segunda-feira, 12 de março de 2012

Corrosão financeira da Celpa afeta a Rede Energia

Do Espaço Aberto

A situação de corrosão financeira que pôs a Celpa em estado de recuperação judicial - a antiga concordata - acabou contaminando a própria Rede Energia, controladora do grupo, que também está sendo afetada por outra subsidiária, a Centrais Elétricas Matogrossenses (Cemat). Matéria do Valor Econômico informa que a Fitch Ratings reduziu a nota de crédito da Rede Energia e da Cemat. Ambos os ratings atribuídos à dívida de longo prazo em moeda estrangeira e local foram rebaixados para “C”. Antes, os ratings das empresas se situavam em “CCC” e “B-”, respectivamente. No caso da Celpa, o rating atualmente atribuído pela agência de risco já é “D”.
As alterações, segundo a agência de risco, foram baseadas nos efeitos previstos pelo recente pedido de recuperação judicial da, cuja dívida pode chegar a R$ 2 bilhões, sendo que, em ICMS, a empresa deve mais de R$ 100 milhões ao governo do Pará.
“A liquidez já apertada de Rede e Cemat será ainda mais restringida”, avalia a Fitch em documento divulgado na última sexta-feira, mirando os custos adicionais a serem embutidos nos bônus lançados pela Rede Energia diante de um caso de insolvência de uma subsidiária. Para a agência de risco, a estrutura de capital do grupo não é sustentável mesmo com uma melhora no perfil de endividamento após a reestruturação da dívida da Celpa.

Aplicação na Celpa pode dar prejuízo ao FGTS

Apesar da extensa lista de projetos de infraestrutura em busca de financiamento, o FI-FGTS escolheu um ativo de risco para colocar o dinheiro do trabalhador brasileiro. Depois da Nova Cibe, do Grupo Bertin, agora é a Celpa, distribuidora de energia elétrica do Pará, que ameaça o patrimônio do Fundo de Garantia.
Em 2010, foram investidos no grupo Rede Energia, controladora da concessionária, R$ 600 milhões. Desse total, R$ 500 milhões foram para o cofre da Celpa, que acaba de entrar com pedido de recuperação judicial e poderá perder a concessão.
O FI-FGTS foi criado em 2008 com recursos do Fundo de Garantia para ajudar no financiamento de projetos de transportes, energia e saneamento básico. Até o último balanço divulgado pela Caixa, que faz a administração e gestão da carteira, já haviam sido investidos quase R$ 20 bilhões em debêntures, cotas de fundos e ações de empresas.
Nesse último caso, das 15 companhias que receberam investimentos, 12 tiveram perdas de R$ 369 milhões. Mais de dois terços desse prejuízo foram provocados por Rede Energia e Nova Cibe. Procurada, a Caixa enviou uma nota ao Estado na qual afirmou que essas reduções são contábeis (de revisão dos valores de investimentos) e não vão significar perdas para o trabalhador. Como há outros ativos de melhor qualidade no fundo, a rentabilidade continua positiva, mas abaixo da prevista.
Leia mais aqui: Estadão.com

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