sexta-feira, 16 de março de 2012

Situação da Celpa é pior do que parece

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Parsifal Pontes

A situação financeira da CELPA é contabilmente falimentar: a concordada é um derradeiro suspiro caso a Eletrobras não se apresente à contingência de intervir na distribuidora.
> Todo o Grupo Rede estaria em dificuldades
Agrava a situação o índice de que, diferente do que se havia como certo, as amarguras de liquidez estendem-se à todo o Grupo Rede, que estoca um passivo de aproximados R$ 10 bilhões.
Em sendo a notícia verdadeira, responsabilidades do ministro das Minas e Energia devem ser cobradas: o ministério, que está por ofício obrigado a ter conhecimento destas idiossincrasias, não deveria ter consentido que o Grupo Rede continuasse a estocar dívidas, que ora se revelam impagáveis, quando a concessão que opera é de interesse público incondicional.
> Distribuição de energia no Pará ameaçada
O estado concordatário da Celpa pode levar a um colapso da distribuição de energia no Pará. A empresa não mais conseguirá crédito para tocar as suas atividades assim como não conseguirá fluxo de conta corrente para prover suas terceirizadas, principalmente aquela que lhe faz as manutenções das linhas.
Deste modo, o que a empresa já fazia mal, tende a piorar e, ao cabo, estagnar. Se a Eletrobras não pular no bonde e pegar o timão a estagnação tenderá ao descarrilamento.
> À merencória luz das lamparinas
Então viverá o Pará a ironia de, ao mesmo tempo, ter a maior geradora nacional de energia (Usina Hidrelétrica de Tucuruí) em seu território, tendo os mais abastados que ligarem os seus grupos geradores, e a geral voltar às lamparinas.
A luz das velas em determinadas conjunturas pode até ser romântico, mas na que se apresenta é uma tragédia protagonizada pela negligência.

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