sábado, 11 de julho de 2009

Lúcio Flávio Pinto: A visão geopolítica e a essência amazônica

Ninguém pode negar, em sã consciência, que o general Augusto Helena Pereira é um verdadeiro soldado: aos 61 anos de idade, 40 deles a serviço do Exército, já fez 23 mudanças de domicílio, no cumprimento de ordens superiores, dentro e fora do país. Está fazendo agora a 24ª mudança: trocará o Comando Militar da Amazônia, em Manaus, que assumiu em 2007, pelo Departamento de Tecnologia do Exército, em Brasília. Sairá de uma função operacional e ficará num cargo burocrático. É a antecipação da reserva, que ocorrerá dentro de dois anos.

Antes, o CMA, mesmo quando baseado em Belém, era considerado um castigo para os oficiais realmente empenhados pela carreira. Hoje, é uma posição estratégica. O Exército já mantém na região um efetivo de 25 mil homens e a tendência é instalar ainda mais nos próximos anos. Os históricos conflitos na bacia do Prata passaram a ser resolvidos através de negociação política e comercial a partir da criação do Mercosul. Não se justifica manter ali, inativo, o maior exército do país, o Vº. Mas a Amazônia é uma área cada vez mais sensível, no próprio local e além-continente.

As questões de fronteira se avivam, criam incógnitas e fomentam preocupações. O próprio general Heleno, que fez desse tema um dos itens da sua agenda, para a qual atraiu interesse crescente da opinião pública e dos grupos de pressão, tem insistido no paralelo com a fronteira americano-mexicana: dispondo da melhor força armada do planeta, os Estados Unidos não conseguem controlar os três mil quilômetros de fronteira com o México. Como o Brasil pode querer alcançar sorte melhor diante dos 11,5 mil kms de fronteiras amazônicas, tendo efetivo incomparavelmente inferior?

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