilha em Uruará. Com ele, 28 munições de fuzil calibre .30 foram apreendidas. Na casa dele, uma pistola de calibre 380, com dois carregadores e seis munições, também foram apreendidos. Em continuação às investigações, por volta de 23 horas do dia 7, Denício e "Daniel Cabeça" foram localizados em um ramal que dá acesso ao rio Iriri, zona rural de Uruará, a cerca de 12 quilômetros da sede do município, em ação conjunta das Polícias Civil e Militar, sob comando do delegado André Costa, titular da DRRB, e do capitão Silvio, da Corregedoria da PM de Altamira. No momento da abordagem, houve troca de tiros com os assaltantes em que Denício foi baleado.
Ele chegou a ser socorrido ao hospital local, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O comparsa dele, "Daniel Cabeça" fugiu por dentro da mata. "Há indícios de que os integrantes da quadrilha sejam responsáveis por diversos assaltos também na região do Baixo-Amazonas, como os roubos aos bancos de Rurópolis, Medicilândia, Novo Repartimento e Pacajá ocorridos em 2011, bem como de outros roubos a bancos ocorridos em outros Estados, como Amazonas, Bahia, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão", ressalta o delegado Ivanildo Santos.
As buscas para localizar e prender o restante da quadrilha permanecem como esforço conjunto das Polícias Civil e Militar, em Uruará, junto com unidades do GPE e da COE e ainda com apoio dos demais municípios da região, sob coordenação da Superintendência da Polícia Civil de Altamira e Comando Regional da Polícia Militar de Altamira. "Essas ações preventivas já estão sendo desenvolvidas em outras regiões do Estado e novas operações semelhantes devem ocorrer em breve", assegura o delegado.
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