52% dos cidadãos não vêem mudanças climáticas como problema grave enquanto 46% se preocupam com a situação segundo os resultados do estudo "Os Brasileiros Diante das Mudanças Climáticas - Imaginando o Impacto do Aquecimento Global". Nele, constatou-se que as pessoas sentem-se mais alarmadas do que informadas, enquanto o discernimento entre o que pode e deve ser feito está sujeito a ambigüidades e dúvidas.
Para se chegar a esta conclusão, foi analisada a visão da população diante do quadro de conseqüências cotidianas, propondo reflexão sobre a percepção do fenômeno ambiental e a capacidade de mudar esta situação. A inquietação sobre os prováveis efeitos negativos derivados do aquecimento global fica clara quando se expõem questões como problemas de saúde humana, secas e escassez de recursos como água potável, perda de flora e fauna com a extinção de várias espécies, aumento do nível do mar e padrões climáticos extremos.
Além de apontar para a combinação de alguns destes pontos ou de todos eles juntos, o fator mais temido e esperado pelo brasileiro é a seca com a escassez de água (23%), seguido pela extinção de espécies (16%) e um clima cada vez mais radical (14%).
Segundo Fabián Echegaray, diretor da Market Analysis, os consumidores do país revelam um quadro misto de certezas e conflitos sobre o desafio da sustentabilidade ambiental. "Apesar de as opiniões estarem divididas, - 52% não acreditam que as mudanças climáticas sejam um problema tão grave, enquanto 46% apresentam real preocupação com o assunto -, os brasileiros emergem como o povo mais autoconfiante sobre o tema entre os que pertencem a sociedades em desenvolvimento", afirma Echegaray.
"Existe uma fraca associação entre perceber o fenômeno ambiental como crítico no plano pessoal e se sentir capaz de mudar a situação", contrapõe. No Brasil, 40% das pessoas sentem-se suficientemente competentes para realizar mudanças pessoais que ajudam a alterar a desordem ambiental. Porém, ao focar naqueles que exibem fortes percepções sobre o assunto, a incidência atinge apenas 16,1%, considerados como a minoria consciente e efetivamente mobilizada. Este grupo se diferencia dos demais pelo maior nível de informação sobre o aquecimento global, e por seu alinhamento favorável com as ações de ONGs, especialmente se ambientais ou filantrópicas.
Percepção mundial sobre o aquecimento global
Apesar de não se sentirem vítimas do fenômeno, os países desenvolvidos concentram o maior número de consumidores com sentimentos de competência pessoal para lidar com a situação. No outro extremo, a grande massa de países emergentes percebe-se como vítima das mudanças climáticas, sem condições de dar resposta eficaz.
Ficha técnica:
Os dados fazem parte da pesquisa Barômetro Ambiental, estudo anual realizado com exclusividade pela Market Analysis no Brasil, sendo reproduzido simultaneamente em outros 21 países, por meio de uma rede de institutos de pesquisas parceiros. Amostras representativas dos adultos entre 18 e 69 anos, residentes nas oito principais capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife e Brasília. Entrevistados 802 adultos, pessoalmente no domicilio do entrevistado. Margem de erro de aproximadamente 3,4%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário