Lúcio Flávio Pinto
O ex-governador
Almir Gabriel foi destaque na propaganda institucional da prefeitura de Belém
na televisão. Apareceu na tela sendo recebido no PTB pelo dono do partido, o
prefeito Duciomar Costa, que lhe fez festa. A cena pode ser entendida como
propaganda fora de época, já que Almir é o pré-candidato do Partido Trabalhista
Brasileiro à sucessão de Duciomar. Se o fato ficar caracterizado, pode custar a
candidatura de Almir, por impugnação à justiça eleitoral. O alcaide também pode
ser denunciado por desvio de finalidade: a propaganda oficial não é para
promover políticos, nem mesmo o chefe da comuna, principalmente quando não está
no cumprimento do seu dever de ofício, como no caso.
Ninguém atentou
para a impropriedade ou foi uma armadilha para descartar a problemática
candidatura de Almir Gabriel? Só o tempo poderá responder. Desde já, contudo,
pode-se lamentar esse epílogo de biografia do ex-prefeito de Belém.
Completamente desligado do seu passado, da coerência e do bom senso, ele cede
sua imagem para quem dela quiser fazer uso, desde que imagine tirar algum
proveito do episódio.
Foi Almir quem
repassou à prefeitura (então de Edmilson Rodrigues) as máquinas usadas no
programa da macrodrenagem das baixadas de Belém, ao fim da sua execução. O
mesmo Almir aplaudiu a controvertida licitação de duas semanas atrás, quando a
prefeitura entregou de vez o que sobrou dessa frota para a empresa que dela
vinha fazendo uso, sem controle, com a suspeita de jogo de cartas marcadas e
cultivo de laranjas que não são plantadas na terra, mas germinam com um
simbolismo argênteo.
Sem falar no
detalhe de que um médico com diploma verdadeiro posa ao lado do seu padrinho, o
“médico” de diploma falsificado, que o doutor Almir apoiou para o elevado voo
senatorial e do qual, agora, depende para esse sonho (ou ilusão) de voo
rasteiro pela eleição municipal.
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