É estranha a postura da Cargill diante do quadro que se avizinha por conta da elaboração do Eia/Rima do porto da empresa em Santarém.
Há cerca de dois anos a empresa se fechou ainda mais para a comunidade. Talvez em decorrência dos imbroglios judiciais que teve que enfrentar. Mas, mesmo vencendo a batalha jurídica que lhe garantiu a manutenção do porto na Vera Paz, o mais isento dos observadores pode anotar que a Cargill obteve uma vitória de Pirro, isto é, ganhou mas não levou.
Neste ano, a empresa preferiu agir nos bastidores. Sem dar maiores explicações, se antecipou à publicação do acórdão do TRF-1ª Região que lhe obriga a elaborar o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental e contratou uma empresa paulista para fazer o Eia/Rima. Mas até agora, a direção da empresa, em São Paulo, não fez qualquer pronunciamento oficial sobre o assunto.
Quem conhece os meandros da correlação de forças político-ideológicas em Santarém já pode notar que a Cargill já não dispõe do mesmo apoio institucional que obteve no passado. Daí se antever que a compensação ambiental que a empresa terá que saldar vai-lhe custar ainda mais caro. Muito pouco a empresa fez retornar a cidade que lhe abriu as portas no passado.
Mas, desconhecendo a correlação de forças hoje existente no município, um alto dirigente da empresa esnobou, na semana passada, um velho parceiro seu nos momentos de crise com o judiciário e as Ongs.
Mas este parceiro, como tanto outros, já vêem a Cargill de maneira diferente.
Só a Cargill não vê que os tempos mudaram em Santarém.
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