Correio Brasiliense
O câncer de mama é o tipo da doença que mais mata mulheres no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que cerca de 49.400 novos casos serão registrados em 2008 no país. A reincidência, na maioria das vezes (por volta de 85%), ocorre perto do local onde o primeiro tumor apareceu. São nódulos em fase inicial e que exigem tratamento imediato. Para esse grupo feminino, surge um novo tipo de radioterapia: a intra-operatória. O procedimento consiste em uma única aplicação de radiação, feita durante a cirurgia para retirada do tumor, em substituição às 20 sessões normalmente exigidas.
No Brasil, o tratamento é oferecido em poucas cidades — Belo Horizonte, Campinas, Porto Alegre e São Paulo. Em agosto, uma clínica de radioterapia de Taguatinga passará a oferecer o serviço no Distrito Federal. “A terapia ainda é tida como experimental, mas apresenta bons resultados”, diz o mastologista Sílvio Bromberg. Segundo o médico, para se tornar uma opção definitiva, falta a publicação de um estudo de grande escala, com mais de mil casos, conduzido pelo médico italiano Umberto Veronesi, que foi quem desenvolveu a técnica.
A desvantagem é o custo: a radioterapia intra-operatória não está na lista de procedimentos pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou pela maioria das seguradoras de saúde, e a paciente precisa desembolsar cerca de R$ 8 mil. Para Bromberg, a intra-operatória será a radioterapia do futuro e apresenta um custo-benefício grande para a paciente. “A mulher passa por um trauma muito grande quando lida com um câncer de mama. Fazer duas coisas ao mesmo tempo ajuda a superar isso.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário