Jornal do Brasil
O ar mais puro, resultado da redução na queima de carvão, pode ajudar a destruir a Amazônia este século, sustenta um estudo publicado ontem na revista Nature. Os autores defendem uma ligação entre a redução das emissões de dióxido de enxofre – provenientes da queima de carvão – e o aumento das temperaturas nas águas do Atlântico Norte. O oceano mais quente elevaria o risco de secas na Floresta Amazônica, afirmam, porque altera o regime de chuvas.
– Geralmente a poluição é algo ruim mas, nesse caso, melhorar a qualidade do ar pode ironicamente levar à seca na região – defende Peter Cox, pesquisador da Universidade de Exeter, no Reino Unido, que liderou o estudo.
Os pesquisadores usaram um modelo que simulou os impactos da mudança climática na Amazônia e comparou com dados da seca de 2005, que devastou parte da mata.
O programa é capaz de projetar o impacto dos aerossóis no clima da Amazônia. Apesar de serem contaminantes, a pesquisa demonstrou que esses produtos limitam indiretamente o impacto das mudanças climáticas já que, ao refletirem a luz do sul, evitam o aquecimento da superfície terrestre.
Nos anos 70 e 80, segundo o estudo, altas concentrações de aerossol nas áreas industrializadas do Hemisfério Norte contiveram os efeitos das mudanças climáticas nas águas do Atlântico Norte, provocando mais chuvas sobre a Amazônia. Contudo, as reduções das emissões de dióxido de enxofre das fábricas leva a uma diminuição dos níveis de aerossol, provocando o aquecimento das águas do Atlântico. Como conseqüência, os parâmetros de chuva se modificaram e em 2005 houve a forte seca da Amazônia.
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