Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós
Mais uma vez o governo de Ana Júlia Carepa projetou nacionalmente uma imagem ruim. Novamente perdeu uma batalha de comunicação. O PT pode alegar que a posição da imprensa a seu respeito é sempre negativa e preconceituosa. Admitindo-se que haja razão para a queixa, justamente por isso a atitude dos seus representantes devia ser mais eficiente. Mas não é, muito pelo contrário. Ao invés de ir num fim de noite em visita sigilosa à Santa Casa, a governadoria devia ter ido imediatamente às emissoras de rádio e televisão para lamentar as mortes, se solidarizar com as famílias, admitir a culpa, prometer corrigi-las e antecipar o que podia fazer de pronto. A reação do governo demorou quase duas semanas e se materializou em um encarte de quatro páginas nos jornais – pago, naturalmente. E ruim.
Em vários pontos o governo está certo, mas mesmo ao abordá-los não é convincente. Ao invés de serenidade e humildade, necessárias para ter credibilidade diante do erro, responde em tom agressivo ou laudatório, que não é adequado para o momento. Ao invés de prestar contas à opinião pública, faz propaganda. Esta, como requer comparecimento ao caixa dos jornais, talvez indique a natureza da iniciativa, de comprar o silêncio, pagando o preço que foi cobrado.
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