Diante da alta do preço da carne na região e em todo o Brasil especialistas garantem que o motivo que gerou tal aumento foi a boa oferta do mercado estrangeiro que está pagando bem mais pela carne produzida na região do baixo amazonas.“Exemplo disso foi o embarque de mais de 1000 rezes no mês passado do porto de Santarém rumo a Venezuela. Todo o rebanho exportado é oriundo de municípios como Altamira, Itaituba e Uruará e demais cidades da região que são consideradas as maiores produtoras deste área”, comenta o pecuarista Antonio Damasceno dizendo que é preciso que os produtores invistam mais e aumentem seu rebanho a fim de que nos próximos anos a população não seja penalizada com a falta da carne.
“Eu falo isso preocupado com a possibilidade de faltar carne para abastecer Santarém, já que o número de bovinos criados na região mal abastecem o município, sendo necessário abater bois de município vizinhos para atender o mercado local”, comenta o produtor que tem as informações confirmadas pelo médico veterinário da Agencia de Defesa Agropecuária do Pará (ADEPARA), Ronilson Pena.
“O rebanho de Santarém não consegue manter a demanda do mercado local. Conforme registrado da ADEPARA estão cadastrados cerca de 120 mil cabeças de gado que é o rebanho municipal, numero insuficiente para atender a cidade. Por isso, dependemos muito de animais de outros municípios do baixo amazonas”, destacou o veterinário dizendo que o setor produtivo está ciente da situação e vai tomar providencias para melhorar a situação. “Os produtores estão sabendo dessa situação e eu acredito que vão tomar providências a fim de encontrar mecanismos para que o mercado local não seja prejudicado com a falta de bovinos. Para o representante de um dos maiores frigoríficos da região norte e nordeste que vem comprar carne na região de Altamira e Uruará, Sérgio Silva, o mercado está desaquecido.
“Eu não diria que pode faltar carne, mas sim, que no momento os produtores estão deixando o preço ficar ainda mais alto para vender a carne e por isso vimos uma oscilação do preço do produto no mercado”, explica Sérgio acrescentando que isso vai durar por pouco tempo. “Logo, logo os pecuaristas começarão a comercializar os bois pronto para o abate, posto que já se inicia uma escassez de pasto, período que os animais começam a perder peso. Portanto, precisam vender os bois de imediato e troca-los por mamotes para que eles não tenham prejuízos”, ressalta.
O representante do frigorífico revela ainda que há uma guerra entre os navios que levam os produtos para exportação e os frigoríficos regionais. “Ninguém quer perder. Todos querem os melhores produtos”, diz Sérgio que compra carne para abastecer o mercado do município de Castanhal, norte e nordeste do país.
Porém, como o preço pago pela exportação é muito melhor, o gado acaba sendo levado para fora do país, um novo mercado que se abriu na região e quer pegou a todos de surpresa. Bom para o produtor que te seu produto mais valorizado. Ruim para o consumidor. Único a perder nessa guerra de mercado, pois acaba pagando mais caro o bife de todo o dia. Pelo que tudo indica essa situação ainda deve continua nesse início de entressafra, pois há informações de que os compradores de gado para exportação organizam um embarque de gado para o mercado libanês partindo do porto de Santarém.
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