terça-feira, 23 de outubro de 2012

O Brasil dos novos prefeitos ainda é o País dos contrastes



 O Brasil que os prefeitos eleitos e reeleitos irão receber em 2012 é um País com grandes avanços principalmente na renda e consumo, mas com deficiências gritantes nos serviços oferecidos pelo Estado.

Os últimos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 (POF), do IBGE mostram, por exemplo, que mais de 96% dos domicílios contam com televisores e geladeiras. Há fogões em 98,7% das casas dos brasileiros.

Com relação a fogões e geladeiras, já temos índices semelhantes ao dos EUA.

-Por outro lado, o acesso ao saneamento básico, por exemplo, chega a apenas 55,8% dos domicílios e 31,1% ainda não têm pavimentação na rua.

Na educação, mais um vexame. A taxa de escolarização de jovens de 15 a 17 anos caiu de 85,2% para 83,7% entre 2009 e 2011.

Pelos números gerais, é possível concluir que os principais avanços ocorridos no Brasil são fruto de medidas como a estabilidade econômica, repasses de recursos à população e aumento do crédito.

São melhorias que vieram em boa parte como consequência de ações tomadas pelo governo PSDB/Democratas. A atual gestão ainda se beneficiou de uma economia consolidada e uma onda de crescimento mundial. Com mais recursos em caixa, foi possível insistir no aumento real do salário mínimo e expandir os programas sociais existentes.

Por exemplo, entre 2001 e 2011, o rendimento médio mensal do trabalho avançou 16%, descontada a inflação. Essa variação foi bem mais expressiva para as faixas de menor renda. Segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) com base na Pnad, nos últimos dez anos o ganho real de renda dos 50% mais pobres da população foi de 68%.

Já o crédito total dobrou no mesmo período. Passou de 25% do Produto Interno Bruto em 2002 para 51% em agosto deste ano.

 Entre 2003 a 2011, a expansão dos empregados com carteira assinada foi de 48,1%, diante de um crescimento do total dos ocupados de 21,3% no período.

Com relação à internet, o acesso à rede já está presente em 37% dos domicílios. A luz elétrica chegou a 99,3% dos municípios. É preciso esclarecer que o governo PSDB/Democratas já havia deixado esse índice em 96% devido a ações como o Luz no Campo.

O contraste se revela quando se sabe que 39,7% das residências não contam com rede de abastecimento de água e coleta de lixo e esgoto adequado.

Em comparação, de acordo com o censo da população americana, em 2011 apenas 0,6% das casas dos EUA não contam com água encanada, chuveiro e vaso sanitário com descarga.

Apenas 52,5% dos domicílios brasileiros - ou cerca de 30 milhões - são considerados adequados pelo IBGE. Falta o básico em mais 27 milhões de moradias - onde vivem quase 105 milhões de pessoas. Em 2000, a parcela das residências brasileiras que eram consideradas adequadas era de 43,9%.

Regionalmente, esses dados são ainda mais dramáticos. Na Região Norte, o percentual de lares adequados cai para 16,3% e no Nordeste, 35%. Na outra ponta, o Sudeste tem taxa de 68,9% de residências adequadas e o Sul, 59,35%.

Nas residências onde moram crianças de zero a seis anos, essa parcela cai para menos de 30%. E na região Norte a 8,8%

Quando se olha por critérios discutíveis como “raça”, os “brancos” moram em domicílios melhores. São 63% contra 45,9% dos negros morando em casas consideradas adequadas. Em 2000, eram 53,9% e 34%, respectivamente.

De maneira espontânea, a fecundidade tem caído no Brasil. De acordo com o Censo, em 2010, as mulheres tinham 1,90 filho, taxa abaixo do nível de reposição, que é de 2,1 filhos e garante a substituição das gerações. Em 1960, eram 6,28 filhos por mulher.
As maiores quedas aconteceram entre as mulheres “pretas” no Nordeste (29,1%), Norte (27,8%) e Sul (25,3%).

Ainda que a taxa tenha caído, o Censo mostra que ainda há distância entre o número de filhos quando são consideradas as mulheres nos extremos das faixas de renda (3,9 filhos para as que ganham até 1/4 de salário mínimo; 0,97 filho para aquelas com mais de cinco mínimos).

Cada vez mais as mulheres são chefes de família. No ano 2000, 22,2% das famílias eram chefiadas por mulheres. Neste ultimo censo o índice se chegou a 37,3%.

O IBGE traçou um perfil de quem são os chefes de família. A maioria ainda são mulheres sozinhas com filhos. Nos lares onde a presença feminina é a referência, só 46,4% são casadas. Quando o responsável é homem, o percentual sobe para 92,2%.

Os dados do IBGE mostram um país onde se consome mais, há proporcionalmente menos crianças, mais idosos e contrastes gigantescos no papel do Estado, que estimulou o consumo sem oferecer contrapartida em áreas fundamentais de qualidade de vida e futuro melhor, como nos casos dos números da educação e do saneamento básico.(Rede Democratas)

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