quinta-feira, 21 de maio de 2009

Uso comunitário da floresta pode alcançar 140 milhões de hectares

Gomes defende aplicação de soluções locais para a transformação social / MARCELO RIBEIRO

Gomes defende aplicação de soluções locais para a transformação social / MARCELO RIBEIRO

BELÉM – Na Amazônia, 66% das florestas – 127 milhões de hectares – se destinam a uso comunitário, mas a meta do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) é alcançar 140 milhões até 2011. “É uma riqueza fantástica, convivendo com uma pobreza absurda”, afirmou o presidente do GTA, o paraense Rubens Gomes.

Ele não tem dúvida de que as transformações são obtidas com pequenas intervenções sociais. Mas considerou “pesada” a missão de agregar nas 18 regionais do GTA os conhecimentos de pescadores, trabalhadores rurais, agroextrativistas e outros. “Eles precisam se mobilizar, sem esperar que o governo faça tudo”, disse.

Gomes, que é músico, mencionou projetos de certificação sócio-participativa da cadeia produtiva do açaí, de coleta de óleos vegetais aromáticos em Silves (AM) e a Oficina Escola de Lutheria da Amazônia, de Manaus (AM). No entanto, advertiu: “Até para ter instrumento de qualidade igual à européia – caso do violão – a certificação da floresta, sem trabalho escravo, é o ideal. Precisamos intervir com atos políticos na formação de trabalhadores adolescentes de Boa Vista do Ramos”. A cidade fica a 18 horas de barco de Manaus e sedia o Centro de Treinamento do Processamento da Madeira.

Gomes lecionou sua arte para menores infratores no Acre e na Universidade do Amazonas. A Escola baseia seu trabalho no uso de madeiras certificadas de acordo com os princípios e critérios do Forest Stewardship Council (FSC) ou madeiras de aproveitamento de construções e móveis antigos. Ou ainda, recolhendo material de árvores mortas na floresta ou de pastagens e campos abandonados há mais de 10 anos. Espécies ameaçadas e de uso tradicional – mogno e jacarandá da Bahia – não são utilizadas.
por mês. A oficina produz violão, viola caipira, violão de sete cordas, bandolim, cavaquinho e banjo, incluindo linhas eletroacústicas e de aço para estúdio. Os preços variam de R$ 800,00 a R$ 2.000,00. (M.C
As peças certificadas chegam ao mercado por cerca de 50% do custo de instrumentos da mesma qualidade. A oficina tem capacidade para produzir 35 peças.)



Nenhum comentário: