Plenária - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pela audiência, fez uma apresentação didática de cerca de uma hora sobre o Eia/Rima e o processo de licenciamento ambiental. Na segunda parte da audiência, a plenária fez questionamentos diversos sobre os impactos previstos com a obra e também houve defesas do empreendimento. Sem restrição ao número de inscritos, a plenária entrou pela madrugada, com número reduzido a cerca de 300 participantes, mas ainda com fortes embates pró e contra a barragem.
Apesar da expectativa com a reação dos povos indígenas, os cerca de 150 índios fizeram suas tradicionais saudações e participaram pacificamente da audiência. Joaquim Curuaia, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, denuncia: "Quero contrariar muitas pessoas que estão usando os povos indígenas, dizendo que os povos são contra a barragem. Isso não é verdade. Nós somos contra todo e qualquer projeto que venha de encontro à integridade física, intelectual e cultural dos povos. Não estamos aqui para atrapalhar; estamos para construir, desde que nossos direitos e o nosso espaço seja respeitado".
Ele, no entanto, teceu algumas críticas ao processo: reclamou de não terem sido ouvidos nos estudos do empreendedor os povos Curuá e Xicrin, que somam aproximadamente 250 indigenas; e de não ter sido dadas as garantias de assistência aos povos atingidos. "Muitos indígenas, principalmente os mais velhos, temem essa barragem como se ela fosse um elemento de destruição total, um cavaleiro do apocalipse, destruindo tudo. Nós não fomos visitados", queixou-se. A Fundação Nacional do Índio (Funai) tem até o próximo dia 25 para apresentar seu parecer ao Ibama.
(Fonte: Agêncai Pará)
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