Gisele de Freitas
Repórter
O diretor do Detran (Departamento de Trânsito) do Pará, Lívio Assis afirmou em entrevista exclusiva ao Jornal O Estado do Tapajós que as cidades de Santarém e Ananindeua receberão um sistema de controle de trânsito que estará entre os melhores do Brasil. Segundo Assis, a governadora Ana Júlia Carepa recomendou que o interior do Estado tivesse um enfoque especial, o que está resultando em uma descentralização das ações na capital.
Entre as melhorias previstas para os usuários do Detran em Santarém está a emissão de documentos na própria cidade, um maior controle nas vendas de carteiras e a adição de balanças de pesagem em rodovias estaduais.
Assis destaca que a principal mudança ocorrida em sua gestão foi a descentralização das ações da capital, interiorizando mais o órgão. A mudança no interior teria sido marcada principalmente pelas reformas que foram realizadas nas sedes de algumas cidades. A diminuição na demora na expedição de documentos também é comemorada pelo diretor. Ele garante que atualmente em 24 horas são emitas carteiras de habilitação, além de documentos de legalização de veículos.
A emissão dos mesmos ainda é em Belém, mas o diretor garante que no máximo até 20 de junho este procedimento já estará disponível nas cidades de Santarém e Marabá e posteriormente em outros municípios.
Para a melhoria do controle de tráfego, o Detran aposta em um sistema de trânsito que está sendo criado para as cidades de Santarém e Ananindeua e após deverá se estender para Marabá e Castanhal. O sistema contará com monitoramento através de câmeras, que enviarão as imagens diretamente para uma central, onde haverá um funcionário do Detran monitorando. “As câmeras deverão ser instaladas nas ruas de maior movimento, entradas de escola, etc. Este sistema será um dos mais modernos do Brasil” garante Assis.
Também está programado para ser implantado em Santarém controladores eletrônicos de velocidade, mais conhecidos como araras. Para Assis, o método só incomoda pessoas que infligem a lei, para as demais representa segurança. Ele entende que este sistema já foi muito contestado, inclusive judicialmente, mas que o Superior Tribunal de Justiça já aprovou a utilização do método. “Em cidades paulistas como Santo André a aprovação dos controladores pelos motoristas chega a ser de 85%. Os mais incomodados são os que possuem maior poder aquisitivo, eu sou favorável ao método e não considero indústria de multas, mas sim da vida” relatou. Para o diretor, as estatísticas garantem a diminuição dos acidentes após a utilização dos sistemas controladores em diversos municípios.
Assis também falou sobre a venda de carteiras, que segundo ele está praticamente zerada no Pará e também a nível nacional. Antigamente alguns alunos de auto-escola faziam a carteira sem assistir aulas e nem mesmo participar das práticas e realizar provas. Assis garante que houve uma fiscalização grande nas escolas, que resultou inclusive no fechamento de algumas e que medidas foram tomadas, como a obrigação do aluno colocar a marca de sua digital dos documentos que assina no dia da prova. Também está prevista a instalação de câmeras nas salas de aula para monitorar a presença dos alunos durante as 15 horas de aulas teóricas que são obrigatórias.
Quanto à Medida Provisória do governo Federal, que proíbe o comércio de bebidas ao longo das rodovias federais, Assis acredita que devam acontecer algumas mudanças. Após uma reunião com a Associação Nacional dos Detrans (AND), membros da Câmara Federal informaram que nas rodovias que cortam as cidades, como é o caso da Santarém Cuiabá, deverá ser liberado o comércio de bebidas pelo menos nos locais de perímetro urbano.
As taxas que são cobradas pelo Detran, alvo de reclamação de diversos usuários, também foram comentadas pelo diretor, de acordo com ele, as taxas são únicas em todo país e diferentes em alguns locais, como no Norte, por exemplo, são inferiores as cobradas no Sul, em função do menor poder aquisitivo que possui a população local. “As taxas cobradas no Pará estão de acordo com a regulamentação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Antigamente para cada serviço se pagava uma taxa, hoje a taxa é única” garantiu Assis. A arrecadação do órgão no último ano aumentou em 30% e março registrou um aumento de 32% em relação ao mesmo período do ano passado.
Sobre as balanças de pesagens, o diretor garante que o Detran sempre participou da medida em parceria com o Conselho Estadual de Trânsito (Cetran) e acredita que o limite de peso deve ser obedecido, pois seis meses são suficientes para estragar uma rodovia nova se houver tráfego de muito peso, o que gera reclamações do próprio usuário. No primeiro mês do ano passado o Detran arrecadou mais de R$ 500 mil nas pesagens, uma média inferior aos outros anos, o que demonstra que os motoristas estão se adequando as normas de trafegabilidade.
O diretor destaca como problema a falta de balanças, atualmente existem três operando nas rodovias paraenses e seriam necessárias 18 para atender a demanda. “Este ano haverá a instalação de mais cinco balanças, duas na região, uma será na BR 163 e outra na Curuá-Una” destacou.
Assis está deixando a direção do Detran para assumir a direção de uma estatal. Ele avalia que sua gestão foi boa e que o órgão mudou, principalmente no sul do Pará. Ele garante que gostaria de ter feito mais pelo trânsito no estado.
“O Detran era um órgão de terceira categoria e isto mudou muito. Se eu pudesse fazer mais alguma coisa gostaria de terminar com a mortalidade nas estradas e levar a zero o índice que ainda é de 20%” concluiu Assis.
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