Pauta para Jânio
Ubaldo Corrêa voltou confiante de uma audiência que, no início de agosto de 1961, o presidente Jânio Quadros concedeu, em Brasília, a vários prefeitos do interior do país. Todos puseram expor diretamente suas reivindicações e ouvir de pronto a resposta do presidente. A pauta de Ubaldo incluía aspirações históricas de Santarém, ignoradas ou mal atendidas até então, e inovações que acabariam não se efetivando:
- Hidrelétrica de Curuá-Una, na cachoeira do Palhão. Cinco engenheiros e 30 homens da Grubima, empresa de São Paulo, vencedora da concorrência pública (e também a do porto), se encontravam trabalhando no local. Verbas comprometidas pelo governo haviam sido liberadas. Estrada seria aberta para possibilitar o transporte de material pesado necessário à obra.
- Iluminação pública da cidade. A rede em uso era considerada quase imprestável. Os postes foram fincados sem orientação técnica. A Companhia Alvorada, contratada para realizar o serviço, prometia concluí-lo em 1962.
- Mercado novo em andamento. Faltava chegar o cimento adquirido.
- Cais de arrimo. A prefeitura prometia fazer nascer "da esburacada e carcomida rua Adriano Pimentel" uma "linda avenida rodeada por uma parede de concreto" do cais de arrimo, que se tornaria "a sala de visitas da cidade".
- Ampliação do serviço de água pelo Sesp (Serviço Especial de Saúde Pública).
- Transporte intermunicipal rápido e eficiente através de três helicópteros, que seriam baseados em Santarém.
- Grande hotel para a cidade, com financiamento já acertado, para a construção de prédio de quatro andares. Um grupo empresarial teria manifestado interesse. A Associação Comercial indicou um grupo de trabalho para tratar do assunto, integrado por Almerindo Ferreira, Francisco Coimbra Lobato, Joaquim da Costa Pereira e Raimundo Paes.
- Ambulância, já adquirida, para atender o serviço de pronto socorro da cidade.
- Linha de navegação permanente e quase direta entre Santarém e Manaus, servida por três navios da Costeira.
- Pavimentação de praças e ruas, a começar pela rua João Pessoa. O presidente ofereceu ao prefeito um trator esteira novo, de fabricação alemã.
Jânio prometeu fazer uma parada em Santarém, quando fosse a Manaus, em setembro, participar de um encontro com governadores. Mas não cumpriu a promessa: renunciou antes à presidência da república.
Ubaldo Corrêa voltou confiante de uma audiência que, no início de agosto de 1961, o presidente Jânio Quadros concedeu, em Brasília, a vários prefeitos do interior do país. Todos puseram expor diretamente suas reivindicações e ouvir de pronto a resposta do presidente. A pauta de Ubaldo incluía aspirações históricas de Santarém, ignoradas ou mal atendidas até então, e inovações que acabariam não se efetivando:
- Hidrelétrica de Curuá-Una, na cachoeira do Palhão. Cinco engenheiros e 30 homens da Grubima, empresa de São Paulo, vencedora da concorrência pública (e também a do porto), se encontravam trabalhando no local. Verbas comprometidas pelo governo haviam sido liberadas. Estrada seria aberta para possibilitar o transporte de material pesado necessário à obra.
- Iluminação pública da cidade. A rede em uso era considerada quase imprestável. Os postes foram fincados sem orientação técnica. A Companhia Alvorada, contratada para realizar o serviço, prometia concluí-lo em 1962.
- Mercado novo em andamento. Faltava chegar o cimento adquirido.
- Cais de arrimo. A prefeitura prometia fazer nascer "da esburacada e carcomida rua Adriano Pimentel" uma "linda avenida rodeada por uma parede de concreto" do cais de arrimo, que se tornaria "a sala de visitas da cidade".
- Ampliação do serviço de água pelo Sesp (Serviço Especial de Saúde Pública).
- Transporte intermunicipal rápido e eficiente através de três helicópteros, que seriam baseados em Santarém.
- Grande hotel para a cidade, com financiamento já acertado, para a construção de prédio de quatro andares. Um grupo empresarial teria manifestado interesse. A Associação Comercial indicou um grupo de trabalho para tratar do assunto, integrado por Almerindo Ferreira, Francisco Coimbra Lobato, Joaquim da Costa Pereira e Raimundo Paes.
- Ambulância, já adquirida, para atender o serviço de pronto socorro da cidade.
- Linha de navegação permanente e quase direta entre Santarém e Manaus, servida por três navios da Costeira.
- Pavimentação de praças e ruas, a começar pela rua João Pessoa. O presidente ofereceu ao prefeito um trator esteira novo, de fabricação alemã.
Jânio prometeu fazer uma parada em Santarém, quando fosse a Manaus, em setembro, participar de um encontro com governadores. Mas não cumpriu a promessa: renunciou antes à presidência da república.
Começo do hidrômetro
Um funcionário do Sesp passou um dia inteiro, em agosto de 1961, batendo de porta em porta pela cidade. Perguntava à entrada se havia torneiras defeituosas na casa, "quando deveria pedir licença, entrar e verificar se as torneiras estavam funcionando com perfeição", segundo O Jornal de Santarém. Na maioria das residências ocorria vazamento, que provocava desperdício de água "em volume incalculável". Daí a constante falta de água.
O abuso, porém, tinha data para acabar: a prefeitura e o Sesp assinaram convênio, em agosto de 1961, para a criação e instalação do Serviço Autônomo de Água e Esgotos, que seria administrado pelo órgão federal. O primeiro chefe foi Dilton de Melo Leite, engenheiro do Sesp.
Além da ampliação da rede de tubulação e melhoria do serviço de água, começariam a ser instalados hidrômetros, medindo o consumo dos moradores. Eles passariam a pagar pelo que gastassem. Até começar a vigorar essa inovação, o pagamento ainda seria feito por uma tabela, que considerava como referência o salário mínimo (da taxa equivalente a 2%, para o consumo público até 15 metros cúbicos, até o máximo de 55% do salário mínimo, para o consumo industrial de 121 metros cúbicos em diante) e a quantidade de torneiras.
Um funcionário do Sesp passou um dia inteiro, em agosto de 1961, batendo de porta em porta pela cidade. Perguntava à entrada se havia torneiras defeituosas na casa, "quando deveria pedir licença, entrar e verificar se as torneiras estavam funcionando com perfeição", segundo O Jornal de Santarém. Na maioria das residências ocorria vazamento, que provocava desperdício de água "em volume incalculável". Daí a constante falta de água.
O abuso, porém, tinha data para acabar: a prefeitura e o Sesp assinaram convênio, em agosto de 1961, para a criação e instalação do Serviço Autônomo de Água e Esgotos, que seria administrado pelo órgão federal. O primeiro chefe foi Dilton de Melo Leite, engenheiro do Sesp.
Além da ampliação da rede de tubulação e melhoria do serviço de água, começariam a ser instalados hidrômetros, medindo o consumo dos moradores. Eles passariam a pagar pelo que gastassem. Até começar a vigorar essa inovação, o pagamento ainda seria feito por uma tabela, que considerava como referência o salário mínimo (da taxa equivalente a 2%, para o consumo público até 15 metros cúbicos, até o máximo de 55% do salário mínimo, para o consumo industrial de 121 metros cúbicos em diante) e a quantidade de torneiras.
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Na foto, Jânio Quadros faz comício em Santarém, em frente ao atual Museu João Fona.
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