Alesandra Branches
Repórter
Poucas escolas da rede estadual de ensino estão com seus laboratórios de informática funcionando. Das raras que ainda conseguem oferecer o serviço para os estudantes, o funcionamento é precário, e caminha a passos lentos, já que o número de computadores e professores graduados em educação informatizada é insuficiente para atender a demanda de alunos da rede estadual em Santarém.
Exemplo disso pode ser constatado na escola estadual de ensino médio Wilson Fonseca, no bairro da Nova República, que atualmente possui um laboratório com 25 computadores e apenas uma professora para dar conta de mais de 1200 alunos. "Atualmente a nossa maior dificuldade é organizar o horário da nossa professora que possui apenas 100 horas para trabalhar no educandário. Com isso, ela divide o tempo para poder atender todas turmas", revela a diretora da escola, Julia Pinheiro de Sousa, comentando que os alunos ainda debocham da situação do laboratório de informática, que não está conectado em rede e possui apenas um ponto de internet. "Nós recebemos muitas críticas dos alunos que pensam que a culpa é da direção. Fazemos o possível para ajudar os estudantes, porém não nos compete melhorar a infra-estrutura, não temos dinheiro para isso", explicou a diretora.
Além disso, Júlia Pinheiro destacou que devido à demora para colocar as máquinas para funcionar, alguns computadores ficaram com defeito e foram enviados para Belém e nunca mais voltaram. "O laboratório estava pronto desde 2006 e só começou a funcionar em 2007. Diante disso, alguns tiveram problemas e foram levados para a 5ª URE (Unidade Regional de Educação)que por sua vez enviou para a Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) em Belém. Dos quatro computadores que foram para manutenção, apenas um voltou. Isso porque, um dos nossos professores foi a Belém, e conseguiu depois de muita burocracia trazê-lo para a escola", frisou a diretora.
Na escola Álvaro Adolfo a situação é idêntica. "Tem computador, mas não há profissionais para trabalhar no laboratório", explica a diretora daquele educandário, Joana da Cunha Bernardo, revelando que a única professora lotada para trabalhar no laboratório da escola está de licença maternidade. "Temos apenas uma professora lotada para trabalhar aqui. Entretanto, ela está de licença e ninguém foi colocado em seu lugar pela 5ª URE. Em vista disso, já enviamos uma solicitação a unidade regional de educação para que solucione o nosso problema, oferecendo mais três profissionais ao nosso laboratório", destacou a diretora.
Na Escola Estadual Frei Ambrósio a situação é melhor. Apesar da professora lotada para a instituição trabalhar somente à noite, os demais professores foram capacitados para manusear o sistema Linux. "Nos outros períodos, os professores que precisam da sala de informática para desenvolver suas atividades se deslocam para o laboratório e manuseiam o programa sem problemas. Contudo, as turmas são divididas, ou os alunos sentam a dois, já que só temos oito computadores", revelou o vice-diretor da escola, Cristiano Lima.
A diretora da 5ª URE, professora Raimunda Nonata foi procurada pela reportagem mas não foi encontrada porque viajou para Belém esta semana.
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