A Construtora C. R. Almeida, com sede no Paraná, é a sexta maior empreiteira do Brasil. Seu dono, Cecílio do Rego Almeida, tentou ser também o maior proprietário rural. Não só do país: do mundo.
Ele chegou a se considerar dono de quase sete milhões de hectares de terras no
vale do rio Xingu, que constituiriam o 21º maior Estado brasileiro. Teria
consolidado esse domínio se não tivesse se defrontado com alguns representantes
da sociedade. Na defesa do patrimônio público, esses cidadãos enfrentaram o
poderoso empresário e conseguiram impedir que ele transferisse para o seu
nome terras que, na verdade, eram públicas.
Para que esse resultado fosse alcançado foi preciso deslocar em 2002 o processo da justiça estadual, que sempre proferiu decisões favoráveis ao grileiro, para a justiça federal, que, no final de 2010, mandou cancelar os registros imobiliários fraudulentos lavrados no cartório de Altamira.
Mas para um dos personagens principais desse combate, o jornalista Lúcio Flávio Pinto, o preço por esse desempenho foi ser condenado a indenizar o grileiro. Seu crime: chamar o grileiro de pirata fundiário. Parece surreal e absurdo, mas foi a decisão do Tribunal de Justiça do Estado. Em seu
livro, Grileiros mais juízes: ameaça às terras do Pará, editado em Santarém pela Editora O Estado do Tapajós, Lúcio narra essa saga inacreditável. Custa crer que ela tenha se desenvolvido diante dos sete milhões de paraenses sem provocar a reação devida e proporcionar as lições necessárias. A principal delas: é preciso ter consciência do que realmente acontece na Amazônia para poder defendê-la.
Talvez este livro consiga, por sua leitura atenta, estimular a atenção dos paraenses para o seu rico e ameaçado patrimônio. Enquanto é tempo.
----
Serviço: dia 26 de maio de 2012
Local: Espaço Pérola do Tapajós. V Salão do Livro do Baixo-Amazonas.
Sessão de autógrafos: 19 horas( Estande do jornal O Estado do Tapajós)
Palestra: 17 horas( Escola Parque) Parque da Cidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário