Quatro homens envolvidos no linchamento de João Augusto Farias Viana,  apelidado de “Mungu”, foram presos na noite de quarta-feira (8) em Vila  Curuai, zona rural de Santarém, oeste do Pará, por policiais civis e  militares. Miguel Régis de Sousa, de apelido “Tica Bode”, 36 anos; José  Régis de Sousa, conhecido por "Zé Bucho”, 33; Domingos Régis de Sousa,  mais conhecido por “Dominguinhos”, 27, e Nilson Farias Cerdeira, 33,  apelidado de “Professor Nilson”, são apontados como os responsáveis por  incitar o assassinato.
Eles tiveram as prisões temporárias decretadas pelo juiz Gerson Marra  Gomes, titular da 10ª Vara Penal Privativa. Os presos foram conduzidos  para a sede da 16ª Seccional Urbana em Santarém nesta quinta-feira (09).  As ordens de prisão foram cumpridas pelas equipes de policiais civis da  Superintendência Regional do Baixo e Médio Amazonas, da Seccional  Urbana de Santarém e do NAI (Núcleo de Apoio à Investigação), com apoio  das Delegacias de Monte Alegre, Óbidos e Juruti.
José Augusto foi morto a tijoladas e pauladas no último dia 22 de  janeiro, na Vila Curuai, região do Lago Grande, nos limites de Santarém  com os municípios de Óbidos e Juruti, por um grupo de pessoas, entre as  quais os acusados. Eles foram identificados em imagens do linchamento,  registradas por telefone celular.
Motivação - “Mungu” foi retirado de um posto de saúde  pelos acusados e morto em frente ao local. Ele era acusado de ter  assassinado com uma facada o líder comunitário Rosivan Silva de Sousa,  durante uma partida de futebol na comunidade de Cruzador, próxima à Vila  Curuai. Três dos quatro presos – Miguel, Domingos e José - são irmãos  de Rosivan.
Para chegar à região, os policiais utilizaram barco, lancha de  abordagem e motocicletas das Polícias Civil e Militar. Participaram da  prisão o efetivo da Vila Curuai e policiais militares do Grupamento  Tático Operacional do CPR-I (Comando de Policiamento Regional), com sede  em Santarém.
Os agentes foram para Vila Curuai, situada a cerca de oito horas de  barco da sede de Santarém. Na localidade, saíram em busca dos homens  apontados como os principais incentivadores do linchamento, com  participação direta no crime. Durante a prisão, um dos acusados disse  que tinha problemas cardíacos, e acabou sendo levado ao Hospital  Municipal de Juruti, onde passou por uma avaliação médica, que não  diagnosticou nenhuma anormalidade cardíaca. O médico receitou apenas um  calmante.
Segundo os policiais, prosseguem as investigações para identificar os  outros envolvidos no linchamento. O inquérito é presidido pelo delegado  Luiz Paixão, da Seccional Urbana de Santarém.
Texto: Walrimar Santos-Polícia Civil
 
 
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