Da Redação
Depois de três dias consecutivos de discussões e reivindicações entre os moradores tradicionais de Juruti Velho, direção da Alcoa, Incra e SEMA, nada ficou resolvido quanto ao impasse que pode levar novamente à paralisação dos trabalhos da mineradora. A nova reunião que será realizada para definir o quadro não deve acontecer antes do carnaval, mas os manifestantes exigiam inicialmente que a reunião fosse feita no dia 17, mas segundo informações da SEMA, o secretário Walmir Ortega estaria em viagem nesta data, daí a data mais provável deve ficar definida para logo depois do dia 25. Até lá, segundo promessa dos representantes da Acorjuve, a Alcoa poderá operar normalmente, sem que haja manifestação ou qualquer paralisação antes da reunião com a SEMA.
Com a ausência do Secretário de Meio Ambiente, Walmir Ortega, que enviou a Santarém, o representante da sua pasta, o diretor de controle de qualidade ambiental, Paulo Palma Alves, que não foi sequer ouvido pelos manifestantes, o grupo acabou preferindo adiar a reunião para uma nova data em que possa estar presente o próprio secretário de Estado para que seja, enfim, discutido o interesse dos moradores tradicionais de Juruti Velho, que reivindicam uma participação de 1,5% no lucro líquido da Alcoa, quanto a extração da Lavra, que terá início no próximo mês de junho, segundo o que relata o representante da Alcoa, Tiniti Matsumoto Júnior.
De acordo com a meta inicial da mineradora, pelo menos 2,6 bilhões de toneladas de bauxita devem ser extraídas anualmente, o que daria o direito a Acorjuve de ficar com 1,5% do lucro líquido dentro deste montante.
Segundo o representante da Acorjuve, Gerdeonor Pereira dos Santos, a associação da qual faz parte ainda não elaborou nenhum plano de ação que mostre de forma clara como a verba que pode ser conquistada através da negociação poderia vir a ser utilizada para beneficiar os moradores estabelecidos, em Juruti Velho.
"Ainda não sentamos em assembléia para discutir o que fazer com o recurso, por enquanto, estamos apenas reivindicando um direito nosso e que caso a Alcoa não respeite, nos fará novamente invadir as rodovia, ferrovia e porto, que beneficiam a mineradora, que até agora, só tem pronunciado conversa fiada quanto ao reconhecimento do nosso direito, enquanto moradores tradicionais, eles falam para a imprensa que já reconheceram, mas legalmente, através de documentos nada foi feito", dispara Gerdeonor.
Para Mauricio Macedo, um dos administradores da Alcoa Mina Juruti, tudo o que for determinado pelo Estado será seguido a risca, ou seja, se a justiça determinar que os moradores de Juruti Velho, têm o direito de serem considerados como uma comunidade tradicional, assim será feito, porém não existe nenhuma legislação que aponte a possibilidade da mineradora pagar diretamente os 1,5% para a Acorjuve, a única maneira vista com clareza pelos representantes da Alcoa, seria o dinheiro chegar até o Incra, que ficaria responsável em investir na comunidade, e aí se dá o dilema, já que o Incra tende a fatiar o bolo mais do que deveria, beneficiando outros municípios em detrimento de Juruti.
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