No Pará se aplica como luva a definição dada a certo tipo de política, na qual tudo muda para ficar exatamente como estava
Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal
Quem tivesse viajado para longe do Pará logo depois da eleição de 2006 e só voltasse agora, ficaria chocado com a nova situação política do Estado. Os dois maiores aliados e amigos de antes se tornaram os principais adversários de hoje, dentro do mesmo partido, o PSDB. Mais do que antagonistas políticos, viraram inimigos pessoais, embora o ex-governador Simão Jatene, por estratégia, não revide aos ataques que lhe foram desfechados pelo ex-governador Almir Gabriel.
Os paraenses vêem a repetição melancólica das cenas que se tornaram comuns na época do regime militar, a partir do momento em que seus dois principais representantes assumiram o rompimento total. Mesmo quando estavam num mesmo local, os coronéis Jarbas Passarinho e Alacid Nunes faziam que não se viam. Cumprimentos, nem pensar. A guerra que travavam pelo controle do poder político experimentou uma trégua em 1978, quando o presidente da república, general Ernesto Geisel, impôs a volta de Alacid ao governo, com a contrapartida de que na eleição seguinte Jarbas daria as cartas. Alacid, entretanto, inventou um pretexto e apoiou o candidato da oposição, Jader Barbalho, do PMDB. Nem a truculência do então presidente João Figueiredo mudou sua posição. Jarbas foi derrotado, pessoalmente para o Senado e com seu candidato ao governo, o empresário Oziel Carneiro.
Almir Gabriel e Simão Jatene estiveram presentes ao casamento do senador Mário Couto, mas apenas tocaram pontas de dedos no cumprimento frio e trataram de procurar mesas distantes. Durante a grande festa, para aproximadamente mil convidados, que funcionou como o pré-lançamento da candidatura de Couto ao governo do Estado pelo PSDB, Almir não parou de falar mal do ex-secretário, em particular ou para representantes da imprensa. E de fazer proselitismo em torno do nome que considera o melhor para a campanha tucana.
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