sábado, 2 de março de 2013

Pesquisa estuda aproveitamento de resíduos florestais na Flona Tapajós


flonaBrasília – O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) participa de pesquisa sobre o aproveitamento de resíduos florestais (toras e troncos de árvores) na Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, no Pará. Os resíduos são oriundos de exploração de produtos madeireiros, prevista no Plano de Manejo Florestal em vigor na Flona.

O estudo é desenvolvido em parceria com o Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef), da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), e a Cooperativa Mista Flona Tapajós Verde (Coomflona).

O objetivo é quantificar e propor diretrizes técnicas para a extração, além de avaliar a  viabilidade do uso dos resíduos florestais pelo setor moveleiro. Tem como base arranjo feito com as movelarias comunitárias existentes no interior da unidade de conservação (UC) e o Plano de Manejo Florestal.

Início

A pesquisa começou em 2011 com a cubagem (cáculo da capacidade cúbida) de toras e galhos de 520 árvores, distribuídos em 21 espécies comerciais. A ação permitiu que se fizesse uma estimativa do volume de resíduo por árvore. Na ocasião, servidores do ICMBio, Ibama, Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Ufopa estiveram em campo para definir os objetivos do estudo.

Em janeiro deste ano, foi iniciada a extração dos resíduos autorizados para a Unidade de Produção 7 (UPA  7), explorada no final de 2012. Desde então, o processamento vem sendo feito nos pátios de estocagem, previstos no Plano de Manejo Florestal, onde a madeira retirada da floresta é acumulada temporariamente.

Para beneficiar a madeira, é utilizada uma serraria portátil, licenciada na área de manejo na autorização de exploração de 2012 – UPA 7. A madeira serrada, produzida a partir do beneficiamento dos resíduos, será destinada, agora em março, às movelarias comunitárias existentes no interior da Flona do Tapajós.

As informações geradas pela pesquisa serão utilizadas pela CoomFlona no Plano de Manejo Florestal e poderão viabilizar o licenciamento da exploração dos resíduos florestais em larga escala. Com isso, será possível, no futuro, a venda da madeira beneficiada aos moveleiros de Santarém e Belterra, cidades próximas à UC, abastecidas, provavelmente, com madeira ilegal.

A cooperativa

A CoomFlona é formada por comunitários residentes na Floresta Nacional do Tapajós. Atua no manejo florestal madeireiro e não madeireiro desde 2005 em uma área objeto de um Contrato de Concessão de Direito Real de Uso (CCDRU) de 18.785 hectares no interior da Flona.

A cooperativa integra um grupo de trabalho formado por representantes do ICMBio, SFB e Ufopa que desenvolve, desde 2010, ações com objetivo de reestruturar a cadeia produtiva de móveis na Flona do Tapajós.

Dentre outras ações – licenciamento de serraria portátil na área de manejo florestal, aquisição de equipamentos para as movelarias, capacitação dos moveleiros –, o grupo articulou a realização do atual estudo com pesquisadores da Ufopa. (Comunicação ICMBio)

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