quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Falta de comunicação prejudica preenchimento de vagas no SINE

Alessandra Branches
Repórter

Mesmo com um número acentuado de vagas ofertadas pelo Sistema Nacional do Emprego em Santarém (SINE) poucos candidatos são encontrados para preencher as vagas disponibilizadas pelas empresas que demandam de novos funcionários. Segundo a coordenadora do órgão gerenciador de empregos do município, Darlene Santos, grande parte dos candidatos cadastrados atendem o perfil exigido pelas empresas, contudo, mudam de endereço, telefone e não atualizam os dados no SINE dificultando o preenchimento das vagas.
"Já presenciamos situações em que o candidato veio até o SINE, fez o cadastro e no dia seguinte surgiu uma vaga. Entretanto, passamos horas tentando contato através do celular e do telefone fixo disponibilizado por ele no momento do cadastro e não conseguimos encontrá-lo. Por isso, é preciso que o candidato seja mais cuidadoso e nos procure de imediato quando tiver que atualizar seus dados", pediu a coordenadora.
De acordo com dados do Sistema foram ofertadas no mês de janeiro 425 vagas destinadas a vários setores, em especial para a Construção Civil. Destas, somente 89 foram preenchidas. Em fevereiro, foram disponibilizadas 144 vagas e somente 66 pessoas incluídas no mercado de trabalho. No mês de março, 137 vagas ficaram em aberto e apenas 71 foram preenchidas. No quinto mês do ano, o SINE ofertou 175 vagas e atendeu apenas 56 dos pedidos feitos pelas empresas que buscavam novos empregados. O único mês que conseguiu preencher mais de 150 vagas foi o mês de junho. Com 284 vagas ofertadas, o Sistema Nacional do Emprego preencheu 164.
Além da dificuldade para encontrar os candidatos, o SINE esbarra na falta de qualificação dos que pleiteiam as vagas ofertadas pelas empresas. Para a coordenadora do sistema, o problema é reflexo da não qualificação de novos profissionais para as áreas exigidas pelo mercado. "Não é que os santarenos não estejam se qualificando. Pelo contrário, tem muita gente que está estudando, procurando cursos profissionalizantes a fim de não ficar para trás. Contudo, o problema é que alguns dos profissionais mais procurados pelas empresas não estão sendo encontrados como operador de máquinas pesadas, técnicos de Saúde e Segurança no Trabalho, posto que os que já se formaram já estão todos trabalhando, além de mecânicos, eletrônicos e outros", destaca Darlene.
Absorção
"Como a atividade principal da nossa cidade sempre foi o comércio, a construção civil e o madereiro, é difícil você encontrar alguém que se especializou em profissões absorvidas na área de indústria, como estamos precisando agora. Então, esse é outro fator que colabora para que vagas não sejam preenchidas pelo SINE", ressalta dizendo que os profissionais encontrados já estão todos sendo encaminhados para as cidades que abrigam mineradoras.
"Estimamos que já foram enviados desde o mês de setembro do ano passado através do SINE aproximadamente umas 500 pessoas, fora àquelas que viajaram por conta própria, posto que não atendem as exigências feitas pela empresa por aqui e tentam a sorte indo direto na porta das empresas que como precisam da mão-de-obra deixam de lado os critérios para admissão e os absorvem", detalha.
Procura
Diariamente são realizados em torno de 50 a 100 cadastros no SINE.

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