quinta-feira, 8 de maio de 2008

Viagens intermunicipais podem ficar mais caras

Alessandra Branches
Repórter

As embarcações que fazem linha para os municípios vizinhos podem encarecer o preço das passagens devido ao aumento do óleo diesel. A previsão é de que o reajuste de R$ 1,95 para R$ 2,23 do litro do diesel, reflita no bolso dos passageiros a partir dos meses de junho e julho, período de maior pico de vendas, haja vista a chegada das férias. As despesas com óleo diesel podem aumentar em até R$1.000 o custo das viagens de embarcações que atualmente sofrem com a baixa temporada.
“Um navio de médio porte que viaja para Manaus gasta em média 4,5 mil litros de óleo diesel para fazer uma viagem, o que representa 20% dos gastos que o proprietário da embarcação tem para manter a linha. Uma viagem custa aproximadamente de R$ 13 a R$ 15 mil, ida-e-volta”, explicou o dono de uma agência de viagens, José Maria Guimarães, acrescentando que as cargas são as que mantêm as linhas ainda funcionando. “A maioria das embarcações que viaja pelos municípios da região se mantém devido o grande fluxo de cargas que abastecem os navios e dão lucros aos empresários, já que o período é de baixa temporada”, contou.
“Tem navio com capacidade de 130 passageiros que só leva 70 por viagem e para fazer que todos realmente embarquem o preço da passagem é reduzido de R$ 160 para R$ 100, caso contrário, poucos viajam e os prejuízos aumentam. São mais de 20 navios que fazem as linhas intermunicipais levando passageiros também para Belém, Manaus e Macapá”, disse o comandante de uma embarcação que preferiu não se identificar com medo de ser denunciado pela concorrência, uma vez que ele não obedece à tabela da ARCON.
“Infelizmente não é só que faço isso. Tem outros companheiros que se arriscam duplamente para garantir os passageiros, mas, quando chega o período de férias a gente tem que atender a tabela senão nós somos penalizados”, diz temendo que o nome de sua embarcação fosse revelado.
Mas o possível aumento das passagens deverá atender critérios da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (ARCOM), já que o órgão é responsável por estabelecer o preço das tarifas em todo o estado, evitando valores abusivos e que prejudiquem a população. “Nós somos regulados pela ARCOM que pesquisa e estipula o preço que deverá ser cobrado pelas agências de viagens e donos de embarcações. Por isso, acredito que se tiver que aumentar as passagens a ARCOM intermediará, já que nas suas atividades de regulação e controle, a ARCON faz a normatização, padronização dos serviços públicos, bem como a fixação, reajustamento e revisão ou homologação de tarifas”, explicou o empresário Maurício Gomes. Apesar do fluxo de passageiros ser ainda tímido para os municípios da região, a cidade de Juruti desponta com a líder de venda de passagens.
“Na segunda-feira saíram dois navios praticamente lotados com destino a Juruti. São dezenas de homens, mulheres e famílias que vão atrás de trabalho e com o intuito de constituir um espaço para ganhar dinheiro.
Nas últimas semanas muitos passageiros não conseguiram embarcar e tiveram que esperar os proprietários das embarcações devolvessem o dinheiro. Um grupo foi impossibilitado de embarcar e reclamava aqui no cais”, contou seu José Maria, acrescentando que o município de Oriximiná fica em segundo lugar no número de vendas de passagens. “A verdade é que as cidades onde estão instaladas as grandes mineradoras colaboram significativamente para a economia regional, como acontece aqui no cais. Todo dia tem carga saindo e muita gente embarcando e desembarcando”, concluiu seu Maria.

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