Paulo Leandro Leal
Especial
A planta de extração de bauxita da Alcoa no município de Juruti, oeste do Pará, só deve entrar em operação no final do ano, provavelmente em novembro ou dezembro. O cronograma inicial previa que a operação da Mina de Juruti começaria em agosto. A empresa refez os seus planos e adiou o início das operações para setembro, mas devido ao atraso nas obras, os primeiros grandes navios que transportam bauxita só devem ancorar em Juruti no último trimestre deste ano.
O gerente de Desenvolvimento da Mina de Juruti, Tiniti Matsumoto Jr., informou que a expectativa da Alcoa era iniciar a operação em agosto, mas devido principalmente ao inverno amazônico, a previsão é que a mina só entre em operação no final do ano. "Estamos considerando para o quarto trimestre, porque esperávamos que começasse a chover forte somente em fevereiro, mas choveu muito deste o mês de dezembro", disse Tiniti, explicando que foram praticamente dois meses que as obras não puderam avançar como o pretendido por causa das chuvas.
De acordo com relatório feito pela Alcoa em janeiro, cerca de 60% das obras já foram executados. Na construção da Ferrovia que liga o porto à mina, foram executados 67% das obras nos dos bueiros; 62% da terraplanagem e 46% do aterro. Na área do porto, retroporto e terminal geral de cargas, 20% do estaqueamento do porto já foram concluídos, 98% dos pré-moldados já foram fabricados (apenas 14% foram montados) e 55% dos tirantes do virador de vagões já foram realizados.Na área de beneficiamento e da lagoa de espessamento, as obras avançaram um pouco mais.
Segundo relatório da Alcoa, 31% do aterro da lagoa de espessamento já foram concluídos, 100% das fundações dos prédios do beneficiamento estão concluídos e 18% das superestruturas dos prédios estão prontas. Na rodovia que dá acesso à área de exploração da bauxita, foi feita a terraplanagem até o quilômetro 31 e a supressão vegetal até o quilômetro 46.
Com investimento de 1,75 bilhões de reais, a planta da extração e beneficiamento primário de bauxita em Juruti teve suas obras iniciadas no final de 2006. Segundo Tiniti, a data de início da operação vai depender das condições climáticas. "Tudo vai depender se as chuvas vão até junho ou se pára de chover mais cedo", diz o gerente geral. Segundo ele, as obras de terraplanagem são as mais comprometidas no período chuvoso e, se o inverno acabar antes do previsto, o embarque de bauxita poderá começar em setembro.
O que pode ser uma notícia não muito boa para a Alcoa, agrada e muito empresários de todo o Pará e os trabalhadores que atuam na construção do projeto. Com mais tempo para o fim das obras, as empresas que fornecem produtos e serviços para a Alcoa em Juruti devem faturar mais. As empresas paraenses já faturaram mais de 200 milhões fornecendo para o projeto da Alcoa. O prolongamento das obras também é bom para os trabalhadores diretos do projeto. Até dezembro do ano passado, existia um total de 5.480 empregados lotados em Juruti. E os maiores beneficiados novamente são das pessoas do estado. Segundo a Alcoa, 79,8% dos trabalhadores contratados são do Pará, enquanto 20,2% são oriundos de outras regiões do Brasil.
Respeito ao meio ambiente e responsabilidade social pautam o projeto
"Conquistar diariamente o direito de operar o empreendimento". Este é uma frase que vem sendo difundida pela Alcoa e que se traduz em números e ações de respeito ao meio ambiente e responsabilidade social. Prova disso é que até dezembro, a empresa conseguiu a consecução de 95% dos Planos de Controle Ambiental (PCAs) nos meios biótico, físico, socioeconômico e gerencial.
Os PCAs garantem que as obras sejam realizadas observando medidas que visam a minimizar o máximo possível os impactos ao meio ambiente e às comunidades locais. Entre as medidas está a redução da área de supressão vegetal e projetos que ajudam a aumentar a renda e a qualidade de vida das comunidades, além de ações que visam manter preservadas a flora e a fauna.
Segundo Tiniti Matsumoto Jr, em janeiro houve novos avanços na consecução dos PCAs e cerca de 97% dos mesmos foram executados até agora. A capacitação em mão-de-obra também tem sido levada a sério em Juruti.
Através de um contrato de 1.8 milhões com o Serviço nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), por meio do qual foram qualificados cerca de 2.800 profissionais. Entre os cursos oferecidos estão os de pedreiro, ferreiro-armador, carpinteiro de forma, topógrafo, operador de moto-serra, segurança do trabalho e meio ambiente. O diálogo com a comunidade também faz parte das ações da mineradora.
Segundo Tiniti, a Alcoa está criando junto com a comunidade um programa de oficinas de integração que visa a criação de um conselho consultivo formado por moradores, organizações sociais, empresários, lideranças políticas, igrejas e outros representantes da sociedade. A criação deste conselho deverá dar novos passos este mês, quando será realizada mais uma oficina de integração em Juruti. "Temos uma expectativa muito boa quanto a criação deste conselho", disse Tiniti.
2 comentários:
Parabéns a O Estado do Tapajós pela cobertura, sempre nos trazendo notícias exclusivas e importantes para a nossa região.
Antonio Mendes Sousa.
Bom Dia:
Tive a oportunidade de visitar as obras da Alcoa em Juruti. Confesso que fiquei impressionado com a monstrosidadde do empreendimento, e principalmente pela preocupação que a empresa tem com o meio embiente. Possuem pessoas altamente qualificadas em cada setor. Conheci pessoalmente a sistemática de trabalho e os profissionais ligados a empresa que cuidam do meio ambiente e com a comunidade de Juriti. Juriti deve muito a essa empresa, e deve sentir-se orgulhosa por isso, pois o retorno está aí prá quem quisier ver. Parabens pela reportagem.Parabens Juruti. Um abraço.
Postar um comentário